Reabilitação unitária em maxila posterior sobre implante

Reabilitação unitária em maxila posterior sobre implante

 

 

Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção de grau de Diploma Universitário em Implantologia e Reabilitação Oral

Dr. Rui Valente

Resumo

O presente trabalho relata um caso clínico de reabilitação fixa em maxila posterior com recurso a implante dentário. A região posterior da maxila apresenta determinadas limitações em especial a baixa densidade óssea, promotora de uma menor taxa de sucesso e lenta osteo-integração. Novas técnicas como tratamentos de superfície nos implantes dentários, plataforma switch e conexão em cone morse, têm promovido maiores taxas de sucesso mesmo na região posterior da maxila. Não esquecendo neste processo, a necessidade de ter em conta determinados fatores de risco que podem condicionar o sucesso do caso clínico, como é o caso de bruxismo, hábitos tabágicos entre outros. Com uma boa avaliação e planeamento, foi possível obter ótimos resultados em linha com a literatura consultada, garantindo uma reabilitação fixa que se espera com bons resultados a longo prazo.

Abstract

The current study reports a clinical case of a fixed rehabilitation in posterior maxilla using dental implant. The posterior maxilla it is a region with known limitations specially a low bone density, that leads to a lower success rate and a slow osseointegration. New techniques as surface treatments in dental implants, switch platform and cone morse connection, have been promoting higher success rates even in the posterior maxilla. In this treatment it wasn’t forgot the necessity of taking in account certain risk factors that condition the success of the clinical case, such as bruxism, smoking habits. With a good evaluation and planning, it was possible to obtain great results accordingly with the read literature, ensuring a fixed rehabilitation with long-term good results.

Agradecimentos

À minha madrinha, Maria da Luz Antunes, uma excelente pessoa e entendida em investigação científica. Sem ela este trabalho teria demorado muito mais tempo e com objetivos menos claros!

Aos meus pais, pela infinita paciência e suporte que me dão, para concluir com esforço e dedicação mais uma etapa profissional.

Ao Gonçalo Selas e à Catarina Rocha, fotógrafos de serviço sem os quais este trabalho não teria fotografias.

À equipa docente que nos preparou, acompanhou e esclareceu, antes, durante e ainda hoje nos casos clínicos.

À Maria da Cruz que fez um formidável trabalho de agente facilitadora nas várias fases do processo. Mesmo nos momentos mais difíceis, arranjou solução para quase toda a maleita.

Índice

I: Introdução 1

  1. Planeamento do Caso Clínico 8

  2. Fase Cirúrgica 15

  3. Fase Protética 22

II: Discussão 26

III: Conclusões 29

IV: Bibliografia 30

Índice de Figuras

Figura 1 – Representação esquemática de palavras chave e respetivas combinações 1

Figura 2 – Ilustração das diferenças entre as várias superfícies comparadas com tratamento de superfície SLA (primeira e terceira amostra) e SLActive (segunda e quarta amostra (Murphy et al., 2017) 4

Figura 3 – Imagem ilustrativa do implante plataforma switch (a) e matched (b) (Santiago

et al., 2016) 5

Figura 4 – Odontograma 8

Figura 5 – Fotografias extraorais. Frontal em repouso (topo esquerdo), frontal em sorriso natural (topo direito), lateral esquerdo em repouso (inferior esquerdo) e lateral direito em repouso (inferior direito) 9

Figura 6 – Fotografias intraorais. Superior: lateral esquerda (esquerda), frontal em máxima intercuspidação (centro) e lateral direita (direita); Inferior: oclusal superior (esquerda) e oclusal inferior (direita) 10

Figura 7 – Enceramento de diagnóstico em modelos de estudo, montados em articulador semiajustável 10

Figura 8 – Tomografia computorizada – Cortes Horizontais. Imagens à direita, pormenor de todos os cortes da região a reabilitar 11

Figura 9 – Tomografia computorizada – Cortes Sagitais da região a reabilitar 11

Figura 10 – Imagens da TC. Linha curva cinza identifica a perda óssea no sentido vestibulo-lingual (corte axial); medidas em milímetros do volume ósseo disponível (corte sagital esquerdo); densidades ósseas na zona recetora (corte sagital direito) 12

Figura 11 – Cortes sagitais da TC com simulação do implante dentário na região do 16 (superior). Simulações 3D da colocação do implante dentário na região do 16 (inferior)

. 13

Figura 12 – Incisão supracrestal com descarga intrassulcular ao redor dos dentes 14 e 17 (esquema à direita) 15

