Reabilitação posterior unilateral da maxila com implantes: Relato de um caso clínico
Universidade Fernando Pessoa Faculdade de ciências de Saúde
Dra. Corália Filipa Teixeira Ribeiro
Porto, 2018
Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para a obtenção do Diploma Universitário em Implantologia e Reabilitação Oral.
Resumo
Os implantes dentários são atualmente uma das soluções mais preconizadas para reabilitar pacientes parcial ou totalmente edêntulos. Na cavidade oral, a região posterior da maxila tem sido descrita como a região de maior desafio e problemática para a realização de uma reabilitação com implantes. Este trabalho tem como objetivo documentar um caso clínico de reabilitação da maxila posterior direita com 4 implantes, parte integrante de um plano de tratamento que visa a restituição da função e da estética ao paciente, assim como uma revisão da literatura científica referente ao tema. O paciente apresentava uma quantidade óssea significativa, no entanto do tipo D4, o que foi contornado utilizando a técnica de sub-instrumentação. Atualmente, técnicas cirúrgicas e soluções protéticas permitem aos clínicos superarem essas dificuldades com taxas de sucesso extremamente altas.
Abstract
The use of dental implants is currently one of the most recommended solutions to rehabilitate partially or totally edentulous patients. The rehabilitation of the posterior region of the maxilla with dental implants has been described as one of the most challenging and problematic. The aim of this paper is to review the scientific literature on this specific subject and to present a documented clinical case of a rehabilitation of an edentulous posterior maxilla with 4 dental implants in order to restore the function and aesthetics. Despite the patient had a significant amount of bone. The bone type was D4. To work around this problem the technique of sub-instrumentation was used. Nowadays, surgical techniques and prosthetic solutions allow the clinicians to overcome those difficulties with extremely high success rates.
Índice Geral:
Resumo 5
Abstract 5
Índice geral 6
Índice de Figuras 7
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Introdução 9
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Caso Clínico 11
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Descrição do paciente 11
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Registos clínicos 12
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Fotografias Extra-orais 12
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Fotografias Intra-orais 16
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Meios auxiliares de diagnóstico 18
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Montagem dos modelos em articulador 20
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Opção terapêutica tomada 22
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Protocolo cirúrgico 23
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Primeira fase de tratamento – colocação dos implantes 23
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Segunda fase de tratamento – exposição dos implantes e colocação de parafusos de cicatrização 26
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Resultados do tratamento 27
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Tempo de “follow-up” 27
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Discussão 28
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Opções de tratamento na maxila Posterior 29
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Implantes de tamanho padrão 29
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Elevação do seio maxilar 29
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Implantes curtos 29
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Implantes colocados com angulação 30
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Tipos de osso e formato do implante 31
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Técnica cirúrgica 34
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Estabilidade primária, torque e ISQ 34
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Taxas de sucesso, carga imediata / tardia 35
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Tipo de reabilitação 37
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Hábitos deletérios 37
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Conclusão 39
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Bibiografia 40
Índice de Figuras
Figura 1- Foto frontal em repouso 12
Figura 2 e 3- Foto lateral esquerda e direita 13
Figura 4 e 5 – foto de 2/3 perfil esquerda e direita 13
Figura 6 – Foto do sorriso Frontal 14
Figura 7 e 8 – Foto de sorriso lateral esquerda e direita 14
Figura 9- Foto do sorriso Amarelo 15
Figura 10- Foto do sorriso Forçado 15
Figura 11- Foto Frontal 16
Figura 12- Foto lateral direita 16
Figura 13 – Foto Lateral esquerda 16
Figura 14 – Foto Oclusal Superior 17
Figura 15 – Foto Oclusal Inferior 17
Figura 16 – OPG 18
Figura 17 – TAC corte Frontal da maxila posterior direita simulação da colocação de implantes_18 Figura 18 – TAC cortes sagitais para planeamento da posição e comprimento dos implantes 19 Figura 19 – TAC corte frontal, simulação de reabilitação completa com implantes 20
Figura 20 – Montagem em vista lateral direita 20
Figura 21 – Montagem em vista lateral esquerda 21
Figura 22 – Enceramento de diagnóstico direito 21
Figura 23 – Enceramento de diagnóstico esquerdo 21
Figura 24 – Modelo duplicado do enceramento e guia cirúrgica 22
Figura 25- Incisão cirúrgica 23
Figura 26- Guia cirúrgica em boca 23
Figura 27 / 28- Radiografia e foto dos paralelizadores em boca 24
Figura 29/30- Radiografia e foto dos implantes em boca 24
Figura 31- Suturas 25
Figura 32- Pilares de impressão para provisórios 26
Figura 33- Parafusos de cicatrização 26
Índice de tabelas
Tabela1- Resumo dos fatores de sucesso e insucesso dos implantes 36
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Introdução
Este trabalho tem como objetivo documentar uma reabilitação da maxila posterior direita com implantes, parte integrante de um plano de tratamento que visa a restituição da função e da estética ao paciente, assim como uma revisão da literatura referente ao tema. O paciente apresenta como principais problemas dentários uma perda da dimensão vertical, associada a falta de dentes posteriores em todos os quadrantes e desgaste excessivo dos dentes anteriores. O paciente é portador de duas próteses esqueléticas.
