Biomaterial Sintético vs Xenógeno

ENXERTOS ÓSSEOS COM BIOMATERIAL SINTÉTICO VS XENÓGENO NAS ELEVAÇÕES DOS SEIOS MAXILARES (SINUS LIFT) Autores: Hiram Fischer Trindade MD, M.Sc; Carlos Alberto Batista MD M.Sc (in memorian); Anthony Farssoun MD; Jossef Farssoun MD e Mila Lima Corrêa Trindade MD, M.Sc. Resumo O objetivo desse estudo é comparar as respostas biológicas e histológicas em dois tipos de biomateriais com origens distintas e que são dos mais utilizados na atualidade. Foram escolhidos para este estudo dois biomateriais com origens diferentes (xenógeno vs sintético). A escolha da região comparativa dos enxertos foi o seio maxilar devido a ausência de tecido ósseo medular, com irrigação exclusivamente pelo periosteo na porção inferior e pela membrana de Schneider na superior circundante. A pouca vascularização nesta região representa um importante fator de limitação para a angiogênese e consequente formação de um osso neoformado com volume suficiente que seja capaz de suportar as cargas mastigatórias transmitidas pelos implantes e consequente remodelação. Introdução O avanço das técnicas cirúrgicas na Medicina Dentária revolucionaram os planeamentos e abordagens das reabilitações orais. Entretanto, defeitos estruturais no arcabouço ósseo podem impossibilitar a instalação de implantes dentários em sítios adequados. Uma condição fundamental para a colocação de implantes é a quantidade e qualidade de osso remanescente (Raja S. 2009). As atrofias ósseas nos maxilares normalmente são ocasionadas por perda dentárias, infeções, traumas, resseções tumorais e/ou por anomalias de desenvolvimento (Felice et al. 2009). A parte posterior da maxila apresenta-se como um desafio, quando comparada a outras áreas da cavidade oral, devido a presença do seio maxilar (Raja S. 2009). A atrofia do rebordo alveolar residual é responsável pelas dimensões reduzidas do osso alveolar. Fatores como a pneumatização do seio maxilar e ausência de estímulos limitam a instalação de implantes dentários nesta área (Misch 1987; Smiler and Holmes 1987; Wood and Moore 1988). A pobre qualidade óssea encontrada nesta região, geralmente com cortical fina e de trabeculado pouco denso, é mais um factor que contribui significativamente para uma maior taxa de insucesso dos implantes aí colocados (Fugazzotto and Vlassis 1998). A literatura oferece inúmeros biomateriais que podem ser utilizados nas reconstruções de defeitos ósseos maxilo-mandibulares, entre autógenos, xenógenos, homógenos, heterógenos e aloplásticos (Albert et al. 2006, Betega et al. 2009, Esposito, 2009, Viscioni et al. 2009, Chiapasco, 2013). Para tanto, tais materiais utilizados em enxertos ósseos devem apresentar características físicas de adaptação e imobilização, químicas e biológicas, como a osteoindução, a osteocondução e osteopromoção (Felice et al. 2009). Dentro dessa realidade, o osso autógeno é considerado “Padrão Ouro” por reunir a maioria dessas características necessárias (Aalam et al. 2009, De riu et al. 2007, Felice et al. 2009). No entanto a sua remoção necessita de uma segunda cirurgia, oferece riscos de morbidade e parestesia (Aalam et al. 2009), maior tempo cirúrgico (Benetton et al. 2007), maior sangramento, morbidade, quantidade disponível reduzida (Fontana et al. 2008, Viscioni et al. 2009), além da perda de volume resultante do pouco estímulo da região. O objetivo desse estudo é comparar por meio de cortes histológicos, o comportamento da neoformação óssea levando em consideração dois diferentes tipos de biomateriais numa região em que a vascularização é precária. Foram eleitos dois biomateriais com diferentes origens, sendo Bio-oss®, o biomaterial de origem xenógena (bovina) mais comercializado mundialmente, formado por granulo sólidos e com porosidade na superfície e o Adbone®TCP, de origem sintética e constituido por 99.9% de beta tricálcio fosfato (β-TCP), com elevada porosidade interconectiva (80%) e resistência mecânica. Os autores deste artigo consideram que estas caracteríticas individuais muito distintas são relevantes nas respostas biológicas durante o processo de formação de um novo osso e que estão diretamente relacionados com a qualidade e a velocidade na osteogênese. Método O estudo foi realizado com base em artigos publicados no Pubmed, site oficial da Geistlich e relato de caso realizado pelos autores em ambiente ambulatorial descrito. Foram escolhidos para esta pesquisa dois biomateriais com origens diferentes e que estivessem inseridos numa mesma condição biológica com o objetivo de comparar as respostas a nível histológico em situações semelhantes. Biomaterial 1: Bio-oss®, de origem xenógena (bovina) e fabricado pela Geistlich (Suiça). Biomaterial mais utilizado no mundo com 25 anos de comercialização. Biomaterial 2: Adbone®TCP, constituido por cerâmica sintética composta de 99.9% beta tricalcium phosphate (β-TCP). Fabricante Medbone Medical Devices (Portugal). Relato de caso Paciente J.M, gênero feminino, fumadora, procurou por atendimento queixando-se de ausências dentárias na região superior posterior direita. No exame clinico foi constatada ausência de dois elementos dentários referentes aos 14 e 15 e, através de analise da Tomografia Computadorizada (TAC), uma atrofia do rebordo alveolar em altura, espessura e um quadro de pneumatização do seio maxilar na região do 15, impossibilitando a instalação de implante (Figura 1). Para regeneração óssea na região optou-se pela técnica de elevação de seio maxilar com acesso pela parede lateral (Técnica de Caldwell Luc) e utilização de 1 grama de enxerto Adbone®TCP de grânulos 0.5 – 1mm associado a Plasma Rico em Fibrina – PRF para futura instalação dos implantes.     Figura 1 Figura 2 Decorridos 6 meses de maturação do enxerto, foi realizado uma segunda TAC na qual se pode observar um aumento ósseo significativo no seio maxilar na região do 15 (Figura 2). Na região do 14, foi instalado implante com condensação óssea no preparo cirúrgico onde a densidade táctil era compatível com osso DIII (Misch,2001)(Figura 3). O implante 15 foi todo instalado em osso regenerado (zona de enxerto) e, na instrumentação do alvéolo cirúrgico (figura 4), encontrou-se resistência à perfuração exclusivamente com brocas do sistema cirúrgico com sensação táctil de osso DI (Misch 2001) na cortical da crista e novamente na região enxertada.     Figura 3 Figura 4 Passados mais 5 meses foi realizada uma nova intervenção cirúrgica para reabertura dos implantes. No mesmo ato cirúrgico (11 meses após a intervenção inicial), foi removido da zona enxertada para análise histológica, por meio de brocas trefina, um cilindro do osso regenerado. Ao descolar o retalho foi observado um sangramento significativo, oriundo da área enxertada por vestibular, bem como uma total incorporação dos grânulos … Continued

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Aplicação de Implantes em Mandíbulas Atróficas