Figura 13 – Marcação com guia cirúrgica (esquerda) e confirmação radiográfica (direita)

. 16

Figura 14 – Desgaste seletivo da face mesial do segundo molar 16

Figura 15 – Radiografias de confirmação da progressão da broca lança 17

Figura 16 – Utilização de prolongador de broca 17

Figura 17 – Transporte do implante dentário 18

Figura 18 – Colocação mecânica de dois terços do implante dentário 19

Figura 19 – Finalização da colocação do implante dentário manualmente 19

Figura 20 – Radiografia final com o implante dentário paralelo à raiz do pré-molar 20

Figura 21 –Análise de Frequência de Ressonância no dia da cirurgia 20

Figura 22 – Teste de Análise de Frequência de Ressonância após dois meses 22

Figura 23 – Radiografia com pilar de transferência bem colocado no implante dentário

. 23

Figura 24 – Confirmação de moldeira aberta com palato estabilizado com godiva 23

Figura 25 – Impressão definitiva 24

Figura 26 – Esquema de cores enviado ao laboratório 24

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Classificação do osso em densidade (Misch, Kircos e Resnik, 2008) 2

Tabela 2 – Medidas recolhidas por intermédio da TC em milímetros. 14

‌I: Introdução

O presente trabalho visa abordar a realização de um caso clínico de reabilitação com recurso a implantes dentários na região posterior da maxila, recorrendo a técnicas e métodos baseados na evidência científica.

Para a realização deste trabalho procedeu-se a uma revisão bibliográfica integrativa com consulta na base de dados MEDLINE, a partir da plataforma PubMed. Limitou-se a pesquisa temporalmente aos artigos publicados nos últimos cinco anos. Dos artigos relevantes foram incluídas as revisões sistemáticas, os estudos de controlo randomizado, os estudos de coorte e os estudos caso-controlo.

A revisão bibliográfica foi realizada através da combinação das seguintes palavras-chave: dental implants (MeSH term), drilling, low density bone, narrowing, osseointegration (MeSH term), platform switching, posterior maxilla, risk factos (MeSH term), smoking (MeSH term), switch-platform, surface treatment, type IV bone (Figura 1).

switch platform

OU

platform switching

dental implants

Osseointegrat

E

low density

drilling

narrowing

risk factors

type IV bone

smoking

surface treatment

posterior ma

‌Figura 1 – Representação esquemática de palavras chave e respetivas combinações

De modo a restringir a pesquisa bibliográfica foram usados como critérios de inclusão artigos que abordam a reabilitação oral com implantes em regiões de maxila posterior, excluindo-se também artigos científicos que abordaram exclusivamente reabilitação da arcada inferior.

Segundo a World Health Organization (2012), a perda parcial ou total de peças dentárias é um problema de saúde mundial, sendo a cárie dentária e a doença periodontal as duas principais causas de perda dentária precoce. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (2008), aos 15 anos de idade, 11% dos dentes permanentes foram perdidos por cárie dentária.

A implantologia dentária surge no sentido de repor estes dentes perdidos. Porém, a região posterior da maxila apresenta limitações à reabilitação com implantes dentários, dada a presença de estruturas como o seio maxilar bem como a baixa densidade óssea (Misch, Kircos e Resnik, 2008). Atualmente, a implantologia moderna tem vindo a melhorar as taxas de sobrevivência de reabilitações em maxila posterior (Marković et al., 2015; Pabst et al., 2015).

A baixa densidade óssea da região posterior da maxila pode ser determinada em fase pré-operatória, durante o diagnóstico e plano de tratamento. Esta pode ser objetivamente determinada por intermédio de medições em Tomografias Computorizadas (TC) digitais. Segundo Wada et al. (2016), a medição digital da densidade óssea em unidades de hounsfield (HU) foi diretamente associada com os valores de torque de inserção do implante dentário. A TC pré-operatória torna-se, assim, uma ferramenta útil para um correto plano de tratamento.

‌Tabela 1 – Classificação do osso em densidade (Misch, Kircos e Resnik, 2008)

Densidade

Unidades de hounsfield

D1

Superior a 1250 HU

D2

Entre 850 e 1250 HU

D3

Entre 350 e 850 HU

D4

Entre 150 e 350 HU

D5

Inferior a 150 HU

Segundo Goiato et al. (2014), em osso pouco denso (D4) (Tabela 1), a utilização de implantes dentários com tratamento de superfície confere maior sobrevivência da reabilitação quando comparada com implantes sem tratamento de superfície. No estudo de Jemat et al. (2015), todos os tratamentos de superfície conferiram melhores resultados nas propriedades mecânicas do que os dos implantes dentários sem tratamento de superfície.

