Implantes Dentários de Carga Imediatos

Implantes Dentários de Carga Imediata: Revisão Científica, Indicações, Contraindicações e Aplicabilidade Clínica Dr. Hiram Fisacher Trindade OMD 2764 Resumo A implantologia moderna introduziu a técnica de carga imediata como uma alternativa aos protocolos tradicionais, oferecendo reabilitação estética e funcional em menor tempo. Este artigo revê criticamente os fundamentos científicos da carga imediata, suas indicações e contraindicações, vantagens e limitações, além de apresentar um caso clínico ilustrativo. São discutidos os avanços tecnológicos, materiais utilizados, critérios de seleção de pacientes, e a relevância da estabilidade primária. Introdução A técnica de carga imediata tem revolucionado os protocolos de tratamento com implantes dentários ao permitir a instalação de uma prótese provisória ou definitiva em até 48 horas após a cirurgia. Essa abordagem está fundamentada nos avanços da biotecnologia, da superfície dos implantes e no maior conhecimento sobre os processos de osseointegração e estabilidade inicial [1,2]. Revisão da Literatura Estudos clínicos e revisões sistemáticas têm demonstrado que a carga imediata apresenta taxas de sucesso comparáveis às da carga tardia, desde que respeitados os critérios biomecânicos e biológicos [3,4]. A estabilidade primária do implante é o principal determinante do sucesso na carga imediata, sendo que valores de torque de inserção superiores a 30-35 Ncm são geralmente recomendados [5]. Indicações As indicações para carga imediata incluem: Presença de osso alveolar denso, especialmente nas regiões anteriores da maxila e mandíbula; Situações com torque de inserção do implante ≥ 30 Ncm; Reabilitações totais com ferulização protética; Pacientes com exigência estética imediata e boa saúde sistêmica. Contraindicações As contraindicações incluem: Ausência de estabilidade primária adequada; Pacientes com doenças sistêmicas descompensadas (diabetes, osteoporose grave); Tabagismo severo; Bruxismo severo; Infecções ativas no local do implante. Materiais e Métodos Caso clínico: Paciente do sexo masculino, 54 anos, apresentou perda do incisivo central superior. Realizou-se extração atraumática, instalação de implante de titânio com torque de 40 Ncm e instalação imediata de prótese provisória em PMMA. O acompanhamento em 6 meses revelou estabilidade, integração óssea e satisfação estética plena. Discussão A seleção do caso é determinante para o sucesso da carga imediata. A literatura reforça a importância da análise tridimensional do leito implantário, uso de implantes cônicos e superfícies tratadas, bem como protocolos protéticos que evitem cargas oclusais prematuras [6-8]. A previsibilidade do tratamento depende do controle de fatores mecânicos, biológicos e da experiência clínica do profissional. Conclusão A carga imediata representa uma opção viável e previsível para pacientes adequadamente selecionados. Seus benefícios estéticos e funcionais são evidentes, desde que respeitados os princípios biomecânicos e as contraindicações clínicas. Referências Brånemark PI, et al. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl. 1977;16:1-132. Schnitman PA, et al. Implants for partial edentulism. J Dent Educ. 1996;60(9):821-9. Gallucci GO, et al. Consensus statements and clinical recommendations for implant loading protocols. Int J Oral Maxillofac Implants. 2014;29(Suppl):287-90. Esposito M, et al. Immediate versus conventional loading of dental implants. Cochrane Database Syst Rev. 2013;(3):CD003878. Javed F, et al. Role of primary stability for successful osseointegration of dental implants. J Biomech. 2013;46(16):2670-8. Degidi M, et al. Clinical outcome of immediately loaded dental implants. Clin Oral Implants Res. 2006;17(6):703-10. Ganeles J, et al. Immediate and early loading of implants in partially edentulous patients. Int J Oral Maxillofac Implants. 2001;16(4):456-64. Misch CE. Contemporary Implant Dentistry. 3rd ed. St. Louis: Mosby; 2007.

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Periodontologia em Portugal: Prevenção, Tratamento e Impacto na Saúde Sistémica

Periodontologia em Portugal: Prevenção, Tratamento e Impacto na Saúde Sistémica Dr. Hiram Fischer Trindade OMD 2764 Introdução As doenças periodontais, nomeadamente a gengivite e a periodontite, representam um desafio significativo para a saúde pública em Portugal. Estas patologias não só afetam a cavidade oral, mas também têm implicações sistémicas, estando associadas a diversas doenças crónicas. Este artigo aborda a prevalência, prevenção, tratamento e a ligação entre as doenças periodontais e a saúde sistémica, com foco na realidade portuguesa.OMD 1. Prevalência das Doenças Periodontais em Portugal Estudos indicam que a periodontite afeta uma parte substancial da população portuguesa. Um estudo realizado no norte de Portugal revelou uma prevalência de periodontite severa (estádio III) de 51,2%, sendo mais comum em homens e na faixa etária dos 61 aos 70 anos . Outro estudo, focado em utentes de cuidados de saúde primários na Unidade de Saúde Familiar de Espinho, encontrou uma prevalência de doença periodontal de 80% .Comum RCAAP+4OMD+4Saude Oral+4Repositório CESPUBdigital Além disso, o Barómetro da Saúde Oral de 2023 revelou que cerca de seis milhões de portugueses têm pelo menos um dente em falta, e 22,8% da população não tem seis ou mais dentes, o que compromete a qualidade da mastigação e da saúde oral .OMD 2. Fatores de Risco e Populações Vulneráveis Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento e progressão das doenças periodontais: Idade: A prevalência aumenta com a idade, sendo mais comum em adultos mais velhos. Higiene Oral Deficiente: A escovagem inadequada e a falta de uso de fio dentário facilitam o acúmulo de placa bacteriana.Repositório CESPU+2Notícias ao Minuto+2OMD+2 Tabagismo: Fumadores têm maior risco de desenvolver periodontite.Repositório CESPU Doenças Sistémicas: Condições como diabetes mellitus estão associadas a um maior risco de doenças periodontais. Populações vulneráveis, como idosos e indivíduos de baixos rendimentos, enfrentam barreiras no acesso a cuidados de saúde oral, agravando o problema . 3. Ligação entre Doenças Periodontais e Saúde Sistémica A relação entre doenças periodontais e condições sistémicas tem sido amplamente estudada. A inflamação crónica associada à periodontite pode ter efeitos adversos em várias partes do corpo:OMD+2Repositório CESPU+2Saude Oral+2Repositório CESPU+2Saude Oral+2Comum RCAAP+2 Doenças Cardiovasculares: A presença de bactérias periodontais na corrente sanguínea pode contribuir para a aterosclerose e outros problemas cardíacos . Diabetes Mellitus: Existe uma relação bidirecional; a diabetes aumenta o risco de periodontite, e a periodontite pode dificultar o controlo glicémico .Saude Oral+1Comum RCAAP+1 Complicações na Gravidez: A periodontite está associada a partos prematuros e baixo peso ao nascer .OMD+1Bdigital+1 Doenças Respiratórias: A aspiração de bactérias orais pode levar a infeções pulmonares, especialmente em idosos.OMD A Ordem dos Médicos Dentistas destaca que existem 57 patologias gerais relacionadas com as doenças periodontais, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, partos prematuros, certas demências, doença renal crónica, artrite reumatoide, infeções pulmonares e alguns tipos de cancro .OMD 4. Prevenção e Tratamento A prevenção das doenças periodontais baseia-se em práticas de higiene oral eficazes: Escovagem Regular: Pelo menos duas vezes ao dia com pasta dentífrica fluoretada. Uso de Fio Dentário: Para remover a placa entre os dentes.Notícias ao Minuto Consultas Regulares: Visitas periódicas ao médico dentista para limpeza profissional e deteção precoce de problemas. O tratamento varia conforme a gravidade: Gengivite: Reversível com melhoria na higiene oral e limpezas profissionais. Periodontite: Pode necessitar de raspagem e alisamento radicular, cirurgia periodontal e, em casos avançados, terapias regenerativas. A presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) enfatiza que a prevenção é o fator chave e que a medicina dentária evoluiu para permitir que as pessoas mantenham os seus dentes naturais até mais tarde .Notícias ao Minuto+1Saude Oral+1 5. Desafios na Realidade Portuguesa Apesar dos avanços, Portugal enfrenta desafios na gestão das doenças periodontais: Literacia em Saúde Oral: Muitos portugueses não reconhecem sinais precoces de doença, como sangramento gengival, como indicativos de problemas .Notícias ao Minuto Acesso a Cuidados: Populações rurais e de baixos rendimentos têm acesso limitado a serviços de saúde oral. Educação e Sensibilização: Necessidade de campanhas educativas para aumentar a consciencialização sobre a importância da saúde periodontal. A Ordem dos Médicos Dentistas alerta que as doenças das gengivas causam perda de dentes e estão associadas a doenças responsáveis por morte prematura, destacando a importância da prevenção e tratamento adequados .OMD Conclusão As doenças periodontais são prevalentes em Portugal e têm implicações significativas na saúde geral da população. A prevenção e o tratamento eficazes são essenciais para melhorar a saúde oral e sistémica. É crucial implementar estratégias de saúde pública que promovam a educação, melhorem o acesso a cuidados e incentivem práticas de higiene oral adequadas. Periimplantites – Revisão Científica Periimplantites – Revisão Científica II Referências Bibliográficas Ordem dos Médicos Dentistas. Saúde periodontal/ saúde sistémica: mecanismos gerais. Disponível em: https://www.omd.pt/publico/doencas-periodontais/saude-periodontal-sistemica/OMD Borghetti, D. Prevalência, extensão e severidade da doença periodontal numa população adulta do norte de Portugal de acordo com a nova classificação. 2021. Disponível em: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/3781Repositório CESPU+2Repositório CESPU+2Repositório CESPU+2 Piçarra, M. R. S. Previsão da perda dentária devido à periodontite na população portuguesa com recurso ao periodontal risk score. 2023. Disponível em: https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/49240Comum RCAAP Fergui, H. Saúde Periodontal e Saúde Sistémica, estado atual em 2021. Disponível em: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/3866Repositório CESPU Ordem dos Médicos Dentistas. Doenças das gengivas causam perda de dentes e estão associadas a doenças responsáveis por morte prematura. 2024. Disponível em: https://www.omd.pt/2024/05/doencas-gengivas-dentes/OMD Notícias ao Minuto. Sociedade médica quer aumentar literacia quanto à doença das gengivas. Disponível em: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2557649/sociedade-medica-quer-aumentar-literacia-quanto-a-doenca-das-gengivasNotícias ao Minuto Universidade Fernando Pessoa. A doença periodontal e sua relação com as patologias sistémicas. Disponível em: [https://bdigital.ufp.pt/entities/publication/d639dc40-5fb4-44e3-9ceb-5a788d76109a](https://bdigital.ufp.pt

