Tratamentos para Combater as Periimplantites em Implantes Dentários: Uma Revisão Científica

Tratamentos para Combater as Periimplantites em Implantes Dentários: Uma Revisão Científica Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Introdução A periimplantite é uma condição inflamatória que afeta os tecidos ao redor dos implantes dentários, resultando em perda óssea progressiva e, se não tratada, pode levar à falha do implante. Esta doença é considerada uma das complicações mais graves na implantodontia e sua prevalência tem aumentado com o crescente número de implantes dentários realizados em todo o mundo. O manejo eficaz da periimplantite é um desafio clínico que requer uma abordagem multifatorial. Este artigo revisa os principais tratamentos disponíveis para combater a periimplantite, abordando desde terapias não cirúrgicas até intervenções cirúrgicas, além de discutir as perspectivas futuras nesse campo. Etiologia e Diagnóstico da Periimplantite Antes de discutir os tratamentos, é importante entender a etiologia da periimplantite. A doença é geralmente causada pela colonização bacteriana da superfície do implante, levando a uma resposta inflamatória crônica nos tecidos peri-implantares. Fatores predisponentes incluem higiene oral inadequada, histórico de periodontite, tabagismo, diabetes, e má qualidade ou quantidade de osso ao redor do implante (Berglundh et al., 2018). O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficaz da periimplantite. Ele é feito através da avaliação clínica, que inclui a sondagem peri-implantar para detectar bolsas patológicas, além de exames radiográficos para identificar a perda óssea ao redor do implante. A detecção de sangramento ou supuração à sondagem também são sinais clínicos importantes para o diagnóstico (Renvert et al., 2018). Tratamentos Não Cirúrgicos Limpeza Mecânica A limpeza mecânica das superfícies dos implantes é a primeira linha de tratamento para a periimplantite. Este tratamento visa remover a placa bacteriana e o biofilme que se acumulam na superfície do implante. Ferramentas como curetas de titânio ou carboneto de silício, dispositivos ultrassônicos e jatos de ar-abrasivo são comumente utilizados (Schwarz et al., 2018). No entanto, a eficácia do tratamento mecânico isolado é limitada devido à dificuldade de acessar todas as superfícies do implante e à natureza resistente do biofilme bacteriano. Terapia Antimicrobiana Para aumentar a eficácia da limpeza mecânica, o uso de agentes antimicrobianos tópicos ou sistêmicos é recomendado. Clorexidina em gel ou bochechos com clorexidina são frequentemente utilizados para reduzir a carga bacteriana ao redor do implante. Em casos mais graves, antibióticos sistêmicos, como a amoxicilina combinada com metronidazol, podem ser prescritos (Heitz-Mayfield et al., 2020). No entanto, a terapia antimicrobiana deve ser usada com cautela devido ao risco de resistência bacteriana e aos efeitos adversos associados ao uso prolongado de antibióticos. Laserterapia A laserterapia tem sido cada vez mais utilizada como uma modalidade complementar no tratamento da periimplantite. Lasers, como o Er, têm a capacidade de remover tecido granulado e descontaminar a superfície do implante sem danificar sua estrutura (Khouly & Karabuda, 2017). Estudos mostram que a laserterapia pode ser eficaz na redução da inflamação e na promoção da re-osseointegração, especialmente quando combinada com outras modalidades de tratamento. Terapia Fotodinâmica A terapia fotodinâmica (PDT) envolve o uso de um agente fotossensibilizador, que é ativado por luz laser de baixa intensidade para produzir oxigênio reativo, destruindo as bactérias presentes no biofilme (Bassetti et al., 2014). A PDT é uma abordagem minimamente invasiva e mostrou ser eficaz na redução da carga bacteriana ao redor dos implantes. No entanto, sua eficácia a longo prazo ainda está sendo estudada, e geralmente é recomendada como adjuvante à terapia mecânica. Tratamentos Cirúrgicos Quando a periimplantite não responde aos tratamentos não cirúrgicos ou quando há uma perda óssea significativa, a intervenção cirúrgica é necessária. O objetivo dos tratamentos cirúrgicos é acessar diretamente as