Porém no mesmo estudo alerta-se para a descoberta de limitações na utilização de tratamentos de superfície encontrados na avaliação dos implantes dentários testados.

Um dos principais riscos com a utilização de tratamentos de superfície, trata-se da possibilidade de ao longo do tempo ocorrer perda da aderência do tratamento de superfície, desprendendo-se do seu substrato (a superfície de titânio do implante dentário). Outra questão premente é a qualidade do tratamento de superfície. Esta pode variar mesmo no próprio implante, tendo sido encontrados sinais de variabilidade de espessuras do tratamento de superfície ao longo do implante. Outra alteração na qualidade dos tratamentos de superfície encontrada foi a variação na própria composição química do tratamento de superfície (Jemat et al., 2015).

Dos vários tratamentos de superfície disponíveis no mercado, o tratamento de superfície abrasivo com jato abrasivo de areia e condicionamento ácido (SLA) tem mostrado bons resultados (Jemat et al., 2015; Cassetta et al., 2016). Segundo Jemat et al. (2015), implantes dentários com tratamento de superfície SLA têm maior superfície de contacto entre o osso e o implante. O estudo de Kim et al. (2015) confirmou a hipótese de que a conjugação de SLA e anodização apresentam melhores resultados. Existe também a conjugação de SLA com cristais de hidroxiapatite, apresentando vantagem na osteo-integração, mas sem grande diferença estatística quando comparada com apenas a abrasão por jato de areia, apenas o condicionamento ácido ou a conjugação de ambos (SLA) (Calvo-Guirado et al., 2015).

Outra alteração ao SLA tem sido a alteração química da SLA, tornando-a mais hidrofílica, definida nalguns estudos como SLActive (Marković et al., 2015; Murphy et al., 2017). Estudos compararam a SLActive com a SLA mostrando melhor osteointegração (De Val et al., 2017; Murphy et al., 2017; Novellino et al., 2017).

Segundo (Murphy et al., 2017), a composição química da camada superficial oxidada tanto da SLA como da SLActive é semelhante. O estudo conclui que o que confere maior capacidade hidrofílica são as alterações morfológicas presentes exclusivamente no tratamento de superfície SLActive, nomeadamente protrusões à nanoescala (Figura 2).

 

‌Figura 2 – Ilustração das diferenças entre as várias superfícies comparadas com tratamento de superfície SLA (primeira e terceira amostra) e SLActive (segunda e quarta amostra (Murphy et al., 2017)

Shemtov-Yona, Rittel e Dorogoy (2014) avaliaram a superfície de implantes tratados com abrasão por jato de areia e sugerem que seja criada uma recomendação standard visto que foram identificadas pequenas fraturas na superfície do implante as quais podem levar à diminuição da resistência mecânica às cargas mastigatórias a longo prazo do implante dentário a longo prazo.

Quanto à forma, os implantes dentários cónicos quando comparados com os implantes cilíndricos apresentam mais superfície de contacto entre o osso e o implante (Jimbo et al., 2014).

Relativamente à transição do implante dentário com o pilar protético, alguns estudos referem que a plataforma switch e a conexão do tipo cone morse em implante dentário colocado ao nível da crista óssea, por possuir um pilar protético mais estreito, apresenta

menor perda da margem óssea em torno do implante quando comparado com implantes dentários com plataforma matched (Figura 3) (Vinnakota et al., 2014; Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2015a; Del Fabbro et al., 2015; Huang et al., 2015; Strietzel, Neumann e Hertel, 2015; Cassetta et al., 2016; Di Girolamo et al., 2016; Rocha et al., 2016; Santiago et al., 2016; Canullo, Caneva e Tallarico, 2017).

 

‌Figura 3 – Imagem ilustrativa do implante plataforma switch (a) e matched (b) (Santiago et al., 2016)

Porém, alguns estudos referem não encontrar diferenças e que a perda da margem óssea é multifatorial, não sendo o desenho do implante dentário determinante para tal (Romanos e Javed, 2014; Gamborena et al., 2015; Lee et al., 2016; Wenzel et al., 2016; Woo et al., 2016; Niu et al., 2017; Sanz-Martín et al., 2017).