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A Estética Dentária – Fatores a Considerar

Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 A estética dentária é uma área em constante evolução, refletindo as crescentes exigências dos pacientes por sorrisos harmoniosos e naturais. Em Portugal, os médicos dentistas enfrentam o desafio de integrar avanços científicos e tecnológicos para atender a essas expectativas. Este artigo aborda os principais temas relacionados à estética dentária, com foco na prática clínica portuguesa, incluindo perceções estéticas, técnicas restauradoras, materiais inovadores e considerações éticas. Introdução A estética dentária transcende a simples aparência dos dentes, englobando a harmonia facial, a função mastigatória e a saúde oral geral. Em Portugal, a crescente valorização da estética levou a um aumento na procura por tratamentos que proporcionem sorrisos mais atrativos. Os médicos dentistas desempenham um papel crucial na avaliação e implementação de soluções estéticas que atendam às necessidades individuais dos pacientes. Perceção Estética: Profissionais vs. Leigos Estudos indicam que médicos dentistas, estudantes de medicina dentária e leigos percebem a estética dentária de forma distinta. Por exemplo, um estudo comparativo revelou que os profissionais são mais críticos em relação a desvios da linha média e presença de diastemas do que os leigos, evidenciando a importância de alinhar as expectativas dos pacientes com critérios clínicos .Repositório UCP+1Repositório UCP+1 Técnicas Restauradoras Estéticas 3.1 Facetas Dentárias As facetas de porcelana são amplamente utilizadas para corrigir imperfeições como descoloração, diastemas e irregularidades na forma dentária. A sua aplicação requer uma avaliação cuidadosa da estrutura dentária e das expectativas estéticas do paciente .Repositório da Universidade de Lisboa 3.2 Branqueamento Dentário O branqueamento é uma das intervenções estéticas mais procuradas. Técnicas modernas, como o uso de géis à base de peróxido de hidrogénio, permitem resultados eficazes com mínima sensibilidade dentária. 3.3 Ortodontia Estética Alinhadores transparentes e aparelhos linguais oferecem soluções discretas para correção de maloclusões, atendendo à demanda por tratamentos menos visíveis. Materiais Inovadores em Estética Dentária A evolução dos materiais dentários tem sido fundamental para o avanço da estética dentária. 4.1 Resinas Compostas As resinas compostas modernas oferecem excelente estética e durabilidade, sendo ideais para restaurações diretas em dentes anteriores. 4.2 Cerâmicas Avançadas Materiais como o dissilicato de lítio combinam resistência mecânica com translucidez, proporcionando resultados estéticos superiores em coroas e facetas .Repositório da Universidade de Lisboa Considerações Éticas e Comunicação com o Paciente A ética na estética dentária envolve garantir que os tratamentos propostos sejam clinicamente indicados e que os pacientes estejam plenamente informados sobre os procedimentos, riscos e expectativas realistas. Uma comunicação eficaz é essencial para o sucesso do tratamento e satisfação do paciente. Formação e Atualização Profissional A constante evolução da estética dentária exige que os profissionais se mantenham atualizados através de formações contínuas, participação em congressos e leitura de literatura científica especializada. Em Portugal, instituições como a Ordem dos Médicos Dentistas promovem eventos e cursos focados em estética dentária . Conclusão A estética dentária em Portugal reflete uma interseção entre ciência, arte e ética. Os médicos dentistas devem equilibrar as expectativas dos pacientes com as possibilidades clínicas, utilizando técnicas e materiais avançados para alcançar resultados satisfatórios. A formação contínua e a comunicação eficaz são pilares essenciais para o sucesso na prática da estética dentária. Artigo sobre Resinas Compostas Referências Bibliográficas Monteiro, C. F. P. L. (2018). Perceção do impacto estético na avaliação de alterações na linha média dentária maxilar e presença de diastema interincisivo maxilar. Universidade Católica Portuguesa. Disponível em: https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/13575/1/13575.pdfRepositório UCP+1Repositório UCP+1 Neves, M. (2016). Reabilitação estética anterior com facetas de dissilicato de lítio. Universidade de Lisboa. Disponível em: https://repositorio.ulisboa.pt/bitstream/10451/26227/1/ulfmd06030_tm_Mariana_Neves.pdfRepositório da Universidade de Lisboa+2Repositório da Universidade de Lisboa+2Repositório da Universidade de Lisboa+2 Ordem dos Médicos Dentistas. (2019). Revista da Ordem dos Médicos Dentistas, Edição 41. Disponível em: https://www.omd.pt/content/uploads/2019/07/revista-omd-41.pdfOMD  