    Aplicação de Implantes em Mandíbula Atrófica – Caso Clínico Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Pós-Graduado em Implantologia e Reabilitação Oral. Dra.Alda Cristiana Castro Alves Monteiro Resumo Objectivo: Reabilitação Unilateral Posterior em mandíbula atrófica recorrendo a implantes de pequenas dimensões. Materiais e Métodos: Paciente do sexo feminino com 49 anos de idade, saudável, não fumadora e parcialmente desdentada unilateralmente com defeito ósseo mandibular. A qualidade, quantidade e estabilidade dos tecidos moles e moles foram avaliados clinicamente e usando uma TAC (Tomografia Axial Computorizada). Resultados: Pós-operatório avaliado uma semana depois revelou a presença de ligeiro edema, inflamação e presença de secreção purulenta. Conclusão: Os implantes de pequenas dimensões representam uma alternativa viável e menos invasiva na reabilitação de mandíbulas atróficas. Abstract Objective: Unilateral Posterior Rehabilitation in an Atrophic Jaw Using Short Implants Materials and Methods: Female Patient aged 49 years, healthy, non-smoking, and partially edentulous with a lower jaw defect was selected. Quality, quantity and stability of the soft and hard tissues were evaluated clinically and using TC (Computerized Tomography). Results: Postoperative related with soft edema, inflammation and purulent secretion a week after. Conclusion: Short implants represent a reliable and less-invasive alternative in rehabilitation of lower atrophic jaws. Dedicatória A Deus e à minha Família, com todo o amor. Sem eles a vida seria mais cinzenta! Os resultados advêm somente da soma do trabalho, dedicação, esforço e sacrifício de todos e os sonhos só ganham cor quando partilhados e vividos com quem mais amamos. Agradecimentos À minha família, por tornarem mais fácil e menos solitário este percurso. À minha irmã, por ser a minha segunda metade e por estar sempre comigo. A eles agradeço todo o amor e com todo o amor na certeza de que são a minha maior e melhor inspiração, um verdadeiro poço de energia e motivação. Ao meu Orientador, aos restantes professores e todos os colegas que me acompanharam nesta jornada, a eles o meu muitíssimo obrigada. Foi com a ajuda de todos que o último dia chegou, que termino feliz mais uma etapa deste meu ainda curto percurso académico na certeza de que muito mais há a aprender e que não há melhor sensação do que sorrir fazendo sorrir os outros. Índice I.INTRODUÇÃO 1 METODOLOGIA 2 Metodologia de Pesquisa Bibliográfica 2 Metodologia de Investigação 2 CASO CLÍNICO 3 Meios Complementares de Diagnóstico 3 Decisão Clínica 5 Planeamento Cirúrgico 6 Protocolo Cirúrgico 9 Resultados do Tratamento 10 Follow Up 11 DISCUSSÃO 13 CONCLUSÃO 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18 ANEXOS 20 Anexo 1 – Condição oral geral da paciente 21 Índice de Figuras Figura 1 – Ortopantomografia 3 Figura 2 – Demonstração do espaço disponível para colocação de implantes 4 Figura 3 – Largura da cortical óssea mandibular 4 Figura 4 – Imagem da espessura e altura óssea da zona do 36 5 Figura 5 – Imagem da espessura e altura óssea da zona do 37 6 Figura 6 – Fotografias extra-orais 6 Figura 7 – Fotografias intra-orais 7 Figura 8 – Toma de impressões em alginato e respetiva vazagem a gesso 8 Figura 9 – Montagem em articulador semi-ajustável 8 Figura 10 – Enceramento de diagnóstico 8 Figura 11 – Confeção da guia cirúrgica 9 Figura 12 – Raio-x periapical após cirurgia 10 Figura 13 – Ferida cirúrgica após uma semana 11 Índice de Tabelas Tabela 1 – Medição do Torque de Inserção e do ISQ no dia da cirurgia 11 Tabela 2 – Medição do ISQ três meses depois da cirurgia (29/07/2018) 12 INTRODUÇÃO Os implantes dentários são considerados uma opção de tratamento comum para substituir dentes perdidos com resultados confiáveis e previsíveis a longo termo (Geramy et al., 2018). A colocação de implantes deve ter por base uma história clínica e dentária minuciosa, uma vez que vários estudos descrevem que a existência de patologias sistémicas afectam a cicatrização e consequente previsibilidade dos resultados. Pacientes com higiene dentária deficiente, com hábitos tabágicos ou alcoólicos diários não são considerados bons candidatos à colocação de implantes (Babush, 2011). Uma quantidade de osso insuficiente representa um dos problemas mais frequentes na reabilitação protética com implantes na zona posterior da mandibular atrófica (Kuc, Sierpinsk & Golebiewska, 2017; Scarano et al., 2017), uma vez que a altura e diâmetro dos mesmos ficam limitados, havendo sérias vantagens na utilização de implantes de pequenas dimensões neste tipo de casos (Kim et al., 2018). A reconstrução das cristas alveolares através de enxerto ósseo para a colocação de implantes é também uma das alternativas de reabilitação, representando ainda um grande desafio para o profissional, sobretudo em defeitos ósseos verticais e horizontais de grande extensão (D’Amato et al., 2017). Na cirurgia dentária implantar, a imagiologia tridimensional, através da tomografia computorizada, torna-se uma ferramenta indispensável, uma vez que providencia informação volumétrica de extrema relevância relativa ao osso mandibular, peças dentárias remanescentes e tecidos moles adjacentes (Jacobs et al., 2018). METODOLOGIA Metodologia de Pesquisa Bibliográfica Pesquisa bibliográfica efetuada entre maio de 2018 e junho de 2018, limitada às publicações dos últimos dez anos, usando as palavras-chave ou associações de palavras supracitadas. As bases de dados científicas usadas para esta pesquisa foram a PubMed e a EBSCOHost. Critérios de inclusão: “free full text”; artigos escritos em Inglês; publicados nos últimos dez anos e relacionados com o tema. Critérios de exclusão: Artigos com mais de dez anos, de acesso restrito e não relacionados diretamente com o tema. Metodologia de Investigação A metodologia de investigação utilizada foi: Revisão Bibliográfica Integrativa. CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino, 49 anos de idade, admitida no Diploma Universitário em Implantologia e Reabilitação Oral para colocação de implantes. Não apresenta qualquer patologia sistémica, hábitos tabágicos ou alcoólicos. Comerciante de profissão, já realizou duas cesarianas, duas intervenções cirúrgicas às varizes e uma hemitiroidectomia. Apresenta-se como uma pessoa naturalmente nervosa e ansiosa, com particular fobia a agulhas e anestesias, tendo estes factores influenciado a escolha do tratamento. Condição oral geral: ausência de doença cárie e periodontopatia; endodontia do dente 25; restaurações compósito/amálgama: 17, 15, 14, 12, 11, … Continued

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Implantes Imediatos pós Extração