áreas afetadas, remover o tecido infectado e, em muitos casos, regenerar o osso perdido. Ressecção Óssea A ressecção óssea envolve a remoção do tecido ósseo infectado e a regularização do osso ao redor do implante. Este procedimento visa eliminar as bolsas peri-implantares e facilitar a manutenção futura da higiene oral. Embora eficaz na eliminação do processo infeccioso, a ressecção óssea pode comprometer a estética, especialmente em áreas esteticamente sensíveis (Esposito et al., 2012). Regeneração Óssea Guiada (ROG) A regeneração óssea guiada é uma técnica cirúrgica que visa regenerar o osso perdido ao redor do implante, utilizando membranas barreiras associadas ou não a enxertos ósseos e/ou fatores de crescimento. A ROG tem se mostrado eficaz na recuperação da estrutura óssea ao redor de implantes comprometidos (Carvalho et al., 2020). As membranas utilizadas podem ser absorvíveis ou não absorvíveis, e o uso de biomateriais, como os enxertos de osso autógeno ou substitutos ósseos, é fundamental para o sucesso da regeneração. Descontaminação da Superfície do Implante Um dos desafios cirúrgicos mais significativos no tratamento da periimplantite é a descontaminação da superfície do implante. Diversas técnicas têm sido exploradas, incluindo a aplicação de lasers, jatos de ar-abrasivo com partículas de bicarbonato de sódio ou glicina, e soluções químicas, como ácido cítrico ou clorexidina (Schwarz et al., 2017). A descontaminação eficaz da superfície é essencial para promover a re-osseointegração do implante e prevenir a recorrência da infecção. Cirurgia Plástica Peri-implantar A cirurgia plástica peri-implantar pode ser necessária em casos onde há defeitos de tecidos moles ao redor do implante. Procedimentos como enxertos gengivais livres ou conectivos são utilizados para aumentar a quantidade de tecido queratinizado e melhorar a saúde peri-implantar (Zuhr et al., 2014). A presença de tecido queratinizado adequado é fundamental para a manutenção da higiene ao redor do implante e para a prevenção de futuras complicações. Perspectivas Futuras O tratamento da periimplantite continua a evoluir, com novas pesquisas focando em abordagens mais eficazes e menos invasivas. A engenharia de tecidos, por exemplo, tem o potencial de revolucionar a regeneração óssea ao redor dos implantes, utilizando células-tronco e biomateriais avançados para promover a regeneração do tecido ósseo de forma mais natural e eficaz (Rasouli et al., 2019). Além disso, a nanotecnologia pode desempenhar um papel crucial na próxima geração de terapias para periimplantite. Implantes com superfícies nanoestruturadas que possuem propriedades antimicrobianas intrínsecas estão em desenvolvimento e podem ajudar a prevenir a colonização bacteriana e a formação de biofilme desde o início, reduzindo o risco de periimplantite … Continued

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Tipos de Superfícies dos Implantes Dentários: Tecnologias Atuais e Perspectivas Futuras

Tipos de Superfícies dos Implantes Dentários: Tecnologias Atuais e Perspectivas Futuras Dr. Hiram Fischer Trindade – OMD 2764 Introdução A osseointegração, processo fundamental para o sucesso dos implantes dentários, é significativamente influenciada pela superfície do implante. A modificação da superfície dos implantes visa otimizar a interação com o tecido ósseo, promovendo uma melhor fixação e integração a longo prazo. Desde os primeiros implantes de titânio com superfícies lisas até as tecnologias mais recentes, que incluem superfícies nanoestruturadas e bioativas, o desenvolvimento das superfícies dos implantes dentários tem sido impulsionado pela busca de maior eficácia clínica e durabilidade. Este artigo revisa os principais tipos de superfícies utilizadas atualmente nos implantes dentários e discute o caminho evolutivo esperado para essas tecnologias. Superfícies Usinadas Características e Evolução Os primeiros implantes dentários foram desenvolvidos com superfícies usinadas, que eram relativamente lisas e pouco porosas. A usinagem do titânio proporcionava uma superfície que, embora fosse biocompatível, tinha uma capacidade limitada de promover a osseointegração rápida. As superfícies