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Implantologia e as Peri-implantites

Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Implantologia e Peri-implantite A implantologia moderna tem revolucionado a reabilitação oral, proporcionando soluções eficazes para a substituição de dentes perdidos. No entanto, a peri-implantite, uma condição inflamatória que afeta os tecidos ao redor dos implantes, representa um desafio significativo para o sucesso a longo prazo desses procedimentos. Este artigo aborda a etiologia, diagnóstico, prevenção e opções terapêuticas da peri-implantite, com ênfase nas evidências científicas disponíveis. 1. Introdução A implantologia tornou-se uma prática comum na medicina dentária, oferecendo alternativas funcionais e estéticas para pacientes edêntulos. Apesar das altas taxas de sucesso, complicações como a peri-implantite podem comprometer os resultados. Estudos indicam que a peri-implantite afeta aproximadamente 10% dos implantes e 20% dos pacientes após 5 a 10 anos de função . 2. Etiologia da Peri-implantite A peri-implantite é uma inflamação dos tecidos moles e perda progressiva do osso de suporte ao redor de implantes osteointegrados. A principal causa é a acumulação de biofilme bacteriano na superfície do implante, levando a uma resposta inflamatória. Fatores de risco incluem má higiene oral, histórico de periodontite, tabagismo, diabetes mellitus e sobrecarga oclusal .Sigarra+3OMD+3Bdigital+3Wikipédia+2Sigarra+2Estudo Geral+2 3. Diagnóstico O diagnóstico precoce é crucial para o manejo eficaz da peri-implantite. Os critérios diagnósticos incluem:Comum RCAAParXiv+1arXiv+1 Presença de sangramento à sondagem e/ou supuração.O JornalDentistry Aumento da profundidade de sondagem em comparação com avaliações anteriores. Perda óssea radiográfica em relação à colocação inicial do implante. A combinação de exame clínico e radiográfico é essencial para uma avaliação precisa .O JornalDentistry 4. Prevenção A prevenção da peri-implantite baseia-se na manutenção de uma boa higiene oral e em visitas regulares ao dentista para monitorização dos implantes. A educação do paciente sobre técnicas adequadas de limpeza e a importância das consultas de manutenção são fundamentais. Além disso, a seleção cuidadosa de pacientes e a consideração de fatores de risco sistémicos são essenciais para minimizar a ocorrência da doença .Bdigital 5. Opções Terapêuticas O tratamento da peri-implantite visa eliminar a infeção e restaurar os tecidos perdidos. As abordagens podem ser não cirúrgicas ou cirúrgicas, dependendo da gravidade da condição.Repositório da Universidade de Lisboa+1Sigarra+1 5.1 Tratamento Não Cirúrgico Inclui a descontaminação mecânica da superfície do implante, uso de antimicrobianos tópicos ou sistémicos e melhoria da higiene oral do paciente. No entanto, esta abordagem tem eficácia limitada em casos avançados . 5.2 Tratamento Cirúrgico Indicado quando há perda óssea significativa. As técnicas incluem:Comum RCAAP+3OMD+3O JornalDentistry+3 Cirurgia Ressectiva: Remoção de tecido inflamado e remodelação óssea para facilitar a higiene.Sigarra Cirurgia Regenerativa: Utilização de enxertos ósseos e membranas para regenerar o osso perdido. Implantoplastia: Alisamento da superfície do implante para reduzir a acumulação de biofilme .Estudo Geral+3O JornalDentistry+3Sigarra+3 A escolha da técnica depende da morfologia do defeito ósseo e da condição geral do paciente. 6. Considerações Finais A peri-implantite é uma complicação séria que pode comprometer o sucesso dos implantes dentários. A prevenção através de uma boa higiene oral e monitorização regular é a melhor estratégia. Quando a doença se instala, o tratamento deve ser personalizado, considerando a gravidade da condição e os fatores individuais do paciente. A pesquisa contínua é essencial para desenvolver protocolos mais eficazes e melhorar os resultados a longo prazo. Mais informações em: https://www.posgraduacao.eu/tratamentos-para-combater-as-periimplantites-em-implantes-dentarios-uma-revisao-cientifica/ Referências Bibliográficas Ordem dos Médicos Dentistas. (2015). Tratamento da peri-implantite: conceitos atuais. Disponível em: https://www.omd.pt/congresso/arquivo-2015/apresentacoes/p107/OMD Couto, A. (2018). Tratamento da peri-implantite com implantoplastia. Universidade Católica Portuguesa. Disponível em: https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/28432/1/TESE%20FINAL%20Ana%20Couto.pdfRepositório UCP Universidade Fernando Pessoa. (2012). Peri-implantite: Diagnóstico e Tratamento. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4576/1/PPG_21389.pdfBdigital+1Bdigital+1 Universidade Fernando Pessoa. (2015). Peri-implantite: Opções de Tratamento. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5573/1/PPG_26228.pdfBdigital Universidade de Coimbra. (2014). Revisão científica sobre implantoplastia como tratamento de Peri-implantites. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/36558Estudo Geral+1Estudo Geral+1

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Emergências Médicas em Consultórios Médico Dentários

Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 As emergências médicas em consultórios médico-dentários representam um desafio significativo na prática clínica em Portugal. Apesar de serem relativamente raras, a sua ocorrência exige preparação adequada por parte dos profissionais para garantir a segurança dos pacientes. Este artigo aborda a prevalência dessas emergências, a formação dos médicos dentistas, os equipamentos e fármacos disponíveis, e propõe estratégias para melhorar a resposta a tais situações.www.elsevier.comRepositório da Universidade de Lisboa 1. Introdução A prática da medicina dentária envolve procedimentos que, embora geralmente seguros, podem desencadear emergências médicas inesperadas. Fatores como ansiedade, condições sistémicas dos pacientes e reações adversas a medicamentos podem contribuir para essas situações. É fundamental que os médicos dentistas estejam preparados para reconhecer e intervir adequadamente em emergências médicas para minimizar riscos e salvar vidas. 2. Prevalência de Emergências Médicas Estudos realizados em Portugal indicam que as emergências médicas em consultórios dentários não são incomuns. Uma dissertação de mestrado da Universidade de Lisboa revelou que 70% dos médicos dentistas entrevistados já enfrentaram emergências médicas durante consultas. As situações mais frequentes incluem síncope vasovagal (56%), crises de hipoglicemia e hiperglicemia, hiperventilação e convulsões. Eventos mais graves, como enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral, foram menos comuns, mas ainda relatados .Repositório da Universidade de Lisboa 3. Formação e Competência dos Profissionais A formação em emergências médicas é crucial para uma resposta eficaz. O mesmo estudo destacou que 76% dos médicos dentistas tinham formação em emergências médicas, sendo que 89% se sentiam capazes de realizar suporte básico de vida (SBV) e 84% de medir sinais vitais. No entanto, competências mais avançadas, como administração intravenosa e intubação orotraqueal, eram menos comuns entre os profissionais .bdigital.ufp.ptRepositório da Universidade de Lisboa+1revodonto.bvsalud.org+1 4. Equipamentos e Fármacos Disponíveis A disponibilidade de equipamentos e fármacos adequados é essencial para o manejo de emergências. A pesquisa revelou que aproximadamente metade das clínicas possuía equipamentos como ambu, estetoscópio e esfigmomanómetro. Em relação aos fármacos, simpaticomiméticos, antiagregantes plaquetários e oxigénio estavam presentes em cerca de 50% dos consultórios .Repositório da Universidade de Lisboa 5. Legislação e Normas em Portugal Em Portugal, o Decreto-Lei nº 279/2009 estabelece requisitos mínimos para o licenciamento e funcionamento de clínicas dentárias, incluindo a obrigatoriedade de equipamentos de emergência, como o ambu. No entanto, não especifica uma lista detalhada de fármacos ou outros dispositivos, o que pode levar a variações na preparação entre diferentes consultórios .Repositório da Universidade de Lisboa 6. Estratégias para Melhoria Para aprimorar a resposta a emergências médicas em consultórios dentários, recomenda-se: Formação Contínua: Implementar programas regulares de atualização em SBV e outras técnicas de emergência.Repositório da Universidade de Lisboa Protocolos Padronizados: Desenvolver e adotar protocolos claros para o manejo de diferentes tipos de emergências. Equipamentos e Fármacos: Assegurar que todos os consultórios estejam equipados com os dispositivos e medicamentos essenciais. Simulações Práticas: Realizar exercícios simulados para treinar a equipa em situações de emergência. 7. Conclusão As emergências médicas em consultórios médico-dentários, embora não sejam diárias, representam um risco real que exige preparação adequada. A formação contínua dos profissionais, a disponibilidade de equipamentos e fármacos apropriados, e a implementação de protocolos eficazes são fundamentais para garantir a segurança dos pacientes. A adoção dessas medidas contribuirá para uma prática odontológica mais segura e eficiente em Portugal.Repositório da Universidade de Lisboa Referências Bibliográficas Silva, I. G. (2020). Emergências médicas em medicina dentária: prevalência e formação dos médicos dentistas. Universidade de Lisboa. Disponível em: https://repositorio.ulisboa.pt/bitstream/10451/46585/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_MIMD_In%C3%AAs_Gama_Silva_2019-2020.pdfRepositório da Universidade de Lisboa Veiga, N. J., et al. (2012). Emergências médicas em medicina dentária: prevalência e capacidade de resposta dos médicos dentistas. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, 53(1), 23-30. Disponível em: https://www.elsevier.es/en-revista-revista-portuguesa-estomatologia-medicina-dentaria-330-articulo-emergencias-medicas-em-medicina-dentaria-S1646289012000027www.elsevier.com+1ScienceDirect+1 Ordem dos Médicos Dentistas. (n.d.). Emergências em medicina dentária. Disponível em: https://www.omd.pt/profissao/emergencias/OMD Decreto-Lei nº 279/2009 de 6 de outubro. Regime jurídico da instalação e funcionamento das unidades privadas de saúde. Diário da República, 1.ª série — N.º 192 — 6 de outubro de 2009.Repositório da Universidade de Lisboa Malamed, S. F. (2015). Emergências médicas em odontologia (7ª ed.). Elsevier Brasil.

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Enxertos Ósseos com Maior Sucesso nas Técnicas de Elevação dos Seios Maxilares: Revisão da Literatura

Enxertos Ósseos com Maior Sucesso nas Técnicas de Elevação dos Seios Maxilares: Revisão da Literatura Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Resumo A reabilitação com implantes dentários na maxila posterior frequentemente enfrenta o desafio de altura óssea insuficiente devido à pneumatização do seio maxilar e reabsorção do processo alveolar. A técnica de elevação do seio maxilar, ou sinus lift, surgiu como uma solução eficaz para essa limitação anatômica. Diversos materiais têm sido empregados como enxertos ósseos, incluindo autógenos, alógenos, xenógenos e aloplásticos. Esta revisão visa analisar criticamente os tipos de enxertos com maior taxa de sucesso na elevação do seio maxilar, considerando os parâmetros de osseointegração, manutenção volumétrica e taxa de sobrevivência dos implantes. Evidências indicam que enxertos xenógenos, particularmente o osso bovino desproteinizado, apresentam excelentes resultados em termos de estabilidade a longo prazo e biocompatibilidade. A combinação com autógeno potencializa a regeneração, proporcionando osteogênese, osteoindução e osteocondução. Conclui-se que a escolha do material deve considerar a biologia óssea, o tipo de defeito e o protocolo cirúrgico adotado, sendo os xenógenos os mais bem-sucedidos em técnicas indiretas e diretas. Palavras-chave: enxerto ósseo, sinus lift, elevação do seio maxilar, osso bovino, biomateriais, implantodontia Introdução A instalação de implantes na região posterior da maxila representa um desafio devido à reabsorção óssea após exodontias e à pneumatização do seio maxilar. A técnica de elevação do seio maxilar, descrita inicialmente por Tatum em 1976 e posteriormente popularizada por Boyne e James em 1980 [1], permite o aumento da altura óssea disponível por meio do levantamento da membrana sinusal e inserção de material de enxerto. A previsibilidade do procedimento depende de múltiplos fatores, entre os quais o tipo de material utilizado é um dos mais críticos. Enxertos ósseos podem ser classificados conforme sua origem em autógenos (do próprio paciente), alógenos (de doadores humanos), xenógenos (de outra espécie, geralmente bovina ou suína) e aloplásticos (sintéticos) [2]. Este artigo tem como objetivo revisar, com base em evidências científicas, os materiais de enxerto ósseo com melhor desempenho nas técnicas de elevação dos seios maxilares, abordando suas características, vantagens, limitações e taxas de sucesso. Tipos de Enxertos Ósseos Utilizados em Elevações de Seio Maxilar 2.1. Enxertos Autógenos Considerados o padrão-ouro da regeneração óssea, os enxertos autógenos possuem potencial osteogênico, osteoindutor e osteocondutor. Podem ser obtidos de áreas intraorais (mento, ramo mandibular) ou extraorais (crista ilíaca, calota craniana) [3]. Entretanto, apresentam desvantagens como morbidade do sítio doador, aumento do tempo cirúrgico e maior reabsorção volumétrica ao longo do tempo. Estudos como o de Jensen et al. [4] relatam taxas de reabsorção superiores a 30% após 6 meses. 2.2. Enxertos Alógenos Derivados de doadores humanos, os enxertos alógenos são processados para eliminar imunogenicidade e riscos de contaminação. Podem ser do tipo osso seco congelado ou desmineralizado. Apesar de oferecerem boa osteocondução, a osteoindução depende do grau de processamento. Ainda assim, seu uso tem sido limitado em alguns países devido a barreiras éticas, culturais e legais [5]. 2.3. Enxertos Xenógenos Os enxertos xenógenos, especialmente os de origem bovina (como o Bio-Oss®), são amplamente utilizados em procedimentos de sinus lift. Possuem excelente biocompatibilidade e estrutura trabecular semelhante à do osso humano [6]. Apresentam lenta reabsorção, o que favorece a manutenção do volume ósseo ao longo do tempo. A literatura evidencia taxas de sucesso superiores a 95% na reabilitação com implantes sobre enxertos xenógenos em elevações sinusais [7]. 2.4. Materiais Aloplásticos Os substitutos ósseos sintéticos, como hidroxiapatita, fosfato tricálcico (β-TCP) e biovidro, possuem apenas propriedade osteocondutora. Apesar de seu custo-benefício e disponibilidade, são geralmente utilizados em associação com outros biomateriais ou fatores de crescimento [8]. Técnicas Cirúrgicas e a Influência do Material de Enxerto A elevação do seio maxilar pode ser realizada por abordagem lateral (direta) ou por técnica transcrestal (indireta). A escolha da técnica está diretamente relacionada à altura óssea remanescente. Na técnica direta, com altura óssea residual inferior a 5 mm, o espaço criado pode acomodar maior quantidade de enxerto, favorecendo o uso de xenógenos ou associações com autógenos. Já na técnica indireta, com mais de 5 mm de altura óssea, muitas vezes a elevação pode ser feita sem enxerto ou apenas com xenógeno particulado [9]. Estudos randomizados controlados, como o de Wallace et al. [10], mostram que o uso de osso bovino desproteinizado na técnica direta resulta em regeneração óssea estável mesmo após 10 anos, com taxas de sucesso de implantes acima de 97%. Associações de Materiais e Fatores de Crescimento A combinação de enxerto autógeno com biomateriais tem como objetivo unir as vantagens osteogênicas do primeiro à estabilidade volumétrica do segundo. Essa associação é particularmente eficaz em grandes aumentos ósseos. Além disso, o uso de concentrados plaquetários, como PRF (fibrina rica em plaquetas), tem ganhado destaque. Esses biomateriais promovem angiogênese, aceleram a cicatrização e aumentam a qualidade do osso neoformado [11]. Testori et al. [12] demonstraram que a associação de Bio-Oss® com PRF resultou em maior densidade óssea e maturação precoce, com sucesso implantológico de 98,5%. Discussão A escolha do material de enxerto deve considerar o tipo de defeito, a técnica cirúrgica empregada, o tempo de espera para a instalação dos implantes e as expectativas do paciente. Apesar do osso autógeno oferecer vantagens biológicas superiores, sua utilização tem diminuído devido à morbidade e reabsorção. Os biomateriais xenógenos, especialmente o Bio-Oss®, têm se consolidado como a principal alternativa, com ampla evidência científica favorável. Estudos de longo prazo confirmam sua eficácia em manter o volume ósseo e garantir a osseointegração dos implantes. A associação com PRF ou osso autógeno potencializa os resultados e deve ser considerada em casos mais complexos. Conclusão A técnica de elevação do seio maxilar é fundamental para a reabilitação com implantes na maxila posterior atrófica. A escolha do material de enxerto influencia diretamente os resultados clínicos e deve ser baseada em evidências científicas. Entre os diversos tipos, os enxertos xenógenos, em especial o osso bovino desproteinizado, demonstram maior sucesso em termos de previsibilidade, manutenção do volume e taxa de sobrevivência de implantes. A associação com autógeno e/ou fatores de crescimento potencializa os resultados em casos complexos, … Continued