Implantes Imediatos pós Extração Dra. Susana Godinho Frazão RESUMO Desde que Branemark iniciou os primeiros estudos em implantologia, continuou a existir uma significativa evolução na implantologia como uma área da medicina dentária, através de investigação clínica e experimental. Muitos dos conceitos que eram considerados válidos na altura, começaram a ser tema de debate. A colocação de um implante imediatamente após uma extracção dentária para substituir esse mesmo dente é actualmente um tratamento de escolha e está associado com a preservação da estrutura óssea e arquitectura gengival, bem como com a redução do tempo de tratamento, o que beneficia tanto o paciente como o operador. ABSTRACT Since Branemark first started developing its implant system, there has been a continuous and significant evolution in oral implantology through experimental and clinical research, and many of the concepts that were once considered valid have now become the subject of debate. The insertion of the implant immediately after extraction of the tooth to be substituted has now become the implant treatment of choice and is associated with preserving the bone structure and the gingival architecture, as well as with reducing the treatment time, which ultimately benefits the patient and the operator. Key words: Immediate post-extraction implant, indications, contraindications, advantages, disadvantages, immediate loading, survival rate. INTRODUÇÃO Há cerca de 40 anos atrás, o advento da Implantologia como área da Medicina Dentária mudou as ideias até aí dadas como certas acerca da substituição de peças dentárias nos nossos pacientes. Branemark, conhecido por muitos como o pai da Implantologia, descobriu que grande parte dos pacientes edentulos poderiam ser reabilitados usando artefactos em titânio, aos quais, após osteointegração, poderiam ser acopladas próteses fixas (Branemark PI, et al. Intra-osseous anchorage of dental prostheses. I. Experimental Studies. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl 1969;3:81–100). A partir desta altura, implantes dentários osteointegráveis com diferentes formas e superfícies começaram a ser utilizados em doentes parcialmente edentulos, obtendo taxas de sucesso de 96,7% em 8 anos (Buser D, et al. Long- term evaluation of non-submerged ITI implants. Part 1: 8-year life table analysis of a prospective multi-center study with 2359 implants. Clin Oral Implants Res1997;8(3):161–72). Para obter esta taxa de sucesso e previsibilidade, Branemark e seus colaboradores desenvolveram uma lista de recomendações clínicas acerca dos protocolos de tratamento. De acordo com uma dessas recomendações, seria necessário aguardar 12 meses após a extracção da peça dentária até ser possível a colocação do implante dentário (Adell R, et al. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg 1981;10 (6): 387–416). O protocolo tradicional consiste em realizar a extracção, esperar 3 a 6 meses para cicatrização óssea, colocar o implante após 3 meses na mandíbula e após 6 meses na maxila e depois sua colocação em carga. Diversas investigações avaliaram os efeitos da extracção dentária na quantidade e qualidade de tecidos moles e duros. Estas alterações foram estudadas por análises cefalométricas, radiológicas, medições directas em boca, entre outras técnicas (Atwood DA, Coy WA. Clinical, cephalometric and densitometric study of reduction of residual ridges. J Prosthet Dent 1971;26 (3):280–95; Johnson K. A study of the dimensional changes occuring in the maxilla after tooth extraction. Part I: normal healing. Aust Dent J 1963;8:428–34). Num estudo realizado recentemente por Schroop et al. foram medidos 46 alvéolos de molares e pré-molares em ambas as arcadas pós extracção em 46 pacientes. O estudo reporta uma reabsorção vestíbulo – lingual de cerca de 50% ao fim de 12 meses. Foi ainda observado que dois terços das alterações ocorreram nos primeiros 3 meses após a extracção, com grandes mudanças observadas nos molares. Ao reparar que esta reabsorção pós – extraccional afecta negativamente a disponibilidade óssea no local onde se quer colocar o implante, cada vez mais os clínicos começam a colocar os implantes logo após a exodontia dentária. O primeiro caso foi descrito por Schulte et al. em 1976. Desde aí, numerosos estudos clínicos foram publicados acerca desta temática e vários artigos de revisão continuam a ser publicados com vista a aperfeiçoar esta técnica cirúrgica com conhecimento contemporâneo (Mayfield L. Immediate, delayed and late submerged and transmucosal implants. Berlin: Quintessence; 1999; Chen ST, et al. Immediate or early placement of implants following tooth extraction: review of biologic basis, clinical procedures, outcomes. Int J Oral Maxillofac Implants 2004;19 (Suppl):12–25). OBJECTIVOS Este trabalho tem como objectivo estudar e dar a conhecer ao cirurgião a implantologia imediata pós – extracção, a partir da realização de uma revisão aprofundada da literatura publicada até à data actual. Serão abordados temas como as vantagens e desvantagens, indicações e contra-indicações bem como protocolos recomendados para realização desta técnica. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Histologia A maioria dos estudos publicados descreve pequenos defeitos ósseos peri-implantares resultando numa falha da parede alveolar da extracção à superfície do implante. Este defeito tem sido definido como Defeito de Dimensão Horizontal (HDD). Estudos histológicos demonstram que esses pequenos defeitos são ocupados por osso mediante as técnicas de colocação e os métodos de aumento ósseo praticados. Diversos estudos mostraram que quando a HDD é de 2mm ou menos, não é necessário enxerto ou membrana (Paolantonio M, Dolci M, Scarano A, et al. Immediate implantation in fresh extraction sockets. A controlled clinical and histological study in man. J Periodontol 2001;72 (11): 1560 –71). No entanto, quando existe deiscência ou fenestração das tábuas ósseas há vantagem em utilizar membranas ou enxertos ósseos (Wilson TG Jr, Carnio J, Schenk R, et al. Immediate implants covered with connective tissue membranes: human biopsies. J Periodontol 2003;74 (3):402 –9). Além disso, estudos de Becker e colaboradores demonstram que existe regeneração óssea insatisfatória quando membranas não – reabsorvíveis ficam prematuramente expostas (Becker W, Dahlin C, Becker BE, et al. The use of e-PTFE barrier membranes for bone promotion around titanium implants placed into extraction sockets: a prospective multicenter study. Int J Oral Maxillofac Implants 1994;9 (1):31–40). Segundo uma revisão de 18 estudos com um período de follow-up entre 1 e 4 anos, realizada pela The International Team for Implantology, implantes com diferentes superfícies – maquinados, titânio com … Continued

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Reabilitação total fixa sobre implantes na maxila e na mandíbula

  Dr. João Pedro Mendes Pires Orientador: Dr. Hiram Fischer Trindade Co-orientador: Dr. Edson Ávila Porto, setembro de2015 Índice Introdução 3 Reabilitação de Desdentados Totais 4 Prótese Fixa Sobre Implantes: Vantagens e Desvantagens 4 Opções Protéticas Fixas 6 Tipo 2 7 Tipo 3 8 Plano de Tratamento 11 Sequência de Tratamento 11 Posição dos Implantes 12 Número de Implantes 13 Fatores de Força do Paciente 14 Reabilitação Fixa na Mandíbula 16 Opções de Tratamento 16 Opção 1 16 Opção 2 19 Opção 3 20 Opção 4 21 Opção 5 22 Reabilitação Fixa na Maxila 24 Posição do Lábio Superior 24 Forma da Arcada Maxilar 25 Número de Implantes 27 Conclusões 31 Bibliografia 32 Introdução Os implantes dentários são usados principalmente para substituir os dentes de um paciente parcial ou completamente desdentado ou para segurar próteses removíveis. Portanto, a finalidade típica de um implante dentário é agir como um pilar para um dispositivo protético, semelhante a uma raiz natural do dente e sua coroa. Milhões de pacientes adultos no mundo são desdentados totais. Nos últimos 15 anos, muitos desses pacientes foram tratados com uma overdenture sobre implantes, o que é uma grande melhoria em comparação com uma prótese total tradicional. No entanto, muito frequentemente, uma opção de reabilitação fixa não é sequer apresentada ao paciente. A retenção, estabilidade e suporte de uma prótese total suportada por implantes são muito superiores em comparação com as outras opções de tratamento. A maioria dos pacientes parcialmente desdentados prefere uma prótese fixa para recuperar a sua dentição. Existem muitas vantagens para o paciente ao fazer uma reabilitação fixa sobre implantes, independente dos dentes naturais restantes. Reabilitação de Desdentados Totais A Implantologia é semelhante à maioria dos aspetos da Medicina Geral, pois todo o tratamento começa com o diagnóstico da condição do paciente. Muitas opções de tratamento têm por base as informações do diagnóstico. A Medicina Dentária tradicional oferece opções de tratamento limitadas para os desdentados totais, já que a prótese total é considerada a única opção. No entanto, em Implantologia um número de opções de tratamento estão disponíveis para a maioria dos pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. Portanto, após o diagnóstico dentário do sistema estomatognático estar completo, a escolha do plano de tratamento tem por base o paciente e o seu problema. Nem todos os pacientes devem ser tratados com o mesmo tipo ou desenho de reabilitação, mesmo quando as suas condições orais são semelhantes. Hoje em dia, para satisfazer previsivelmente as necessidades e desejos do paciente, uma prótese deve ser em primeiro lugar projetada. A restauração final é primeiro planeada, tal como um arquiteto projeta um edifício antes de fazer os alicerces.1 Prótese Fixa Sobre Implantes: Vantagens e Desvantagens Num desdentado total, as próteses removíveis implanto-suportadas são muitas vezes o plano de tratamento escolhido pelo seu custo reduzido e por oferecerem várias vantagens em relação às reabilitações fixas. O seu custo reduzido está relacionado com a necessidade de menor número de implantes, já que os tecidos moles também suportam a prótese. Neste caso, os implantes são colocados nas regiões anteriores, e os implantes são principalmente usados para melhorar a retenção e aumentar a estabilidade da reabilitação. As reabilitações fixas sobre implantes apresentam também muitos benefícios comparando com as próteses removíveis (Tabela 1). Uma reabilitação fixa sobre implantes pode ser indicada em pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. A vantagem psicológica das reabilitações fixas é o seu maior benefício, e os pacientes muitas vezes referem que os dentes sobre implantes são melhores do que os seus anteriores dentes da prótese removível. Normalmente, as próteses fixas são mais duradoras e apresentam menos complicações do que as overdentures, pois os attachments não requerem substituição e os dentes das próteses acrílicas apresentam um desgaste mais rápido do que os de cerâmica sobre metal. Além disso, a acumulação de comida sob uma prótese total removível é muito maior do que nas fixas. Vantagens das reabilitações fixas em desdentados parciais e totais 1. Psicológica (maior semelhança táctil aos dentes naturais). 2. Osso abundante e altura de coroa inadequada para se poder fazer uma overdenture removível. 3. Longevidade (tempo de vida semelhante aos implantes) 4. Menos manutenção (sem attachments para substituir ou ajustar) 5. Menos acumulação de comida 6. Número de implantes utilizado semelhante ao das overdentures implanto-suportadas 7. Custos laboratoriais semelhantas às overdentures implanto-suportadas *Tabela 1 Muitas vezes, os planos de tratamento para desdentados totais consistem numa prótese removível superior e uma overdenture mandibular com dois implantes. No entanto, a longo prazo, esta opção de tratamento pode tornar-se num problema para o paciente. A falta de suporte posterior mandibular fará a perda óssea posterior continuar.3 São esperadas parestesia, alterações faciais, e oclusão posterior reduzida na prótese maxilar. Como consequência, a prótese superior torna-se menos estável e a arcada maxilar continua a perder osso.3,4 Quando esta dimensão óssea disponível é perdida, o paciente tem menos retenção e estabilidade na reabilitação de ambas as arcadas. O médico deve diagnosticar a quantidade de perda óssea e evitar as suas consequências na função, estética facial, saúde psicológica e geral do paciente. Opções Protéticas Fixas Em 1989, Misch propôs cinco tipo de reabilitações sobre implantes5 (Tabela 2). As três primeiras opções são de próteses fixas. Estes três tipos podem substituir um, vários ou todos os dentes e podem ser cimentadas ou aparafusadas. Neste trabalho serão apenas mencionados os tipos 2 e 3. Classificação Protética Tipo Definição PF-1 Prótese fixa; Substitui somente a coroa; Parece um dente natural PF-2 Prótese fixa; Substitui a coroa e uma porção da raiz; contorno da coroa aparece normal na metade oclusal mas é alongado na metade gengival PF-3 Prótese fixa; Substitui as coroas em falta, a cor gengival e uma parte do local desdentado; a prótese utiliza frequentemente dentes e gengiva em cerâmica PR-4 Prótese removível; overdenture suportada completamente por implantes (geralmente com uma subestrutura em barra) PR-5 Prótese removível; overdenture suportada por implantes e tecidos moles (pode ou não ter uma subestrutura em barra) Tabela 2; Adaptado de: Misch CE: Bone classification training keys, Dent Today 8:39-44, 1989. Tipo … Continued