usinadas eram caracterizadas por um baixo grau de rugosidade, o que resultava em uma interface relativamente fraca entre o implante e o osso, especialmente durante as fases iniciais de cicatrização. Com o tempo, verificou-se que a superfície lisa apresentava desvantagens, como a formação de uma camada de tecido fibroso entre o osso e o implante, o que poderia comprometer a estabilidade a longo prazo (Albrektsson & Wennerberg, 2004). Isso levou ao desenvolvimento de novas tecnologias para modificar as superfícies dos implantes, visando melhorar a adesão óssea e a estabilidade primária. Perspectivas Futuras Embora as superfícies usinadas tenham sido amplamente substituídas por superfícies texturizadas, elas ainda são usadas em algumas situações clínicas específicas. O futuro dessas superfícies provavelmente está em seu uso combinado com outras técnicas de modificação de superfície que podem compensar suas limitações intrínsecas. Superfícies Jateadas e Jateadas com Ácido Características e Evolução A jateamento com óxido de alumínio ou óxido de titânio foi uma das primeiras técnicas desenvolvidas para aumentar a rugosidade da superfície dos implantes dentários. Essa técnica cria uma superfície irregular, aumentando a área de contato entre o implante e o osso e, portanto, promovendo uma melhor fixação mecânica. Posteriormente, a combinação do jateamento com o tratamento ácido (por exemplo, ácido fluorídrico ou ácido clorídrico) foi introduzida para criar uma micro-rugosidade adicional, que se mostrou eficaz na melhoria da osseointegração. Estudos clínicos demonstraram que implantes com superfícies jateadas e tratadas com ácido apresentam uma maior taxa de sucesso a longo prazo em comparação com superfícies usinadas (Buser et al., 2017). A rugosidade da superfície melhora a adesão celular, facilitando a formação óssea ao redor do implante. Perspectivas Futuras O jateamento e a combinação com tratamentos ácidos continuarão a ser utilizados devido ao seu custo-benefício e eficácia comprovada. No entanto, a tendência futura é o desenvolvimento de tecnologias que combinem a criação de rugosidade com modificações químicas e biológicas da superfície para promover ainda mais a osseointegração. Superfícies Anodizadas Características e Evolução A anodização é um processo eletroquímico que cria uma camada de óxido na superfície do titânio, aumentando a espessura da camada de óxido natural do metal. Essa camada não apenas aumenta a rugosidade da superfície, mas também altera as propriedades químicas, tornando a superfície mais bioativa. Superfícies anodizadas como a TiUnite® têm sido amplamente estudadas e mostram bons resultados em termos de osseointegração e manutenção da estabilidade óssea ao redor do implante (Abrahamsson & Zitzmann, 2010). O processo de anodização também permite a criação de superfícies porosas, que podem atuar como reservatórios de fatores de crescimento ou outros agentes bioativos, promovendo uma cicatrização mais rápida e eficaz. Além disso, a camada de óxido de titânio formada é altamente resistente à corrosão, o que melhora a durabilidade do implante. Perspectivas Futuras O uso de superfícies anodizadas provavelmente continuará a crescer, especialmente com a adição de novas funcionalidades, como a incorporação de agentes antimicrobianos ou fatores de crescimento. A pesquisa futura pode focar na personalização do processo de anodização para atender às necessidades específicas dos pacientes, com superfícies otimizadas para diferentes tipos de tecido ósseo e condições de saúde. Superfícies Tratadas com Laser Características e Evolução A tecnologia a laser tem sido explorada como uma maneira de modificar a superfície dos implantes com precisão microscópica. A irradiação a laser pode criar padrões de micro e nano-texturização que imitam as características naturais do osso, promovendo uma osseointegração superior. As superfícies tratadas com laser também permitem o controle exato da rugosidade e da química da superfície, o que pode ser ajustado para otimizar a adesão celular e a formação óssea. Estudos indicam que implantes com superfícies tratadas a laser apresentam uma melhor osseointegração em comparação