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Diabetes e sua Relação com a Medicina Dentária: Uma Revisão de Literatura

Diabetes e sua Relação com a Medicina Dentária: Uma Revisão de Literatura Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Introdução O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se por hiperglicemia persistente resultante de defeitos na secreção ou ação da insulina, e é classificado principalmente em dois tipos: diabetes tipo 1 (DM1) e diabetes tipo 2 (DM2) (American Diabetes Association, 2022). O impacto sistêmico do diabetes é significativo, e suas complicações afetam diversos órgãos e sistemas, incluindo o sistema cardiovascular, renal e ocular. No entanto, um aspecto menos discutido, mas igualmente importante, é a relação entre o diabetes e a saúde bucal. A medicina dentária desempenha um papel fundamental no cuidado das pessoas com diabetes, pois há uma relação bidirecional entre diabetes e doenças periodontais (Mealey & Ocampo, 2021). As complicações orais decorrentes do diabetes incluem aumento da incidência de cáries dentárias, xerostomia, infecções fúngicas, atraso na cicatrização de feridas e, principalmente, doença periodontal (Chapple & Genco, 2020). Este artigo tem como objetivo revisar as evidências científicas atuais sobre a interação entre diabetes e medicina dentária, destacando as principais complicações orais associadas ao diabetes, os mecanismos subjacentes e as recomendações clínicas para o manejo odontológico de pacientes com diabetes. Diabetes e a Doença Periodontal Evidências Clínicas Uma das principais interações entre diabetes e saúde bucal é a forte associação entre o diabetes e a doença periodontal. A doença periodontal é uma inflamação crônica dos tecidos que sustentam os dentes, levando à destruição dos tecidos periodontais e, em casos mais avançados, à perda dental. Vários estudos demonstram que pacientes com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver doença periodontal (Löe, 1993; Preshaw et al., 2012). Além disso, a gravidade da doença periodontal tende a ser maior em pessoas com controle glicêmico inadequado. Pessoas com diabetes têm uma prevalência duas a três vezes maior de periodontite em comparação com indivíduos não diabéticos (Chapple & Genco, 2020). Em particular, os pacientes com DM2 apresentam risco elevado de doença periodontal severa, uma complicação que pode resultar em perda dentária precoce. Esse risco é maior em indivíduos que apresentam um controle glicêmico pobre, refletido em níveis elevados de hemoglobina glicada (HbA1c). Mecanismos Patológicos Os mecanismos pelos quais o diabetes contribui para a doença periodontal são multifatoriais. A hiperglicemia crônica resulta em alterações no metabolismo e na resposta imune, promovendo um ambiente inflamatório nos tecidos periodontais. Um dos principais mecanismos é a formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs), que se acumulam nos tecidos e aumentam a produção de citocinas pró-inflamatórias, como interleucina-1 (IL-1) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (Schmidt et al., 1996). Essas citocinas exacerbam a inflamação periodontal e levam à destruição dos tecidos periodontais. Além disso, o diabetes compromete a função dos neutrófilos e a resposta imune inata, prejudicando a capacidade do corpo de combater infecções periodontais (Mealey & Ocampo, 2021). A função prejudicada dos fibroblastos também contribui para a cicatrização retardada das feridas periodontais, agravando ainda mais a progressão da doença periodontal. Impacto da Doença Periodontal no Controle Glicêmico A relação entre diabetes e doença periodontal não é unilateral. Evidências sugerem que a doença periodontal pode exacerbar o controle glicêmico em pessoas com diabetes (Taylor et al., 2005). A inflamação periodontal crônica aumenta a resistência à insulina, dificultando o controle da glicemia. Estudos clínicos indicam que o tratamento da doença periodontal pode melhorar modestamente o controle glicêmico, reduzindo os níveis de HbA1c em aproximadamente 0,4% (D’Aiuto et al., 2018). Esse efeito benéfico reforça a importância de integrar o manejo da saúde bucal nos cuidados de rotina para pacientes com diabetes. Outras Complicações Orais Associadas ao Diabetes Xerostomia A xerostomia, ou boca seca, é uma condição comum em pacientes diabéticos, particularmente naqueles com controle glicêmico inadequado (Moore et al., 2001). A redução na produção de saliva pode ser causada tanto pela neuropatia autonômica, uma complicação do diabetes, quanto pelo uso de medicamentos antidiabéticos que afetam a função das glândulas salivares. A saliva desempenha um papel essencial na manutenção da saúde bucal, pois possui propriedades antimicrobianas e auxilia na remoção de detritos alimentares e na neutralização de ácidos. Assim, a xerostomia aumenta o risco de cáries dentárias e infecções fúngicas, como candidíase oral (Saini et al., 2010). Cáries Dentárias Embora a associação entre diabetes e cárie dentária seja menos estabelecida do que com a doença periodontal, o risco de cáries pode ser aumentado em pacientes com diabetes devido à xerostomia e ao aumento da glicose salivar (Collin et al., 1998). A saliva com níveis elevados de glicose pode promover o crescimento de bactérias cariogênicas, como Streptococcus mutans, levando a uma maior incidência de cáries. Além disso, o desequilíbrio no fluxo salivar agrava o risco de desenvolvimento de cáries. Candidíase Oral O diabetes também está associado a um risco aumentado de infecções fúngicas, especialmente a candidíase oral. A candidíase é causada pelo crescimento excessivo de fungos do gênero Candida, que são comensais normais da cavidade oral. Pacientes diabéticos, especialmente aqueles com mau controle glicêmico, apresentam uma maior predisposição a infecções por Candida devido à hiperglicemia e à função imunológica comprometida (Scully et al., 2008). A candidíase oral pode se manifestar como placas brancas na mucosa oral, lesões eritematosas ou sensação de queimação. Atraso na Cicatrização de Feridas O atraso na cicatrização de feridas é uma complicação bem conhecida do diabetes, e isso se estende às feridas orais. Pacientes diabéticos podem apresentar cicatrização retardada após procedimentos cirúrgicos, como extrações dentárias e cirurgias periodontais (Mealey & Ocampo, 2021). A hiperglicemia prejudica a função dos fibroblastos, a formação de colágeno e a angiogênese, processos essenciais para a cicatrização normal das feridas. Isso aumenta o risco de infecções pós-operatórias e complicações durante a cicatrização. Recomendações Clínicas para o Manejo de Pacientes com Diabetes O manejo odontológico de pacientes diabéticos exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo tanto o dentista quanto o médico responsável pelo controle do diabetes. A seguir estão algumas recomendações baseadas em evidências para o tratamento odontológico de pacientes com diabetes. Avaliação do Controle Glicêmico Antes de … Continued