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Presence of Gingival Recession or Noncarious Cervical Lesions on Teeth under Occlusal Trauma: A Systematic Review

Presence of Gingival Recession or Noncarious Cervical Lesions on Teeth under Occlusal Trauma: A Systematic Review Drs Pedro Maria Bastião Peliz Senos Tróia1 Tobias Rauber Spuldaro1 Patrícia Alexandra Barroso da Fonseca2 Gustavo Vicentis de Oliveira Fernandes2,   Department of Dental Medicine, Universidade Católica Portuguesa, Viseu, Portugal Centre for Interdisciplinary Research in Health (CIIS), Department of Dental Medicine, Universidade Católica Portuguesa, Viseu, Portugal Address for correspondence Gustavo Vicentis de Oliveira Fernandes, PhD, Quinta da Alagoa Ave., 225 – 1 DT, Viseu, 3500-606, Portugal (e-mail: gustfernandes@gmail.com). Eur J Gen Dent 2021;10:50–59. Abstract Even though many pro- fessionals have categori- cally affirmed that there is a relation between trauma occlusal and gin- gival recession/noncar- ious cervical lesion, this systematic review found the absence of strong lit- erature to really prove it. Once defined, it allows the therapeutic focus to centre on the causal or contributing factors and preventing or reducing future recurrence. The goal of this research was to carry out a systematic review to verify the possible influence of occlusal factors on the occurrence of gingival recession and noncarious cervical lesions. To answer the specific research question—whether gingival reces- sion or noncarious cervical lesions on teeth are present under occlusal trauma—a bibliographic search was conducted at MEDLINE/PubMed, Web of Science, and Gray Literature databases focusing on articles published, following strict inclusion cri- teria based on randomized clinical trials, controlled clinical studies, and case series, with restricted language (English) and publication date between March 2010 and March 2020, considering patients with occlusal trauma and gingival recession/non- carious cervical injuries. Questionnaires, animal or laboratory studies, case reports, and interviews were excluded. First, the title and/or abstract of the articles obtained were analyzed and, finally, a full-text reading was performed. Given the amount and diversity of the final studies, a qualitative analysis was made. Based on the established criteria, it was possible to obtain an initial 757 articles. After screening, five articles were included, and then qualitative analysis was performed. The results described in the articles were different, given the heterogeneity of the articles subjected to anal- ysis. A few studies were published in the past 10 years, suggesting that the traumatic occlusion seems to be associated with the occurrence of the noncarious cervical lesion while it is not possible to arrive at a conclusion with regard to the association of gingi- val recession and occlusal trauma. DOI https://doi.org/ 10.1055/s-0041-1732781 ISSN 2320-4753 © 2021. European Journal of General Dentistry. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial-License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commercial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/). Thieme Medical and Scientific Publishers Pvt. Ltd. A-12, 2nd Floor, Sector 2, Noida-201301 UP, India GR and NCCL Associated with Occlusal Trauma Tróia et al. 51 Introduction Gingival recession (GR) is defined as the migration of the marginal gingiva to an apical level, using as reference the cementoenamel junction (CEJ), exposing the root surface and involving loss of periodontal attachment apparatus.1,2 Multiple factors can be involved causing or aggravating the GR,2,3 which can be divided into three groups: anatomical factors (dehiscence of the alveolar bone and abnormal posi- tion of the teeth), physiological factors (orthodontic move- ments), and pathological factors (abrasive and traumatic brushing, intra- and perioral piercing, tooth mobility, partial denture, deficient dental restorations [mainly with subgingi– val margins], bacterial plaque, periodontal diseases, damages resulting from iatrogenesis and use of tobacco [smoking], and occlusal trauma).4-9 Occlusal trauma is characterized as an excessive masti- catory force with varying intensities, present in premature contacts or interferences, that exceeds the adaptive and repar- ative physiological capacity of the periodontal resistance.10,11 Consequently, bone resorption may occur, normally, in the tooth’s cervical region10 due to forces that are concentrated in a few points of the tooth,12,13 characterizing a pathological occlusion.14-16 Hence, occlusal disturb may increase inflammation of the periodontal structures and destruction of the collagen matrix, enhancing the osteoclasts activities,17 and causing GRs,6,10 which may cause greater susceptibility to the occurrence of root caries and root abrasion, jeopardizing esthetic, dentin hypersensitivity, reduction of keratinized tissue, and dis- harmony of the gingival margin.5,7 However, it should also be noted that the occurrence of a traumatic occlusal force depends on factors such as magnitude, direction, duration, and frequency.18 Therefore, the relation between GR and occlusal trauma needs to be clarified. Another factor related to occlusal trauma is the presence of noncarious cervical lesions (NCCLs). Abrasion (abnormal frictional biomechanical process), erosion (mainly due to acidic dissolution), and abfraction (pathological loss of den- tal hard tissues due to biomechanical occlusal forces)19,20 zwas suggested, based in a little evidence existent, as a hypothetical component of cervical wear and could also be associated with periodontal disease.21 A study of NCCL pointed to abrasive toothpaste and traumatic brushing as the main causes of their occurrence.22 However, Lee and Eakle23 proposed that the occlusal forces with relevant cervical stress, resulting in the breaking of the enamel hydroxyapatite bonds and the consequent microfracture, chipping, and loss of structure,24 could play a major role in the NCCL etiology. Since it was suggested, several laboratory studies of finite elements and in vivo have emerged. Bernhardt et al25 considered that this association exists, although other clini- cal researches26,27 studied individuals with a parafunctional habit of bruxism who had an even greater number of NCCL than subjects without any habit. Thereby, occlusal adjust- ments to eliminate interferences have not decreased the pro- gression of NCCL.22 Furthermore, in a 3-year follow-up study,28 it was suggested that the facets consequent of occlusal wear was associated with a higher incidence of NCCL. Although the NCCL etiology is currently supported by the biomechanical concept of distribution of occlusal forces, there is a lack of sci- entific evidence.5 Then, it is wrong to restrict only one mech- anism responsible for the occurrence of any NCCL type.29 Observing the aforementioned facts, the aim of this sys- tematic review (SR) was identifying … Continued