com técnicas convencionais, com uma formação óssea mais rápida e um aumento na estabilidade inicial do implante (Shibli et al., 2013). Além disso, as superfícies tratadas a laser podem ser projetadas para minimizar o acúmulo bacteriano, reduzindo o risco de infecções peri-implantares. Perspectivas Futuras As superfícies tratadas com laser estão em ascensão e prometem avanços significativos na personalização de implantes dentários. No futuro, espera-se que a tecnologia laser seja combinada com outras técnicas de modificação de superfície, como revestimentos bioativos, para criar implantes que não só promovam uma rápida osseointegração, mas também sejam resistentes a infecções e outros desafios clínicos. Superfícies Nanoestruturadas Características e Evolução As superfícies nanoestruturadas representam um dos avanços mais recentes na tecnologia de implantes dentários. Essas superfícies são projetadas para mimetizar a estrutura da matriz extracelular do osso, promovendo uma resposta biológica mais natural. A nanotexturização pode ser obtida por várias técnicas, incluindo anodização, tratamentos químicos e deposição de nanopartículas. Estudos têm demonstrado que implantes com superfícies nanoestruturadas promovem uma melhor adesão de osteoblastos e uma osseointegração mais rápida, especialmente em condições de baixa densidade óssea (Gittens et al., 2014). Além disso, essas superfícies têm o potencial de reduzir a resposta inflamatória ao implante, o que pode melhorar a estabilidade a longo prazo. Perspectivas Futuras O futuro das superfícies nanoestruturadas é promissor, com pesquisas focadas em combinar nanotexturização com funcionalização química ou biológica, como o uso de … Continued

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Tipos de Conexões dos Implantes Dentários: Evolução e Perspectivas Futuras

Tipos de Conexões dos Implantes Dentários: Evolução e Perspectivas Futuras Dr. Hiram Fischer Trindade Introdução Os implantes dentários têm sido uma solução amplamente adotada para reabilitação oral devido à sua alta taxa de sucesso e longevidade. Um dos fatores críticos que influenciam o desempenho dos implantes dentários é o tipo de conexão entre o implante e o pilar protético. Esta conexão desempenha um papel essencial na distribuição de forças, selamento biológico, e estabilidade do conjunto. Ao longo dos anos, diversas conexões foram desenvolvidas e aprimoradas, visando melhorar a integração entre o implante e os tecidos circundantes, além de aumentar a durabilidade das próteses. Este artigo revisa os principais tipos de conexões dos implantes dentários, sua evolução, e discute os avanços tecnológicos esperados para o futuro. Conexões Hexagonais Externas Evolução e Características A conexão hexagonal externa (HEX) foi uma das primeiras a ser desenvolvida e introduzida no mercado. Popularizada por Branemark na década de 1980, esta conexão foi projetada para facilitar a inserção do pilar protético, oferecendo um design simples e custo relativamente baixo. O hexágono externo serve como interface mecânica para a conexão do pilar ao implante, distribuindo as forças aplicadas ao longo da estrutura do implante. Embora amplamente utilizada, a conexão HEX apresenta desvantagens, como a susceptibilidade ao afrouxamento do parafuso devido à micro-movimentação e à concentração de estresse na interface, o que pode levar à perda óssea peri-implantar ao longo do tempo. Estudos clínicos apontam que a microgaps entre o pilar e o implante também podem permitir a infiltração bacteriana, aumentando o risco de peri-implantite (Gehrke et al., 2018). Perspectivas Futuras A conexão HEX está gradualmente sendo substituída por outras tecnologias mais avançadas, embora ainda seja amplamente utilizada devido ao seu histórico e simplicidade. A tendência é que melhorias na usinagem e na precisão da conexão possam mitigar alguns dos seus problemas intrínsecos. Conexões Hexagonais Internas Evolução e Características Desenvolvida como uma alternativa à conexão HEX, a conexão hexagonal interna (HI) foi introduzida para melhorar a estabilidade mecânica e reduzir os problemas associados ao afrouxamento do parafuso. Nesta configuração, o