Apesar de não ser consensual na literatura consultada, na maioria dos estudos defende-se a colocação dos implantes dentários de plataforma switch abaixo ou ao nível da margem óssea, existindo estudos que apontam como vantajosa a colocação do implante abaixo da margem e outros estudos que indicam não existir diferenças com significado estatístico (Kütan et al., 2015; Al Amri et al., 2017; De Val et al., 2017).

Relativamente à porção protética, segundo Santiago Junior et al. (2013), o tipo de material usado na porção protética não influencia quaisquer diferenças na distribuição das forças ao osso. No mesmo estudo concluem também que diâmetros maiores melhoram a transmissão e dissipação da carga oclusal para o osso, diminuindo igualmente o stress alveolar das cargas oblíquas.

A estabilidade do implante dentário pode ser determinada no ato cirúrgico tendo em conta o torque de inserção, medido em newtons por cm (N/cm). Posteriormente à inserção do implante, existe como método alternativo a Análise de Frequência de Ressonância (RFA), medida na escala do Índice do Quociente de Estabilidade (ISQ) (Filho et al., 2014).

Vários estudos concluíram que a alteração do protocolo cirúrgico, diminuindo a instrumentação, promoveram uma maior estabilidade primária, traduzida num torque de inserção mais elevado, mesmo para ossos tipo D3 e D4. Trata-se portanto de uma forma segura em ossos poucos densos de tentar obter maior estabilidade primária (Anitua et al., 2015; Stocchero et al., 2016). Porém, segundo Anitua et al. (2015), quando a densidade óssea é inferior a 400 HU não se atinge o torque de inserção desejado (pelo menos 30 N/cm) (Anitua et al., 2015).

Existem diversos factores de risco que levam a menores taxas de sucesso quando comparadas com doentes sem esses factores, a saber:

  • Bruxismo (Angelis et al., 2017; Chrcanovic et al., 2017);

  • Doença periodontal (Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2014; Smith et al., 2017);

  • Hábitos tabágicos (Chen et al., 2013; Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2015b; Raes et al., 2015; Rinke et al., 2015; Angelis et al., 2017; Chrcanovic et al., 2017; Smith et al., 2017);

  • Medicação antidepressiva e modificadora da secreçao gástrica (Chrcanovic et al., 2017);

  • Radioterapia (Chen et al., 2013).

Segundo Angelis et al. (2017), um factor de risco não é o suficiente para demonstrar alterações estatísticas na taxa de sucesso do implante dentário. Porém, quando se conjungam vários factores de risco as taxas de sucesso descem.

Doentes fumadores têm sempre menor taxa de sucesso, independentemente do tipo de tratamento de superfície do implante dentário (Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2015b; Rinke et al., 2015), bem como maior recessão do perfil gengival e menor regeneração papilar (Raes et al., 2015).

Os estudos consultados apresentam duas principais limitações que devem ser consideradas. No geral, os estudos carecem de amostras maiores, apesar de apresentarem resultados com significado estatístico. Nos estudos longitudinais, períodos de um a três anos são considerados curtos e limitantes quando o principal desafio da implantologia na actualidade é a peri-implantite, muitas vezes só clinicamente verificável muitos anos depois da colocação cirúrgica do implante dentário.

  1. ‌Planeamento do Caso Clínico

    Doente de 59 anos, sexo feminino, dirigiu-se à consulta de Medicina Dentária com o objetivo de reabilitar os espaços edêntulos. Segundo a história clínica não apresenta qualquer tipo de doença sistémica, sendo o único facto relevante, a presença do hábito tabágico.

     

    ‌Figura 4 – Odontograma

    Após exame intraoral (Figura 4) foi possível aferir saúde periodontal e ausência de lesões de cárie ativas. Estavam ausentes as seguintes peças dentárias: 18, 16, 28, 38, 46, 47 e 48. Apresentava os seguintes tratamentos realizados anteriormente:

    • O quinto sextante reabilitado com facetas cerâmicas, com um overjet aumentado;

    • Os dentes 15 e 27 com restaurações a amalgama;

    • Os dentes 17 e 26 com restaurações a resina composta;

    • Prótese Parcial Fixa dos dentes 35, 36 e 37, com os dentes pilares 35 e 37 e pôntico no 36.

      A doente também se encontra a meio do processo de reabilitação fixa do espaço edêntulo no quarto quadrante com recurso a implantes dentários.