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Odontopediatria: Uma Abordagem Integral à Saúde Bucal Infantil

Odontopediatria: Uma Abordagem Integral à Saúde Bucal Infantil Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Resumo A odontopediatria é uma especialidade Médico Dentária focada na saúde bucal de bebês, crianças e adolescentes. A atenção odontológica nessa fase é crucial para o desenvolvimento de hábitos saudáveis e para a prevenção de doenças que podem afetar a dentição permanente e a saúde geral. Este artigo explora as principais áreas de atuação da odontopediatria, incluindo a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças bucais em crianças, o controle da ansiedade durante os tratamentos e o impacto dos cuidados precoces na saúde oral a longo prazo. Também são discutidos os avanços científicos, as práticas baseadas em evidências e o papel fundamental do odontopediatra na educação dos pais e cuidadores sobre a importância da higiene oral. Introdução A saúde bucal desempenha um papel fundamental no bem-estar geral, especialmente em crianças, cujas estruturas dentárias e orais ainda estão em desenvolvimento. A odontopediatria oferece cuidados odontológicos especializados para essa população, que requer abordagens adaptadas às suas necessidades físicas e emocionais. Crianças têm uma fisiologia distinta em comparação com adultos, e suas demandas psicossociais e emocionais tornam essencial que o tratamento seja conduzido com uma abordagem sensível e adaptada. Além de tratar problemas como cárie dentária e maloclusão, os odontopediatras têm o papel de prevenir doenças, educar sobre hábitos saudáveis e orientar os pais sobre a importância de intervenções precoces. Assim, este artigo analisa a importância da odontopediatria no cuidado infantil e a relevância de uma abordagem integral para garantir uma saúde bucal duradoura. A Importância da Odontopediatria no Desenvolvimento Infantil A odontopediatria é fundamental não apenas para tratar problemas odontológicos na infância, mas também para prevenir o surgimento de doenças e para o estabelecimento de hábitos de higiene bucal que irão impactar a vida adulta. O ambiente odontológico pode ser intimidador para crianças, e os odontopediatras são treinados para lidar com esses aspectos emocionais, o que permite a criação de uma relação de confiança entre a criança e o profissional. O desenvolvimento da dentição de leite (decídua) é de extrema importância, pois ela atua como guia para os dentes permanentes e é crucial para o desenvolvimento da fala, mastigação adequada e estética facial. Além disso, a saúde bucal precária pode influenciar negativamente a saúde sistêmica da criança, causando dificuldades alimentares e impactando o crescimento e desenvolvimento normais. Um dos objetivos centrais da odontopediatria é a prevenção de doenças bucais por meio da educação, tanto das crianças quanto dos pais. Orientações sobre higiene oral adequada, alimentação equilibrada e a importância das visitas regulares ao dentista são pilares na promoção de uma saúde bucal infantil robusta. Principais Condições Tratadas na Odontopediatria 1. Cárie na Primeira Infância A cárie dentária é a doença crônica mais comum em crianças pequenas. A cárie na primeira infância (CPI) é um problema sério que afeta dentes decíduos e pode ter consequências a longo prazo para a dentição permanente. A CPI é caracterizada pela desmineralização do esmalte causada por ácidos produzidos por bactérias na presença de carboidratos fermentáveis. Um dos principais fatores de risco é a alimentação inadequada, como o uso prolongado de mamadeiras com líquidos açucarados e a amamentação noturna prolongada sem higienização oral adequada. A prevenção da CPI envolve a educação dos pais sobre a dieta apropriada, evitando alimentos açucarados e incentivando uma rotina de higiene oral desde os primeiros meses de vida. Além disso, a aplicação de flúor tópico, selantes dentários e orientações sobre escovação e uso de fio dental são medidas fundamentais. 2. Maloclusões As maloclusões, ou desalinhamentos dos dentes e ossos maxilares, são outro problema tratado pela odontopediatria. Elas podem ser causadas por fatores genéticos, hábitos orais prejudiciais (como chupar o dedo ou uso prolongado de chupetas) e pelo desenvolvimento inadequado dos ossos faciais. A intervenção precoce é crucial para prevenir problemas mais graves no futuro e para promover um alinhamento correto dos dentes permanentes. Os odontopediatras utilizam aparelhos ortodônticos interceptivos para corrigir problemas esqueléticos e dentários nas fases iniciais, proporcionando uma correção mais eficaz e menos invasiva do que em adultos. Além disso, a orientação para a eliminação de hábitos nocivos à oclusão é uma parte importante do tratamento. 3. Traumas Dentários As crianças estão mais suscetíveis a traumas dentários devido às suas atividades recreativas e à falta de coordenação motora plena. Traumas dentários podem resultar em fraturas, deslocamentos e até mesmo perda de dentes decíduos ou permanentes. O manejo adequado e rápido do trauma é essencial para a preservação dos dentes e para evitar complicações futuras. A odontopediatria tem um papel crucial na orientação dos pais sobre como proceder em casos de trauma, desde o transporte adequado de dentes avulsionados até a importância de uma consulta imediata. Dependendo da gravidade do trauma, pode ser necessário realizar tratamentos endodônticos, restaurações ou procedimentos de reimplante. 4. Doenças Periodontais na Infância As doenças periodontais, embora mais prevalentes em adultos, também podem afetar crianças, especialmente aquelas com condições sistêmicas subjacentes, como diabetes ou doenças imunológicas. A gengivite, a forma mais comum de doença periodontal na infância, pode progredir para formas mais severas se não tratada. A prevenção envolve a educação sobre higiene oral e a remoção regular de placa bacteriana por meio de visitas ao dentista. Em casos mais avançados, pode ser necessário realizar intervenções cirúrgicas ou terapias antimicrobianas para controlar a doença. Controle de Ansiedade e Comportamento em Odontopediatria Um dos maiores desafios na odontopediatria é o controle do medo e da ansiedade que muitas crianças associam ao tratamento odontológico. A abordagem comportamental utilizada pelo odontopediatra é essencial para garantir que a criança se sinta segura e confortável durante o tratamento. Técnicas como a dessensibilização, o condicionamento positivo e a distração são comumente utilizadas para minimizar a ansiedade. Além disso, o uso da sedação consciente com óxido nitroso e oxigênio é uma ferramenta eficaz e segura para pacientes mais ansiosos ou que necessitam de tratamentos mais longos ou complexos. O relacionamento de confiança estabelecido entre o odontopediatra, a criança e os pais é crucial para o sucesso do tratamento. Um ambiente … Continued