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MEDICAÇÃO PRÉ E PÓS OPERATÓRIA EM CIRURGIA DE IMPLANTES DENTÁRIOS

Universidade Fernando Pessoa CEPG,”Centro Europeu de Pós Graduação” ESORIB,“European School of Oral Implantology Rehabilitation and Biomaterials “ DIPLOMA UNIVERSITÁRIO DE IMPLANTOLOGIA E REABILITAÇÃO ORAL www.posgraduacao.eu     Curso de Implantologia e Reabilitação Oral MEDICAÇÃO PRÉ E PÓS OPERATÓRIA EM CIRURGIA DE IMPLANTES DENTÁRIOS Dra. Virginia Martinho Setembro, 2012 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os que acreditam em mim e me ajudam a caminhar todos os dias….passo a passo chegarei lá! “Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento, assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade”. (A.Caeiro) ‌Resumo‌ O presente trabalho insere-se na pesquisa qualitativa e pretende destacar a importância da medicação pré e pós operatória em cirurgia de implantes dentários. Procurou-se conhecer as diferentes percepções dos autores sobre o tema de investigação, partindo do pressuposto de que se evoluiu de forma notória nos últimos anos em termos de técnicas dentárias como os implantes. A pesquisa bibliográfica foi realizada através de artigos científicos na base de dados da Pubmed, Scielo e Science Direct, além de consulta bibliográfica de várias obras importantes. Os resultados ilustraram de forma significativa que a profilaxia pré e pós- operatória em implantes dentários são importantes na prevenção, tratamento de situações patológicas como as infeções, ansiedade dos pacientes, dor e edema. Palavras-chave: medicação pré e pós-operatória, implantes dentários, profilaxia antibiótica, ansiolítica e analgésica ‌Abstract‌ This work is part of the qualitative research and aims to highlight the importance of pre and post operative medication for dental implant surgery. We sought to understand the perceptions of different authors on the topic of research, assuming that evolved noticeably in recent years in terms of techniques such as dental implants. A literature search was conducted through scientific articles in the Pubmed database, Scielo and Science Direct, and bibliographic several important works. The results illustrated that significantly prophylaxis pre-and post-operative dental implants are important in the prevention, treatment of pathological conditions such as infections, patients’ anxiety, pain and edema. ‌Índice Geral‌ Resumo 3 Abstract 4 Índice Geral 5 Índice de Figuras 6 Introdução 7 Mecanismo de ação dos antibióticos 8 Profilaxia antibiótica 10 Implantes dentários, uma abordagem ao tratamento 13 Papel dos antibióticos na profilaxia de implantes dentários 16 Profilaxia com outro tipo de medicação 20 Principais estudos científicos 23 Conclusões 28 Bibliografia 29 ‌Índice de Figuras‌ Figura 1 – Mecanismo de ação de alguns antibióticos utilizados na profilaxia dentária 9 Figura 2 – Tomografia dentária antes da cirurgia com implante 14 Figura 3 – Implantes dentários 15 Figura 4 – Dor Inflamatória aguda e tratamento com corticosteroides 27 ‌Introdução‌ Atualmente, a estética do sorriso é alvo de grande importância individual, social e profissional o que leva a uma maior procura de tratamentos dentários que restabeleçam este requisito. Quando abrange de um a seis dentes denomina-se hipodontia, se abranger mais peças dentárias denomina-se hipodontia grave ou oligodontia e se a ausência dentária congénita abrange todos os dentes denomina-se anodontia. Os pacientes portadores de agenesias dentárias no sector anterior apresentam normalmente uma grande insatisfação com a estética do seu sorriso além dos problemas de mastigação, fonação e dicção que manifestam. Para o sucesso do tratamento das agenesias dentárias geralmente a abordagem do Médico Dentista é planeada de uma forma multidisciplinar na qual áreas como a Cirurgia Oral, Periodontologia, Dentisteria Operatória, Ortodontia, Prostodontia e Implantologia se interligam e complementam. A ausência de um dente permanente sucessor pode complicar a manutenção de espaço na dentição mista. Nos casos onde há presença de alinhamento, o tratamento possível será a extração dos primeiros pré- molares e o fecho do espaço remanescente. A maior parte das próteses tradicionais que se apresentam de forma móvel e fixa, têm vindo a ser substituídas pelos implantes dentais, que esteticamente são completamente distintos. No entanto, a investigação tem sido efetuada no sentido de pesquisar as diversas contrariedades no que respeita à utilização de antibióticos antes da colocação dos implantes. Segundo Sato (2008) os diversos protocolos existentes sobre a profilaxia cirúrgica são divididos em três principais grupos: a profilaxia pré-operatória, profilaxia pós-operatória e o conjunto das duas profilaxias. Geralmente, os antibióticos para a profilaxia cirúrgica são as penicilinas semissintéticas como fenoximetilpenicilina potássica (ou penicilina V), a ampicilina e, a amoxicilina. Tendo em conta estes importantes fatores, achei pertinente analisar a importância da profilaxia pré e pós operatória em cirurgia de implantes dentários. É sobre a análise deste aspeto que este trabalho pretende trazer um grande contributo de reflexão e de pesquisa, atendendo ao complexo fenómeno que constitui a prática da aplicação da profilaxia pré e pós operatória. Assim sendo, o principal objetivo deste trabalho é analisar se a prática da aplicação antibiótica pré e pós operatória é benéfica na implantação de implantes dentários. O presente trabalho está dividido cinco pontos principais que abordam temas sobre a profilaxia antibiótica, ansiolítica, anti-inflamatória e analgésica, bem como os efeitos desta, nos implantes dentários. ‌Mecanismo de ação dos antibióticos‌ Os antibióticos representam farmácos que são utilizados no tratamento de infecções bacterianas, no sentido de suprimirem o crescimento de outros microrganismos. Os antibióticos que são geralmente, utilizados em Implantologia, são classificados de acordo com a sua potência: os antibióticos bactericidas destroem as bactérias, e os antibióticos bacteriostáticos evitam que as bactérias se multipliquem, permitindo ao organismo eliminar as bactérias resistentes. Segundo Benahmed (2005) o antibiótico de eleição utilizado na prevenção da cicatrização retardada, nomeadamente, dentária, deve ser bactericida e de baixa toxicidade.   ‌Figura 1 – Mecanismo de ação de alguns antibióticos utilizados na profilaxia dentária As ações dos antibióticos são específicas quando dizem respeito a um único mecanismo e envolvem um determinado tipo de células. Esta separação de acções farmacológicas em específicas e inespecíficas, não é universal, um antibiótico pode exercer, para diferentes concentrações, qualquer dos dois tipos de acções. Assim sendo, os quatro mecanismos de acção dos antibióticos são: A ruptura da parede celular bacteriana, através da inibição da síntese de peptídeoglicanos (penicilina, cefalosporinas, glicopeptídeos, monobactâmicos e carbapenemos) Inibição da síntese das proteínas bacterianas, (aminoglicosideos, macrólidos, tetraciclinas, cloranfenicol, oxazolidonas, estrepetograminas e rifampicina) Interrupção da síntese do ácido nucleico, (fluorquinolonas, ácido málico) Interferência … Continued

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Próteses Totais Fixas versus Prótese Totais Overdenture Vantagens e Desvantagens