      A perda das peças dentárias não é recente encontrando-se achados clínicos, como a mesialização do segundo molar direito e lesões de atrição no quinto sextante. A doente pretendia reabilitar a região posterior superior, de forma fixa com recurso a implante dentário, nomeadamente o espaço do primeiro molar direito.

       

       

      ‌Figura 5 – Fotografias extraorais. Frontal em repouso (topo esquerdo), frontal em sorriso natural (topo direito), lateral esquerdo em repouso (inferior esquerdo) e lateral direito em repouso (inferior direito)

      Para determinação do plano de tratamento foram realizadas impressões em alginato para confeção de modelos de estudo. Foi igualmente necessária a montagem do arco facial e registo de mordida em relação cêntrica para possibilitar a montagem dos modelos de estudo em articulador semiajustável bem como registo fotográfico (Figuras 5 e 6).

       

       

      ‌Figura 6 – Fotografias intraorais. Superior: lateral esquerda (esquerda), frontal em máxima intercuspidação (centro) e lateral direita (direita);

      Inferior: oclusal superior (esquerda) e oclusal inferior (direita)

      Na avaliação dos modelos de estudo articulados em relação cêntrica (Figura 7) concluiu-se existir uma boa distância cervico-oclusal e uma diminuição da distância mesio-distal, por mesialização do segundo molar. Para determinar o plano de tratamento realizou-se um enceramento de diagnóstico nos modelos de estudo em relação cêntrica.

      Nos modelos articulados foi criado um enceramento de diagnóstico. Devido à falta de espaço mesio-distal recorreu-se à pré-molarização do primeiro molar direito. Neste passo concluiu-se vir a ser provável a necessidade de desgastes.

       

      ‌Figura 7 – Enceramento de diagnóstico em modelos de estudo, montados em articulador semiajustável

      Como meios complementares de diagnóstico foi requerida uma TC em formato digital (DICOM) e analisada no programa Blue Sky Plan 3 (Figuras 8 e 9).

       

       

       

       

       

      ‌Figura 8 – Tomografia computorizada – Cortes Horizontais. Imagens à direita, pormenor de todos os cortes da região a reabilitar

       

       

       

      ‌Figura 9 – Tomografia computorizada – Cortes Sagitais da região a reabilitar

      Na TC verifica-se uma boa dimensão óssea cervico-basal e mesio-distal. Porém, destaca-se uma ligeira perda de volume ósseo vestíbulo-lingual (Figura 10). Considerando estar perante o osso do tipo D4, dada a cortical fina e a presença de um osso medular muito trabeculado, bem como valores de densidade inferiores a 350 HU.

       

      ‌Figura 10 – Imagens da TC. Linha curva cinza identifica a perda óssea no sentido vestibulo-lingual (corte axial); medidas em milímetros do volume ósseo disponível (corte sagital esquerdo); densidades ósseas na zona recetora (corte sagital direito)

      Considerando a baixa densidade óssea, espera-se poder vir a ter de recorrer a alterações no protocolo cirúrgico (sub-instrumentação), de forma a contrariar a tendência de uma baixa estabilidade primária (baixo torque de inserção do implante e baixo valor de RFA)

      De seguida, procedeu-se à simulação digital na TC do implante dentário (Figura 11), procurando prever o eixo de inserção do implante de forma a viabilizar o trabalho protético.

       

       

       

      ‌Figura 11 – Cortes sagitais da TC com simulação do implante dentário na região do 16 (superior). Simulações 3D da colocação do implante dentário na região do 16 (inferior)

      As medidas ósseas determinadas por intermédio da TC (Tabela 2) ditaram os limites máximos possíveis para seleção do implante dentário, mantendo as margens de segurança de estruturas anexas (seio maxilar) e preservando o espaço biológico dos dentes adjacentes (1,5 milímetros). Assim, o implante terá 11,5 milímetros de comprimento e 3,8 milímetros de diâmetro.

      ‌Tabela 2 – Medidas recolhidas por intermédio da TC em milímetros.

      Vestibulo-lingual

      Mesio-distal

      Cervico-basal

      4,05 mm

      8,89 mm

      14,25 mm

      Seguindo o consenso da comunidade científica, selecionou-se um implante dentário cónico, com tratamento de superfície, nomeadamente por jato de areia abrasivo e condicionamento ácido (SLA). Relativamente às características protéticas do implante dentário, este será de plataforma switch com conexão em cone morse.

      Uma vez que o implante será colocado um milímetro abaixo da margem óssea vestibular, a profundidade de trabalho foi ajustada para 12,5 milímetros. Tais características tiveram em conta a literatura consultada sendo suportadas pelos resultados e conclusões nos diversos estudos.