Os implantes dentários são atualmente uma das soluções mais preconizadas para reabilitar pacientes parcial ou totalmente edêntulos. (Corbella et al., 2015; Porter and Fraunhofer, 2005 ) Comparativamente a outras soluções de reabilitação removíveis, estes quando planeados e colocados de forma correta e funcional apresentam menos complicações para a oclusão e os dentes adjacentes, assim como maior conforto e qualidade de vida para os pacientes. (Corbella et al., 2015; Monteiro et al., 2015)
Na cavidade oral, a região posterior da maxila tem sido descrita como a região de maior desafio e problemática para a realização de uma reabilitação com implantes. (Carvalho et al., 2004) A planificação da reabilitação com implantes dentários nesta área é frequentemente acompanhada de várias limitações anatómicas, destacando-se entre elas, o volume de osso inadequado a nível vertical e/ou horizontal, maxilas atróficas, densidade óssea, sendo também variantes a considerar as condições de saúde geral e oral do paciente. (Corbella et al., 2015; Conrad et al., 2011; Porter and Fraunhofer, 2005)
Considerando todos estes fatores, são válidos como tratamentos na maxila posterior: implantes padrão, elevação do seio maxilar, implantes curtos, implantes colocados angulados (implantes tuberositários e pterigóideos, implantes zigomáticos e implantes colocados com inclinação distal). (Conrad et al., 2011; Porter and Fraunhofer, 2005; Jivraj and Chee, 2006; Shadid et al., 2014)
A principal falha dos estudos disponíveis relativamente à colocação de implantes padrão na região posterior da maxila, é o fato de ser um tema pouco fundamentado cientificamente. Nesta região a colocação de implantes é muitas vezes acompanhada de entraves anatómicos e devido a este fato existe uma maior disponibilidade de literatura que descreve e fundamenta as situações complexas de reabilitação.
A fundamentação teórica deste trabalho, foi efetuada através de uma revisão integrativa da literatura, elaborada com base na leitura de artigos científicos pesquisados nas seguintes bases de dados online: “ PubMed”, “SciELO” e “ ScienceDirect”, “ Embase”, “cochrane library”
A estratégia de busca empregou as seguintes palavras com todas as possíveis combinações: implantes dentários (dental implants), implantes maxilares (maxilla implants), implantes posteriores maxilares (maxilla posterior implants), maxila atrófica (atrophic maxilla), maxila reabsorvida (resorbed maxilla) , implantes pterigoideos (pterygoid implant), carga imediata/precoce (early loading/ immediate loading), taxa de sobrevivência (survival rate)
Foram estabelecidos alguns limites de pesquisa, incluindo apenas artigos de língua inglesa publicados entre os anos de 2000 e o ano 2016. Foram excluídos, artigos de outros idiomas exceto língua inglesa e artigos com datas anteriores ao ano 2000.
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Caso Clínico
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Descrição do paciente
Idade: 62 anos Género: masculino
Motivo da consulta: Paciente gostaria de substituir as próteses esqueléticas removíveis por uma solução fixa.
Hábitos:
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Ex- fumador, fumador durante 30 anos
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Bruxismo
Profissão: Reformado, profissão técnico de obra Antecedentes médicos:
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Hipertensão
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Apneia do sono
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Refluxo gastro esofágico.
Antecedentes dentários:
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Perda de peças dentárias por doença cárie
o 14, 15, 16, 17, 18, 24, 25, 26, 36, 37, 38, 45, 46, 47
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Classe II Kennedy modificação I superior e inferior
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Perda de dimensão vertical
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Próteses esqueléticas superior e inferior
Higiene oral:
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Escovagem duas vezes por dia.
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Não tem o hábito de passar fio dentário ou de realizar bochechos.
Aspetos biopsicossociais:
O paciente apresenta um edentulismo parcial adquirido precocemente, provocado certamente por doença cárie, uma vez que não apresenta doença periodontal. No meio social onde se inseria, e na época, frequentemente não se realizavam os tratamentos dentários necessários e procediam diretamente as extrações das peças dentárias. Uma vez que o paciente não substituiu as peças dentárias perdidas, com o passar do tempo foi criando o hábito de utilizar os dentes anteriores para mastigar os alimentos, levando a um desgaste anormal dos mesmos, assim os hábitos alimentares e sociais foram-se instaurando e a falta dos dentes não representava incomodo para o paciente.
Posteriormente influenciado pela sua esposa e igualmente pelo gastrenterologista (história de refluxo gastro esofágico) o paciente decidiu consultar um médico dentista, que o aconselhou a realizar duas próteses esqueléticas. Com esta solução o paciente pôde recomeçar a comer corretamente e recuperou a vontade de sorrir, uma vez que o problema dos espaços edêntulos estava resolvido. No entanto, posteriormente o fato do paciente ter os dentes anteriores desgastados e de não estar completamente satisfeito com a solução removível levou-o a procurar uma solução fixa para o seu caso.
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Registos clínicos:
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Fotografias Extra-orais
Figura 1- Foto frontal em repouso
Figura 2 e 3- Foto lateral esquerda e direita
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