Próteses Totais Fixas versus Prótese Totais Overdenture Vantagens e Desvantagens     Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Pós-Graduado em Implantologia e Reabilitação Oral Dra Bruna Sofia dos Santos Rebelo Gomes A reabilitação oral dos pacientes desdentados totais é, ainda hoje, um desafio para os médicos dentistas e, devido a limitações, como a reabsorção severa do rebordo alveolar, a fragilidade dos tecidos de suporte, entre outros, há um grande insucesso na reabilita- ção com recurso a próteses totais convencionais. Com o aparecimento dos implantes osteointegrados, desenvolvidos a partir dos estudos de Bränemark, surgiram novas opções de tratamento: as próteses totais fixas sobre implantes e as próteses overdenture implan- to-retidas e muco-suportadas. A escolha entre uma ou outra forma de tratamento, assenta num diagnóstico adequado e num correto planeamento do caso. Ambas as próteses, com características próprias, apresentam vantagens em comum, tais como: a preservação óssea, um maior conforto e melhor desempenho mastigatório, bem como maior satisfação do paciente e qualidade de vida do mesmo. Neste trabalho, é feita uma comparação entre as duas formas de tratamento, apresentando as vantagens e desvantagens de cada uma delas. Palavras-chave: Implante; Prótese dentária; Overdenture; Prótese fixa implanto-supor- tada; Prótese total removível; Satisfação do paciente; Qualidade de vida. In the present days, the oral rehabilitation of edentulous patients is still a challenge for dentists and due to limitations such as the severe alveolar bone reabsorption, disabilities of the denture-bearing tissues and others; there is a great failure in conventional com- plete dentures rehabilitation. With the development of osseointegration by Bränemark, new treatment options became available: the full-arch implant-supported fixed prosthesis and the implant-supported overdentures. The treatment choice is based on a correct diag- nosis and a proper case planning. Each one of them has its own features. Both have advantages in common, such as: bone preservation, greater comfort and improved mas- ticatory performance, as well as enhance patient satisfaction and quality of life. In this work is done a comparison in relation to the both types of implant‒supported fixed prostheses and implant-supported overdenture, presenting its advantages and disadvantages. Keywords: Implant; Dental prosthesis; Overdenture; Implant-supported fixed prosthesis; Conventional Dentures; Patient satisfaction; Quality of life. Introdução ……………………………………………………………………………………………… 12 Caso Clínico…………………………………………………………………………………………… 14 Discussão ……………………………………………………………………………………………… 25 Conclusão……………………………………………………………………………………………… 25 Bibliografia…………………………………………………………………………………………….. 28 Figura 1. Fotografias iniciais extra-orais. (Fotografias de arquivo pessoal) ………. 14 Figura 2. Fotografias iniciais intra-orais sem a prótese inferior em boca. (Fotogra- fias de arquivo pessoal) ……………………………………………………………………………….. 15 Figura 3. Fotografias intra-orais iniciais com a prótese inferior em boca. (Fotogra- fias de arquivo pessoal) 15/16 Figura 4. Ortopantomografia inicial. (Fotografias de arquivo pessoal) …………….. 16 Figura 5. Enceramento diagnóstico feito com o recurso ao duplicado da prótese total acrílica inferior já confecionada e montagem em articulador semi-ajustável em relação cêntrica. (Fotografias de arquivo pessoal) ……………………………………… 17 Figura 6. Planeamento cirúrgico através do programa BlueSkyBio®. Posição do nervo alveolar inferior e colocação dos implantes, numa vista de um corte frontal na imagem Através da observação dos cortes sagitais (B, C, D e E), é possível verificar que se está perante um osso do tipo D2/D1. (Imagens de arquivo pessoal) 17 Figura 7. Guia multifuncional. (Fotografia de arquivo pessoal)……………………….. 18 Figura 8. Fotografia após extração dos dentes antero-inferiores (A); após regula- rização do rebordo ósseo (B); após sutura (C); com a prótese total colocada (D). (Fotografias de arquivo pessoal)……………………………………………………………………. 18 Figura 9. Aspeto do rebordo alveolar inferior dois meses após as extrações dentá- rias. (Fotografia de arquivo pessoal) ……………………………………………………………… 18 Figura 10. Sistema Infra da marca Signo Vinces® na imagem A e o implante usado na cirurgia na imagem B. (Imagens retiradas do site <https://www.signovinces.com. br/ common/default/catalogos/WebImplanteInfraPtV3_Mar2017.pdf.> [Consultado em 20/08/2018])…………………………………………………………………………………………… 19 Figura 11. Osttell ISQ. (Imagem retirada do site <https://www.neodent.com.br/oss- tell-isq.> [Consultado em 20/08/2018])…………………………………………………………… 19 Figura 12. Fotografias do ato cirúrgico. Após a sutura, o descolamento e exposi- ção da crista alveolar na imagem A. Na imagem B e C é possível observar o para- lelismo existente com os paralelizadores colocados e a confirmação através dos raios-x apicais, nas imagens D e E. Após os implantes colocados na imagem F e as respetivas radiografias apicais nas imagens G e H. Já com os cicatrizadores e a sutura na imagem I. (Fotografias de arquivo pessoal)……………………………………… 20 Figura 13. Fotografias da fase protética, no dia da cirurgia. Durante a colocação do material de reabasamento soft na imagem A e a prótese finalizada na imagem (Fotografias de arquivo pessoal)……………………………………………………………….. 21 Figura 14. Sistema Kerator®. (Imagem retirada do site http://kerator.com/system/bbs / board.php?bo_table=brochure&lan=&wr_id=8?lan [Consultado em 20/08/2018]) 22 Figura 15. Fotografias do dia da colocação dos keratores. Ainda com os pilares de cicatrização na imagem A. Aspeto da gengiva após a remoção dos cicatrizadores na imagem B. Após a colocação dos retentores na imagem C. Já com as cápsulas de cor preta aplicadas para a captura dos keratores na imagem D. Prótese finali- zada na imagem E. (Fotografias de arquivo pessoal) ………………………………………. 22 Figura 16. Substituição das cápsulas nas imagens C e D. Fotos finais com a pró- tese colocada nas imagens C e D. (Fotografias de arquivo pessoal) ………………….. 23 Figura 17. Ortopantomografia realizada com folow-up de quatro meses e uma semana após a cirurgia. (Fotografias de arquivo pessoal) ………………………………… 24 Tabela 1. Informações sobre os implantes colocados, no dia da cirurgia. Nos índices de ISQ, foram feitas duas medições: mesio-distal (MD) e vestibulo-lingual (VL) 21 Tabela 2. Comparação dos níveis de ISQ dos implantes entre o dia da colocação e passados três meses. Nos índices de ISQ, foram feitas duas medições: mesio-distal (MD) e vestibulo-lingual (VL) ……………………………………………………………………… 23 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS mm — milímetros fig. — figura N — Newton Ø — diâmetro INTRODUÇÃO O objetivo principal da medicina dentária é devolver ao paciente a saúde biológica dos tecidos orais, a função, o conforto e a estética, quer seja pelo tratamento de cáries ou pela substituição de dentes perdidos. O que torna a Implantologia única é a habilidade de alcançar estes objetivos dependendo das doenças orais, disponibilidade óssea e dos desequilíbrios no … Continued

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O uso de implantes curtos em reabilitação parcial posterior superior em alternativa à elevação do seio maxilar