      Após apresentação e esclarecimento do plano de tratamento anteriormente referido, este foi aprovado pela doente, prosseguindo para a fase cirúrgica.

  2. ‌Fase Cirúrgica

    A cirurgia realizou-se em ambiente assético e procedeu-se à assepsia intra e extraoral com recurso a iodopovidona 100 mg/ml. Seguiu-se a anestesia local infiltrativa na mucosa vestibular, palatina e crestal da região edêntula com recurso a 3,6 mililitros de cloridrato de articaína (40 mg/ml) com bitartarato de epinefrina (0,01 mg/ml).

    14

    17

     

    ‌Figura 12 – Incisão supracrestal com descarga intrassulcular ao redor dos dentes 14 e 17 (esquema à direita)

    Realizou-se incisão supracrestal com descarga intrassulcular nos dentes adjacentes por vestibular e lingual (Figura 12), com sequente descolamento subperiósteo expondo o rebordo alveolar. De forma a ter em conta a reabilitação protética, recorreu-se a uma guia cirúrgica, baseada no enceramento de diagnóstico (Figura 13).

    Esta guia cirúrgica apresenta uma perfuração na zona central servido de ponto de referência do eixo de inserção da coroa sobre o implante. Esta guia cirúrgica permitiu marcar a cortical no local previsto para a colocação do implante, tendo em consideração o paralelismo com o eixo do dente adjacente (segundo pré-molar).

     

    ‌Figura 13 – Marcação com guia cirúrgica (esquerda) e confirmação radiográfica (direita)

    Nesta primeira confirmação radiográfica (Figura 13) com o paralelizador calibrado verificou-se que a mesialização do segundo molar impediu o correto posicionamento da broca lança.

     

    ‌Figura 14 – Desgaste seletivo da face mesial do segundo molar

    Assim, e como previsto no planeamento, foi necessário um ligeiro desgaste da face mesial do segundo molar direito, de forma a garantir uma colocação correta da broca lança (Figura 14).

    Após correção do acesso prosseguiu-se com o protocolo cirúrgico com broca inicial lança (de diâmetro progressivo de 2 a 2,5 milímetros) até 12,5 milímetros (confirmando ao longo da progressão com radiografia apical) com o máximo de 800 rotações por minuto (RPM) e irrigação a soro fisiológico (Figura 15).

     

    ‌Figura 15 – Radiografias de confirmação da progressão da broca lança

    Dada a interferência do segundo molar no movimento do contra-ângulo, tornou-se necessário recorrer ao uso de um prolongador de broca (Figura 16).

     

    ‌Figura 16 – Utilização de prolongador de broca

    Segundo o protocolo cirúrgico, seguir-se-ia a broca finalizadora (de diâmetro progressivo de 2,5 a 3,8 milímetros) até 12,5 milímetros (confirmando ao longo da progressão com radiografia apical) com um máximo de 500 RPM, conformando o local para o diâmetro igual ao implante dentário.

    No entanto, sendo osso pouco denso (tipo D4), procedeu-se à subinstrumentação, não progredindo a broca finalizadora mais do que 3 a 5 milímetros. Assim, procura-se obter compactação do osso aquando da colocação do implante dentário, aumentando a densidade óssea e a estabilidade primária durante a colocação do implante dentário.

     

    ‌Figura 17 – Transporte do implante dentário

    O implante dentário foi ficou colocado dois terços mecanicamente (Figura 18). Após o uso do contra-ângulo, foi terminada a colocação do implante dentário colocando o último terço de forma manual (Figura 19) com recurso à chave dinamométrica, atingindo um torque de inserção de 15 N/cm.

     

    ‌Figura 18 – Colocação mecânica de dois terços do implante dentário

     

    ‌Figura 19 – Finalização da colocação do implante dentário manualmente

    Após a completa colocação do implante um milímetro abaixo da crista cortical vestibular, realizou-se confirmação radiográfica da correta posição do implante dentário (Figura 20).

     

    ‌Figura 20 – Radiografia final com o implante dentário paralelo à raiz do pré-molar

     

    ‌Figura 21 –Análise de Frequência de Ressonância no dia da cirurgia

    Seguiu-se a colocação do SmartPeg para medição da RFA. Foi obtido o valor de 32 ISQ na RFA, quer vestíbulo-palatino quer mesio-distal (Figura 21).