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A importância do uso do PRF nas cirurgias dentárias

A importância do uso do PRF nas cirurgias dentárias Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Resumo A utilização de biomateriais nas cirurgias dentárias tem evoluído significativamente nos últimos anos, com destaque para a fibrina rica em plaquetas (PRF – Platelet-Rich Fibrin). O PRF é um concentrado de plaquetas autógeno que contém uma variedade de fatores de crescimento capazes de promover a regeneração óssea e tecidual. Sua aplicação em cirurgias dentárias, como enxertos ósseos, elevações de seio maxilar e implantes dentários, tem demonstrado eficácia na aceleração do processo de cicatrização e na melhoria da qualidade dos resultados cirúrgicos. Este artigo discute a importância do uso de PRF nas cirurgias dentárias, abordando sua composição, mecanismos de ação, benefícios clínicos e revisando a literatura científica atual sobre sua aplicação. A análise sugere que o PRF, quando adequadamente utilizado, pode melhorar significativamente os resultados clínicos em cirurgias dentárias, tornando-se uma ferramenta indispensável no arsenal do cirurgião-dentista. Introdução A cicatrização adequada dos tecidos moles e duros é um fator determinante para o sucesso de muitas intervenções odontológicas. Técnicas convencionais de regeneração óssea guiada e de enxertos ósseos vêm sendo utilizadas com sucesso, porém os avanços na biotecnologia proporcionaram o desenvolvimento de novos biomateriais que podem acelerar e melhorar o processo de cicatrização. Entre esses biomateriais, o PRF (fibrina rica em plaquetas) tem ganhado destaque nas últimas duas décadas. O PRF é um concentrado de plaquetas autógeno que se diferencia de outros concentrados plaquetários, como o PRP (plasma rico em plaquetas), pela ausência de aditivos bioquímicos para sua preparação. A utilização do PRF tem sido proposta como uma alternativa eficaz em diversas cirurgias dentárias devido à sua capacidade de liberar gradualmente fatores de crescimento que estimulam a regeneração óssea e tecidual. Além disso, o PRF apresenta propriedades antimicrobianas, o que contribui para a redução do risco de infecções pós-operatórias. Sua fácil obtenção e biocompatibilidade o tornam uma excelente opção para procedimentos regenerativos, promovendo uma cicatrização mais rápida e de melhor qualidade. O objetivo deste artigo é discutir a importância do PRF nas cirurgias dentárias, revisando suas propriedades, aplicações clínicas, mecanismos de ação e resultados documentados na literatura científica. Composição e Mecanismos de Ação do PRF O PRF é obtido através da centrifugação do sangue total do paciente sem o uso de anticoagulantes. O processo de centrifugação resulta na formação de três camadas: uma camada de hemácias na parte inferior, uma camada de plasma pobre em plaquetas na parte superior e, entre elas, a camada de PRF, que consiste em fibrina rica em plaquetas e leucócitos. Este material possui uma matriz de fibrina tridimensional que aprisiona plaquetas e leucócitos, permitindo a liberação lenta de fatores de crescimento, como o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento transformador beta (TGF-β) e o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Os fatores de crescimento presentes no PRF desempenham papéis fundamentais na regeneração tecidual. O PDGF, por exemplo, é um potente estimulador da migração de fibroblastos e outras células envolvidas no processo de cicatrização, enquanto o TGF-β promove a diferenciação celular e a deposição de matriz extracelular. O VEGF, por sua vez, estimula a angiogênese, que é crucial para a formação de novos vasos sanguíneos no local da lesão, garantindo um adequado suprimento de oxigênio e nutrientes para os tecidos em cicatrização. Além disso, a presença de leucócitos no PRF confere propriedades antimicrobianas ao biomaterial, ajudando a combater infecções no local cirúrgico. Essa combinação de fatores de crescimento, matriz de fibrina e leucócitos faz do PRF um material altamente eficaz para promover a regeneração óssea e tecidual em cirurgias dentárias. Aplicações Clínicas do PRF nas Cirurgias Dentárias O PRF tem sido utilizado com sucesso em uma ampla gama de procedimentos cirúrgicos na odontologia, incluindo enxertos ósseos, elevações de seio maxilar, implantes dentários e procedimentos periodontais. Suas propriedades regenerativas e cicatrizantes permitem a otimização dos resultados clínicos e a redução do tempo de recuperação do paciente. 1. Implantes Dentários A colocação de implantes dentários exige uma cicatrização adequada tanto dos tecidos moles quanto dos tecidos ósseos. O PRF pode ser utilizado durante a cirurgia de implante para promover a osteointegração e melhorar a cicatrização dos tecidos peri-implantares. Estudos mostram que o uso de PRF em conjunto com implantes dentários resulta em maior estabilidade inicial e uma melhor regeneração óssea ao redor do implante. Além disso, o PRF pode ser utilizado em cirurgias de enxerto ósseo concomitantes à colocação de implantes, melhorando a qualidade do enxerto e promovendo uma cicatrização mais rápida. A liberação prolongada de fatores de crescimento estimula a osteogênese e a angiogênese, contribuindo para uma melhor incorporação do implante no osso. 2. Enxertos Ósseos Os enxertos ósseos são frequentemente necessários para reconstruir defeitos ósseos em áreas onde há insuficiência de tecido ósseo para a colocação de implantes ou para a recuperação de áreas afetadas por doenças periodontais. O PRF pode ser misturado ao material de enxerto ósseo para melhorar a incorporação do enxerto e acelerar a formação óssea. Estudos demonstram que a combinação de PRF com enxertos ósseos autógenos, alógenos ou sintéticos pode aumentar a taxa de formação óssea, bem como a densidade do novo osso formado. A matriz de fibrina do PRF atua como um arcabouço para a deposição de novo tecido ósseo, enquanto os fatores de crescimento estimulam a proliferação celular e a diferenciação osteogênica. 3. Elevação do Seio Maxilar A elevação do seio maxilar é uma técnica comum em implantodontia para aumentar a altura óssea na maxila posterior. O PRF tem sido utilizado como um complemento valioso nesse procedimento, não apenas para melhorar a cicatrização óssea, mas também para reduzir o risco de complicações, como perfuração da membrana sinusal. O uso de PRF na elevação do seio maxilar tem demonstrado ser eficaz na promoção da regeneração óssea, acelerando o processo de cicatrização e permitindo a colocação mais precoce dos implantes. Além disso, a presença de leucócitos no PRF pode ajudar a prevenir infecções pós-operatórias, tornando o procedimento mais seguro e previsível. 4. Procedimentos Periodontais O PRF também tem sido amplamente utilizado em … Continued

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Tratamentos Ortodônticos – Aplicações e Evidências Científicas