    O uso de implantes curtos em reabilitação parcial posterior superior em alternativa à elevação do seio maxilar Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Pós- Graduado em Implantologia e Reabilitação Oral Dra Ana Sofia Dias Marques Gomes Resumo A reabilitação de uma maxila atrófica apresenta vários desafios, nomeadamente quando parte do plano de tratamento envolve a colocação de implantes dentários. (Morand et al., 2007) Parte de um diagnóstico preciso envolve conhecer o padrão de reabsorção da maxila, os efeitos sistémicos e o impacto da densidade óssea na taxa de sobrevivência dos implantes. (Morand et al., 2007) É importante reconhecer as limitações que a colocação de implantes dentários apresenta perante uma maxila atrófica e identificar alternativas de tratamento. (Morand et al., 2007) Além de frequentemente apresentar pouca disponibilidade óssea, a área posterior da maxila apresenta também espaço prostodôntico reduzido e proximidade com o seio maxilar. (Morand et al., 2007) Como alternativa a procedimentos de elevação do seio maxilar existe a possibilidade de colocação de implantes curtos, sendo estes aqueles com comprimento inferior a 10 mm. (Morand et al., 2007) Esta revisão bibliográfica integrativa avalia a taxa de sobrevivência de implantes dentários curtos como alternativa de tratamento na maxila atrófica e os parâmetros envolvidos no seu sucesso. Os resultados desta revisão demonstram que os implantes curtos são uma opção de tratamento viável em maxilas atróficas, contando que os protolos de selecção e execução são mantidos e são rigorosos. The rehabilitation of an atrophic maxilla presents many challenges, namely when part of the treatment plan request the placement of dental implants. (Morand et al., 2007) Part of an accurate diagnosis involves aknowledge the resorption pattern of the maxilla, the systemic effects and the impact of the quality of the bone on the implants survival rate. (Morand et al., 2007) It is important to recognize the limitations of dental implants placement in an atrophic maxilla and be able to identify alternatives of treatment. (Morand et al., 2007) Besides often presenting limited bone availability, the posterior area of the maxilla presents as well reduced prosthodontic space and proximity with maxillary sinus. (Morand et al., 2007) As an alternative to maxillary sinus elevation procedures, there is a possibility of placement of short dental implants, being those with length below 10 mm. (Morand et al., 2007) This integrative bibliographic review evaluates the short dental implants survival rate as a treatment alternative in atrophic maxilla and the parameters involved in their success. The results of this review prove that the short dental implants are a viable treatment option in an atrophic maxilla, counting that the selection and execution protocols are kept and are restricted. Dedicatória Ao meu namorado, Daniel, Por estar sempre a meu lado, Por me dar força para continuar. Aos meus pais, Por me ensinarem que devemos perseverar nos objectivos que pretendemos alcançar, Por me permitirem ser quem sou hoje. Aos meus pais e ao meu namorado, Por me apoiarem incondicionalmente, Por acreditarem em mim. Aos meus colegas de curso, Pelas fantásticas fotografias e pelas palavras de incentivo. Ao Dr. Alexandre, Pelo apoio durante todo o curso e pela compreensão nas mensagens de última hora. Parte I – Introdução 1 1.Materiais e Métodos 3 Parte II – Caso Clínico 4 Anamnese 4 Exame Extra-Oral 5 Exame Intra-Oral 5 Exames Complementares de Diagnóstico 7 Radiografia Panorâmica 7 Tomografia Axial Computorizada 7 Enceramento Diagnóstico 8 Diagnóstico 9 Plano de Tratamento 10 Planeamento da Cirurgia 11 Procedimento Cirúrgico (técnica cirúrgica) 12 Cirurgia de colocação de cicatrizadores e técnica de impressão 20 Selecção do tipo de restauração 22 Plano de Manutenção 24 Parte III – Discussão 25 Terapêuticas para reabilitar a zona posterior da maxila 25 Implantes Unitários 27 Previsibilidade de resultados na zona posterior 27 Estabilidade primária e secundária 28 Sistema de Implantes InfraR Cone Morse 31 Implantes Curtos 32 Vantagens 32 Desvantagens 33 Taxas de sucesso e sobrevivência dos implantes curtos (validade científica) 33 Factores que determinam a taxa de sobrevivência e prognóstico de implantes curtos 37 Qualidade e quantidade de osso 37 Factores relacionados com o paciente 38 Hábitos tabágicos 38 Alterações sistémicas 38 Hábitos parafuncionais 39 Hábitos de higiene oral 39 Características dos implantes 40 Área de Superfície do Implante 40 Plataforma “Switch” 42 Conexão Cone Morse 43 Factores Protéticos 44 Factores oclusais 44 Proporção coroa-implante 45 Ferulização de coroas 46 Parte IV – Conclusão 48 Bibliografia I Anexos IV Anexo 1 IV Lista de Abreviaturas TAC – tomografia axial computorizada ASA – American Society of Anesthesiologists Mm – milímetro VP – vestibulo palatino MD – mesio distal ISQ – Índice de Estabilidade Primária Introdução A colocação de implantes dentários como forma de reabilitar dentes perdidos é uma opção de tratamento com elevadas taxas de sucesso (Ahmed, 2018; Anand, 2013; Jivraj, 2006), especialmente com a introdução de novos e melhores desenhos de implante e tratamentos de superfície. (Stellingsma, 2004 cit in Al-Hashedi et al 2014; Lombardo 2017) A selecção de implantes longos e de maior diâmetro possível foi durante anos o protocolo de muitos dentistas (Haridas & Deepika, 2014; Al-Hashedi et al, 2014; Morand, 2007), uma vez que apresentam uma melhor proporção coroa-implante e uma maior área de superfície de contacto com o osso. (Annibali et al, 2011) Estas características permitem uma distribuição mais eficiente das forças oclusais, aumentam a osteointegração e favorecem a sobrevivência a longo prazo. (Annibali et al, 2011; Al-Hashedi et al, 2014) Sendo um dos factores mais relevantes na avaliação de sucesso de um implante dentário, a disponibilidade e a qualidade óssea em redor dos implantes, a colocação de implantes longos nem sempre é possível devido à indisponibilidade óssea aliada a limitações anatómicas. (Prasad et al, 2011) A reabilitação da zona posterior da maxila apresenta desafios para o dentista por se tratar de uma zona de díficil acesso, com visibilidade reduzida, comumente com espaço interoclusal reduzido e com particularidades do ponto de vista anatómico e biomecânico. (Haridas & Deepika, 2014; Morand, 2007; Jivraj, 2006) A literatura demonstra que os dentes ou … Continued

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Voltar a sorrir com confiança e naturalidade: Implante unitário no 22 com recurso a expansores atraumáticos

  Voltar a sorrir com confiança e naturalidade: Implante unitário no 22 com recurso a expansores atraumáticos www.posgraduacao.eu Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Pós-Graduado em Implantologia e Reabilitação Oral Dra. Marisa Ribeiro Resumo Na atualidade é importante que o Médico Dentista compreenda todos os critérios de um sorriso harmonioso e estético devido ao papel essencial num contexto de interação psicossocial dos indivíduos. Para isso, objetivou-se rever a literatura no que concerne à análise do setor dentário anterior numa perspetiva morfológica, relacionando-o com a estética do sorriso, motivo pelo qual se procede à caracterização deste setor dentário em particular, à análise da estética do sorriso e da influência da morfologia dentária nessa mesma estética e à colocação de implantes, com o intuito de contribuir, de igual modo, para um sorriso harmonioso. Esta revisão pretende sustentar o foco do trabalho que se desenvolve posteriormente, assente num caso clínico. Foram utilizados livros e artigos publicados entre 2001 e 2018, com especial incidência para os últimos 5 anos, de autores conhecidos em meio académico e que foram obtidos nas bases de dados eletrónicas PubMed, Lilacs, Medline e SciELO, usando-se os seguintes descritores para as pesquisas: “Dental morphology”, “Anterior teeth”, “Dental Sculpture”, “Dental aesthetics”, “Dental implant” e “Atraumatic expanders”. Posteriormente foi também apresentado em detalhe o caso clínico que consistiu na colocação de um implante unitário no 22 com recurso a expansores atraumáticos. Os resultados foram positivos, tendo todo o processo decorrido dentro do previsto. Abstract Nowadays it is important Dentist understands all criteria of a harmonious and aesthetic smile due to the essential role in a context of psychosocial interaction of individuals. The purpose of this study was to review the literature regarding the analysis of the anterior dental sector in a morphological perspective, relating it to the aesthetic of the smile. Therefore, we focused on this dental sector. We looked to analyse the aesthetic of smile and more precisely the influence of dental morphology and placement of implants, with the intention of contributing, in the same way, to a harmonious smile. This review intends to sustain the focus of the work we developed, based on a clinical case. We used books and articles published between 2001 and 2018, with a special focus on the last 5 years, of authors known in the academic world. Articles were obtained in the electronic databases PubMed, Lilacs, Medline and SciELO, using the following descriptors for “Dental morphology”, “Anterior teeth”, “Dental Sculpture”, “Dental aesthetics”, “Dental implant” and “Atraumatic expanders”. Later in this report we will present in detail the clinical case that consisted of the placement of a unitary implant in 22 with the use of atraumatic expanders. The results were positives, and the whole process went as predicted. Agradecimentos À minha orientadora, Drª Mila Trindade, pela orientação dedicada e por toda a disponibilidade e conhecimentos transmitidos. Ao Dr. Eduardo, pela imensa paciência para me responder às minhas sempre inúmeras questões. Ao Professor Dr. Hiram Fischer pela paciência, dedicação e apoio constantes durante este último ano que muito contribuiu para o meu enriquecimento e crescimento profissional. A toda a equipa de professores e funcionários pela incansável disponibilidade, motivação e partilha de ensinamentos. A todos os colegas e amigos, que com a sua presença e incentivo contribuíram para o meu sucesso. E mais em particular ao Rui, à Sara, à Jacqueline, à Cláudia, às Catarinas, à Ana e à Margarida que se destacaram de forma importante e se tornaram para mim pessoas muito especiais que quero guardar para a vida. Ao Miguel e ao João, colegas e amigos de trabalho que me incentivaram a participar neste desafio e que me acompanharam durante todo ele. À minha querida paciente, a minha mãe, pela disponibilidade e confianças infinitas, em mim e no meu trabalho de médica dentista, ao ter aceite tão prontamente este grande desafio. Aos meus fantásticos e maravilhosos pais, por terem sempre acreditado em mim, mais do que eu mesma, por me terem transmitido os melhores valores e por me terem dado tanto mimo, carinho, dedicação e um amor incondicional. Obrigada por todo o orgulho que sentem por mim! ÍNDICE Índice de Figuras vii Introdução 1 Caso clínico 16 Discussão 31 Conclusão 34 Bibliografia 35 ‌Índice de Figuras Figura 1 – Morfologia básica dos dentes 3 Figura 2 – Pontos de contacto anteriores 5 Figura 3 – Anatomia peri-oral 6 Figura 4 – Kit de expansores ósseos atraumáticos 15 Figura 5 – Fotografias iniciais: extra-orais 16 Figura 6 – Fotografias iniciais: intra-orais (ambas as arcadas em oclusão) 17 Figura 7 – Fotografias iniciais: intra-orais (panorâmica direita e panorâmica esquerda)17 Figura 8 – Fotografias iniciais: intra-orais (oclusão superior e oclusal inferior) 18 Figura 9 – Imagens TC: Osso D2 19 Figura 10 – Imagens TC: Osso D2 19 Figura 11 – Ortopantomografia (dezembro de 2017) 20 Figura 12 – Moldeiras 21 Figura 13 – Montagem em articulador 21 Figura 14 – Enceramento diagnóstico 22 Figura 15 – Guia cirúrgica 22 Figura 16 – Fotografias da cirurgia 24 Figura 17 – Fotografias da cirurgia (cont.) 25 Figura 18 – Fotografias da cirurgia (cont.) 26 Figura 19 – Remoção do fio de sutura 10 dias após colocação do implante 27 Figura 20 – Raio X do implante colocado 28 Figura 21 – Imagem da TC realizada ao implante 15 dias após a sua colocação 28 Figura 22 – Impressões para coroa provisória 29 Figura 23 – 15 dias depois de colocar o parafuso cicatrizador 30 Figura 24 – Facetas e coroa provisórias 30 ‌Introdução Na atualidade é importante que o Médico Dentista compreenda todos os critérios de um sorriso harmonioso e estético devido ao papel essencial num contexto de interação psicossocial dos indivíduos. Para isso objetivou-se rever a literatura no que concerne à análise do setor dentário anterior numa perspetiva morfológica, relacionando-o com a estética do sorriso, motivo pelo qual se procede à caracterização deste setor dentário em particular, à análise da estética do sorriso e da influência da morfologia dentária … Continued