    Dado o baixo torque de inserção (inferior a 30 N/cm) e o baixo valor da RFA (inferior a 60 ISQ), considera-se que o implante ficou com baixa estabilidade primária. Nesse sentido e com o objetivo de diminuir os riscos de insucesso, optou-se por evitar colocar o implante em carga mastigatória, tendo sido colocado um parafuso de cicatrização e sepultado o implante dentário, deixando-o subperiósteo.

  3. ‌Fase Protética

Após aguardar dois meses de osteointegração, expôs-se o implante dentário e realizou-se nova avaliação da RFA. Esta revelou uma evolução favorável, com valor de 56 ISQ tanto vestíbulo-lingual como mesio-distal (Figura 22). Tendo em conta esta alteração positiva, optou-se por dar continuidade ao tratamento, procedendo às impressões definitivas.

 

‌Figura 22 – Teste de Análise de Frequência de Ressonância após dois meses

Procedeu-se, em primeiro lugar, ao registo de mordida com a articulação temporo- mandibular (ATM) em posição de relação cêntrica. Para tal, recorreu-se a cera dura Moyko, amolecida em água quente, registando as cúspides e bordos incisais da arcada superior. Posteriormente confirmou-se em boca a estabilidade da cera e manipulou-se a mandíbula de forma a colocar a ATM em relação cêntrica, marcando os excessos de cera, os quais foram posteriormente desgastados, para evitar a distorção com a rotação da ATM. De seguida, marcaram-se três pontos equidistantes da arcada inferior (dois posteriores, ao nível dos primeiros molares e um anterior ao nível da linha média) com cera Aluwax aquecida.

Para confeção da parte protética é necessário transmitir a correta localização do implante dentário no rebordo alveolar. Procedeu-se, assim, à instalação de um pilar de transferência, confirmando o bom ajuste no implante dentário com recurso a radiografia periapical (Figura 23).

 

‌Figura 23 – Radiografia com pilar de transferência bem colocado no implante dentário

Após confirmação, foi testada e ajustada a moldeira com abertura para captura do pilar de transferência (Figura 24).

 

‌Figura 24 – Confirmação de moldeira aberta com palato estabilizado com godiva

Procedeu-se à impressão definitiva de dupla mistura na moldeira aberta, com recurso a elastómeros de adição de densidade putty e light (Figura 25). Ao pilar de transferência capturado na impressão, foi aparafusado um análogo do implante dentário.

 

‌Figura 25 – Impressão definitiva

Enviou-se a impressão definitiva ao laboratório, requerendo uma coroa unitária aparafusada com sistema anti-rotacional e informando o esquema de cores desejado (A3,5 e A3) (Figura 26).

A3,5

A3

‌Figura 26 – Esquema de cores enviado ao laboratório

No término da consulta, o implante dentário foi colocado em carga mastigatória pela primeira vez, colocando-se uma tampa de cicatrização. Foi selecionada uma tampa de cicatrização de 4,5 milímetro de diâmetro e 2,5 milímetros de altura. Na escolha da altura da tampa de cicatrização, foi tido em conta o volume de tecidos moles, de forma a dar conformidade aos tecidos moles peri-implantares. Após colocação da tampa de cicatrização, os tecidos foram suturados ao redor do implante dentário.

Dado os necessários tempos de espera, o tratamento encontra-se ainda a decorrer, estando previsto proceder-se brevemente à prova da coroa unitária aparafusada. Se tudo estiver correto, irá proceder-se à colocação da coroa unitária aparafusada.

‌II: Discussão

A medicina dentária baseada na evidência científica, como em todas as áreas da saúde, tem tido um caminho evolutivo positivo que permitiu à medicina dentária enquanto ciência exata, distanciar-se do tratamento empírico baseado unicamente na experiência do profissional. Graças a esse caminho, hoje é possível realizar reabilitações fixas em implantes dentários em regiões como a maxila posterior, situação proibitiva no passado.

Na fase inicial de avaliação do doente é necessário considerar os hábitos tabágicos. Não sendo contradição absoluta é importante transmitir a importância da influência dos fatores de risco na reabilitação, em especial a modificação dos hábitos tabágicos da doente (Chen et al., 2013; Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2015b; Raes et al., 2015; Rinke et al., 2015; Angelis et al., 2017; Chrcanovic et al., 2017; Smith et al., 2017).