Tratamentos Ortodônticos – Aplicações e Evidências Científicas Introdução A ortodontia é uma especialidade da Medicina Dentária focada no diagnóstico, prevenção e tratamento das irregularidades dentárias e faciais. O avanço tecnológico tem proporcionado uma variedade de tratamentos ortodônticos, cada um com suas próprias indicações, vantagens e limitações. Este artigo revisa os principais tratamentos ortodônticos disponíveis no mercado, abordando suas aplicações e evidências científicas que sustentam sua eficácia. 1. Aparelhos Ortodônticos Fixos Os aparelhos ortodônticos fixos são o tratamento mais comum e tradicional utilizado na ortodontia. Eles consistem em bráquetes colados na superfície dos dentes, conectados por um arco metálico que aplica força sobre os dentes, promovendo seu movimento gradual. 1.1 Indicações São indicados para a maioria das maloclusões, incluindo sobremordidas, mordidas cruzadas, apinhamento dentário e espaçamento excessivo. 1.2 Vantagens Controle preciso sobre o movimento dos dentes. Eficazes em casos complexos de maloclusão. 1.3 Limitações Estética comprometida devido à visibilidade do aparelho. Necessidade de manutenção rigorosa da higiene bucal. 1.4 Evidências Científicas Estudos demonstram que os aparelhos fixos são altamente eficazes na correção de várias maloclusões, com taxas de sucesso superiores a 90% em tratamentos de longo prazo (Proffit et al., 2018). 2. Aparelhos Ortodônticos Autoligados Os aparelhos autoligados são uma evolução dos aparelhos fixos tradicionais, com bráquetes que não necessitam de ligaduras elásticas para prender o arco ortodôntico. Estes aparelhos podem ser ativos ou passivos, dependendo do tipo de bráquete utilizado. 2.1 Indicações São indicados para as mesmas maloclusões que os aparelhos fixos tradicionais, com a vantagem de menor atrito entre o bráquete e o arco, facilitando movimentos dentários. 2.2 Vantagens Redução do tempo de tratamento em comparação com os aparelhos fixos convencionais. Maior conforto para o paciente. 2.3 Limitações Custo mais elevado em comparação aos aparelhos convencionais. Resultados estéticos similares aos aparelhos fixos tradicionais. 2.4 Evidências Científicas Pesquisas indicam que os aparelhos autoligados podem reduzir o tempo de tratamento em até 4 meses (Ehsani et al., 2015). No entanto, as evidências sobre a superioridade em comparação aos aparelhos convencionais ainda são inconclusivas. 3. Alinhadores Transparentes Os alinhadores transparentes, como o Invisalign, representam uma opção estética para a correção ortodôntica. Estes dispositivos removíveis são feitos de plástico transparente, moldados sob medida para o paciente. 3.1 Indicações Recomendados para casos leves a moderados de maloclusão, incluindo desalinhamento, espaçamento e algumas mordidas cruzadas. 3.2 Vantagens Estética superior, quase invisível. Facilidade de remoção para alimentação e higiene bucal. 3.3 Limitações Menor eficácia em casos complexos. Requer disciplina por parte do paciente para uso constante. 3.4 Evidências Científicas Estudos comparativos mostram que, em casos adequados, os alinhadores transparentes podem ser tão eficazes quanto os aparelhos fixos, com altos índices de satisfação dos pacientes (Kravitz et al., 2008). Entretanto, a eficácia depende da complexidade do caso e da adesão do paciente ao uso contínuo dos alinhadores. 4. Aparelhos Expansores Palatinos Os expansores palatinos são utilizados para alargar o arco dentário superior em pacientes com mordida cruzada ou palato estreito. O aparelho consiste em um dispositivo fixo que aplica pressão gradual sobre o palato, promovendo a expansão óssea. 4.1 Indicações Indicados principalmente para crianças e adolescentes em crescimento, com o objetivo de corrigir mordidas cruzadas e melhorar o alinhamento dos dentes. 4.2 Vantagens Pode evitar a necessidade de extrações dentárias em casos de apinhamento. Eficaz na correção da mordida cruzada posterior. 4.3 Limitações Desconforto durante o processo de expansão. Eficácia reduzida em pacientes adultos. 4.4 Evidências Científicas A literatura sugere que a expansão rápida da maxila é eficaz na correção de mordidas cruzadas em pacientes jovens, com taxas de sucesso acima de 80% (Da Silva Filho et al., 2007). Em adultos, a expansão pode exigir procedimentos cirúrgicos auxiliares para alcançar resultados satisfatórios. 5. Cirurgia Ortognática A cirurgia ortognática é indicada para correção de discrepâncias esqueléticas graves que não podem ser tratadas apenas com aparelhos ortodônticos. Este procedimento envolve o reposicionamento cirúrgico dos maxilares para melhorar a função mastigatória e a estética facial. 5.1 Indicações Indicada em casos de discrepâncias severas, como prognatismo mandibular, retrognatismo maxilar, mordida aberta esquelética e assimetrias faciais. 5.2 Vantagens Correção de problemas esqueléticos severos. Resultados estéticos significativos. 5.3 Limitações Procedimento invasivo com riscos associados à cirurgia. Período de recuperação prolongado. 5.4 Evidências Científicas Estudos mostram que a cirurgia ortognática, combinada com o tratamento ortodôntico, resulta em uma melhoria significativa tanto na função quanto na estética facial, com alta taxa de satisfação dos pacientes (Posnick et al., 2014). 6. Mini-implantes Ortodônticos Os mini-implantes ortodônticos, também conhecidos como dispositivos de ancoragem temporária (TADs), são pequenas estruturas de titânio inseridas no osso alveolar para fornecer ancoragem adicional durante o tratamento ortodôntico. 6.1 Indicações Indicados para casos onde há necessidade de movimentação dentária difícil, como retração de caninos ou fechamento de espaços. 6.2 Vantagens Permitem movimentos dentários complexos sem necessidade de ancoragem extraoral. Redução do tempo de tratamento. 6.3 Limitações Risco de falha do implante, embora baixo. Necessidade de procedimento cirúrgico para inserção e remoção. 6.4 Evidências Científicas A literatura aponta para uma alta eficácia dos mini-implantes em fornecer ancoragem estável, com taxas de sucesso acima de 85% (Papadopoulos et al., 2008). Eles são particularmente úteis em tratamentos complexos que envolvem movimentos dentários amplos. 7. Aparelhos Ortodônticos Estéticos Os aparelhos estéticos incluem bráquetes feitos de materiais menos visíveis, como porcelana ou safira, que imitam a cor natural dos dentes. São uma alternativa aos aparelhos metálicos tradicionais para pacientes que buscam uma solução mais discreta. 7.1 Indicações Indicados para pacientes que necessitam de tratamento ortodôntico fixo, mas que priorizam a estética durante o processo. 7.2 Vantagens Menos perceptíveis que os aparelhos metálicos tradicionais. Oferecem os mesmos benefícios de correção que os aparelhos fixos. 7.3 Limitações Maior custo em comparação aos aparelhos metálicos. Material mais frágil, podendo quebrar com maior facilidade. 7.4 Evidências Científicas Pesquisas mostram que os aparelhos estéticos são igualmente eficazes na correção de maloclusões, mas podem exigir cuidados adicionais devido à fragilidade dos materiais utilizados (Wong, 2017). 8. Expansores Rápidos da Maxila Assistidos por Laser O uso de laser para auxiliar na expansão rápida da maxila é uma técnica relativamente nova, onde o laser de … Continued

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