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Reabilitação Mandibular Parcial Posterior com Implantes Infra: Caso Clínico

www.posgraduacao.eu   Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde Porto, 2018 Reabilitação Mandibular Parcial Posterior com Implantes Infra: Caso Clínico Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do Diploma Universitário em Implantologia e Reabilitação Oral. Dra. Catarina Varela de Sousa Cotrim Resumo O planeamento cirúrgico com base no exame clínico pré-operatório, exames complementares e plano de tratamento é fundamental para minimizar riscos e contratempos, permitindo clinicamente planear duma forma reversa dando relevância à opção protética, melhorando substancialmente o controlo da estética, função e oclusão, bem como, os resultados a longo-prazo. Palavras-chave: “planeamento cirúrgico” “disponibilidade óssea” “regeneração óssea” “osteointegração” “reabilitação” Abstract The surgical planning based on preoperative clinical examination, complementary exams and treatment plan is fundamental to minimize risks and setbacks, allowing clinically to plan in a reverse way giving relevance to the prosthetic option, substantially improving the control of esthetics, function and occlusion as well as long-term results. Keywords: “Surgical planning” “bone availability” “bone regeneration” “osseointegration” “rehabilitation” Agradecimentos Gostaria de agradecer a toda a equipa, em especial à minha amiga e colega Dr.ª Margarida Cortez, ao nosso orientador sempre presente Dr. Anthony Farsoun, ao Dr. Hiram Fisher pelo conhecimento que nos transmitiu com toda a sua paciência, à Maria da Cruz por ter sempre uma palavra certa na altura certa, a toda a equipa do centro europeu de pós-graduação que tornaram tão agradável este ano. Introdução 1 Objetivo 1 Problema 1 Enquadramento Teórico 2 Caso Clínico 9 Anamnese 9 Situação clínica inicial 10 Opções terapêuticas 13 Protocolo selecionado 14 Situação clínica final (Prova de dentes) 19 Discussão 20 Conclusão 24 Bibliografia 25 Figura 1 – Ortopantomografia inicial 9 Figura 2 – Fotografias intraorais 10 Figura 3 – Fotografias extra-orais da cavidade oral 11 Figura 4 – Fotografias iniciais de rosto 12 Figura 5 – Planeamento tomográfico no programa Blueskyplan® 13 Figura 6 – Etapas cirúrgicas planeadas 16 Figura 7 – Etapas protéticas 18 Figura 8 – Situação clínica final 19 Tabela 1 – Comparação do torque de inserção de cada implante e dos valores de ISQ iniciais e passados e meses 23 Ceraburr® – Broca para corrigir inclinação DVO – Dimensão vertical oclusal ISQ – Quociente de estabilidade implantar (mede estabilidade dos implantes de 0 a 100) Locators® – Sistema de retenção de encaixe macho-fêmea entre implantese prótese OSTEL® – Aparelho eletrónico medidor de ISQ PTFIS – Prótese total fixa implanto-suportada PTR – Prótese total removível muco suportada (prótese total convencional) PTRIS – Prótese total removível implanto-suportada ou sobredentadura TAC – Tomografia axial computorizada CBCT – Cone beam computed tomography ROG – Regeneração óssea guiada Introdução Objetivo O objetivo deste trabalho incide na discussão do planeamento do caso clínico realizado ao longo do curso de implantologia e reabilitação oral. O caso clínico descrito nesta monografia foi realizado, em conjunto com a Dr.ª Margarida Cortez, que procedeu à total reabilitação do maxilar superior. A reabilitação de toda a maxila irá ser documentada na sua monografia. A minha documentação irá incidir sobre a reabilitação parcial fixa com implantes da mandíbula, neste caso a nível do quarto quadrante. Na reabilitação da mandíbula, para que fosse possível devolver quer a estética quer a função da paciente resolvemos reabilitar com uma ponte sobre implantes de 44 a 47. No momento cirúrgico colocou-se três implantes infra Duocon® respetivamente no espaço edêntulo do 44, 46 e 47. Problema O objetivo da cirurgia para colocação de implantes é substituir a forma radicular de um dente, que quando colocado com a forma e angulação correta, possa ser usado como pilar protético. O osso deve receber o menor trauma possível e este deve apresentar saúde, volume e densidade adequados para o preparo, colocação e cicatrização do implante (Misch, 2000). Numa reabilitação fixa sobre implantes, as principais recomendações são: o exame clínico pré-operatório, exames complementares e o plano de tratamento completo. Se não houver um bom planeamento poderá comprometer toda a viabilidade do caso. Neste caso em concreto houveram alguns aspetos que tiveram que ser considerados previamente à colocação dos implantes, defeitos ósseos como na zona correspondente ao 44 que apresentava um defeito vestibular logo abaixo da crista óssea comprometendo assim a largura disponível. Na região entre o 45 e 46 existia uma opacidade com maior densidade que ponderámos tratar-se de exostose ou mesmo uma raiz anquilosada, optámos por essa razão desviar a colocação dos implantes comprometendo algum paralelismo e inclinação bem como distâncias entre dente 43 e implante e entre implantes. Enquadramento Teórico Como referido acima, as principais recomendações são: o exame clínico pré-operatório, exames complementares e o plano de tratamento completo. O exame pré-operatório envolve: A avaliação da condição médica do paciente; Análise da integridade do local e morfologia óssea (Misch, 2000); Avaliação de todas as contra-indicações absolutas: as contra-indicações absolutas à colocação de implantes com base no risco cirúrgico e anestésico são limitadas aos pacientes com patologias agudas, metabólicas descompensadas e grávidas (Peterson, Ellis&Hupp, 2000). O plano de tratamento envolve: Examinar a saúde intra-oral dos tecidos duros e moles, bem como a morfologia óssea do local cirúrgico realizando análise clínica e radiográfica; Análise clínica: na análise clínica processa-se à inspeção e palpação das áreas edêntulas percebendo o volume ósseo disponível; Avaliação da distância entre os arcos maxilares (que deve ser pelo menos de 5mm inter-arcadas); Análise radiográfica: avaliação da ortopantomografia e de radiografias periapicais, que apesar de não darem informação sobre a qualidade óssea e largura do rebordo, são importantes para observar modificações anatómicas em redor da zona edêntula e identificar estruturas anatómicas como o seio maxilar e nasais, nervo alveolar inferior e mentoniano, os ápexes de dentes adjacentes e zona coronal da crista alveolar. Contudo é sempre estritamente necessário recorrer-se a imagens a três dimensões como a TAC/CBCT (Lindhe&Karring, 2005). No passado, até à década de 90, a investigação em implantologia centrava-se principalmente no interface osso-implante dos implantes endo-ósseos. Até então, acreditava-se que a ancoragem previsível do implante requeria contacto direto osso- implante, sem a qual, o procedimento não seria bem sucedido. As investigações que se sucederam, tinham como objetivo … Continued

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