De acordo com as evidências do estudo de Wada et al. (2016), confirmou-se a baixa densidade óssea na TC, que se traduziu numa baixa estabilidade primária, aproximadamente 15 a 20 N/cm de torque de inserção e valores de 32 ISQ de RFA. Sendo uma densidade inferior a 350 HU, mesmo recorrendo à alteração do protocolo cirúrgico, não se obteve a estabilidade primária ideal (igual ou superior a 30 N/cm de torque de inserção ou RFA igual ou superior a 60 ISQ), chegando a resultados semelhantes aos de Anitua et al. (2015).

Devido a recorrer-se a técnicas e protocolos baseados na evidência, como a utilização de tratamentos de superfície, neste caso jateamento abrasivo de areia e condicionamento ácido (SLA) para acelerar a osteo-integração em osso pouco denso, implante cónico, com plataforma switch e conexão cone morse (Vinnakota et al., 2014; Goiato et al., 2014; Jimbo et al., 2014; Strietzel, Neumann e Hertel, 2015; Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg, 2015a; Del Fabbro et al., 2015; Huang et al., 2015; Jemat et al., 2015; Cassetta et al., 2016; Santiago et al., 2016; Di Girolamo et al., 2016; Rocha et al., 2016; Canullo, Caneva e Tallarico, 2017).

Esta situação de acelerar a osteointegração foi verificada após dois meses. Apesar do curto espaço tempo de osteointegração obteve-se uma drástica evolução favorável da estabilidade secundária do implante dentário, registando um valor de 56 ISQ no teste de

RFA. Apesar de ligeiramente abaixo do ideal (60 ISQ) avançou-se com segurança com as impressões definitivas (Filho et al., 2014).

Esta melhoria confirma o que a literatura evidencia, nomeadamente a utilização de tratamento de superfície, promovendo uma osteo-integração mais rápida (Jemat et al., 2015; Cassetta et al., 2016).

No entanto, o sucesso do tratamento não é determinado exclusivamente com a colocação do implante dentário, mas sim na sua manutenção em função ao longo do tempo, num esforço mútuo entre o médico dentista (e os seus controlos clínicos e radiográficos) e a doente (e da manutenção de uma boa higiene oral e tentativa de reduzir ou terminar o hábito tabágico).

Numa área de constante desenvolvimento e atualização são necessários mais estudos clínicos com amostras mais abrangentes e com um acompanhamento clínico mais alargado, de forma a obter resultados mais credíveis, repetíveis e de uso em ambiente clínico. Para que se torne essencial a reprodução de tais estudos é importante que exista consenso da comunidade científica em questões básicas como a terminologia usada na área.

A diversidade de marcas de implantes dentários disponíveis e a falta de standards na área comercial e científica, dificulta a avaliação por parte dos estudos de quais as técnicas e os protocolos que traduzam real vantagem na reabilitação oral com implantes dentários. Em especial como referido no estudo de Shemtov-Yona, Rittel e Dorogoy (2014), há que ter em conta a falta de uniformização no sector, correndo o risco de tratamentos de superfície do mesmo género obterem resultados completamente diferentes.

Atualmente os artigos de revisão sistemática deparam-se com a dificuldade de incluir estudos quer pela diversidade da terminologia usada, quer pelo significado que a mesma tem. Caso evidente disso é a utilização da expressão «taxa de sucesso», que justifica as diferenças de resultados bastante díspares – desde 60 a 100%. Nalguns casos, os artigos de revisão sistemática vêem-se na impossibilidade de comparar resultados dada a variabilidade de metodologia e de expressões empregues.

Da mesma forma que o clínico deve estar atualizado e informado da literatura mais recente na área, também deve ser cauteloso na sua tradução para ambiente clínico. As constantes modificações no sentido de encontrar o implante dentário ideal, levam a mais conhecimento, porém algum dele de fraca robustez a nível científico.

É necessário um grande percurso científico para que novas técnicas se tornem seguras para utilização clínica, passando por estudos longitudinais e meta-análises que requerem tempo. Trata-se de um equilíbrio entre o atual e recente, a experiência do clínico e as técnicas menos recentes, mas com suporte na literatura científica de excelência.

‌III: Conclusões

Com as necessárias limitações de um caso clínico, é possível concluir que com os devidos ajustes, a reabilitação da maxila posterior já não é na atualidade considerado um trabalho com um risco de insucesso maior que outras localizações.

Para perspetivas futuras são necessários mais estudos de amostras abrangentes e de acompanhamento a longo prazo. De igual forma, é necessário atingir um consenso científico que defina termos e standards para que os resultados dos estudos sejam uniformes e comparáveis.

‌IV: Bibliografia

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