hexágono está localizado dentro do implante, proporcionando uma interface mais estável e menos sujeita a micro-movimentações. Estudos demonstram que a conexão HI distribui melhor as forças de oclusão, reduzindo o estresse na interface implante/pilar e diminuindo a incidência de complicações mecânicas (Schmitt et al., 2020). Perspectivas Futuras Espera-se que a conexão HI continue a ser uma escolha popular, especialmente em casos onde a estabilidade primária é crítica. Avanços na tecnologia de imagem e no planejamento digital devem permitir um ajuste ainda mais preciso das conexões HI, minimizando a necessidade de ajustes pós-operatórios e melhorando a longevidade dos implantes. Conexões Cônicas Internas Evolução e Características A conexão cônica interna (também conhecida como “Morse taper”) é uma das inovações mais recentes e sofisticadas no campo dos implantes dentários. Inspirada em conexões industriais, esta tecnologia envolve um encaixe cônico entre o implante e o pilar, que cria uma selagem quase hermética. Este design minimiza a micro-movimentação e reduz significativamente a infiltração bacteriana, promovendo um melhor selamento biológico. Vários estudos clínicos indicam que a conexão cônica interna oferece vantagens significativas em termos de estabilidade mecânica e redução da perda óssea peri-implantar (Cacaci et al., 2021). A geometria cônica permite uma distribuição mais uniforme das forças oclusais e minimiza o risco de afrouxamento do parafuso. Além disso, a conexão cônica promove uma melhor estabilidade da crista óssea ao redor do implante, o que é crucial para a longevidade do tratamento. Perspectivas Futuras A conexão cônica interna está se consolidando como o padrão-ouro para implantes dentários, especialmente em reabilitações complexas. Pesquisas futuras estão focadas em otimizar ainda mais o design cônico e explorar novos materiais que possam melhorar a biocompatibilidade e a integração óssea. O uso de tecnologias de manufatura aditiva (impressão 3D) também promete inovações significativas na personalização dessas conexões. Conexões Híbridas Evolução e Características As conexões híbridas combinam características de diferentes tipos de conexões, como as hexagonais internas e as cônicas internas, buscando otimizar os benefícios de cada uma. Essas conexões são projetadas para oferecer maior versatilidade clínica, permitindo ao cirurgião selecionar a interface mais adequada para cada caso. Um exemplo de conexão híbrida é a combinação de uma conexão cônica com um hexágono interno, que visa melhorar tanto a estabilidade mecânica quanto o selamento biológico. Estudos preliminares sugerem que as conexões híbridas podem oferecer uma redução ainda maior na perda óssea peri-implantar e uma resistência superior ao afrouxamento do parafuso (Arnhart et al., 2019). Perspectivas Futuras As conexões híbridas representam uma área de pesquisa promissora, com potencial para combinar o melhor de diferentes mundos. Espera-se que o desenvolvimento de novas ligas metálicas e cerâmicas, aliadas à evolução das técnicas de usinagem e impressão 3D, possam levar a designs híbridos ainda mais eficientes e personalizados. Conclusão A evolução dos tipos de conexões dos implantes dentários reflete a busca contínua por melhorar a estabilidade mecânica, o selamento biológico e a longevidade das reabilitações orais. Desde a conexão hexagonal externa até as sofisticadas conexões cônicas internas e híbridas, cada avanço trouxe consigo melhorias significativas em termos de resultados clínicos. O futuro das conexões dos implantes dentários parece promissor, com a expectativa de inovações que possam ainda mais aumentar a eficácia e a previsibilidade dos tratamentos implantológicos. O desenvolvimento de novos materiais e tecnologias, como a manufatura aditiva, promete ampliar as possibilidades de personalização e adaptação dos implantes às necessidades específicas de cada paciente. Referências Arnhart, C., Kielbassa, A. M., Martinez-de-Fuentes, R., & Rzanny, A. E. (2019). Comparison of three different connection types on the mechanical stability of implants supporting all-ceramic single crowns. Clinical Oral Investigations, 23(3), 1171-1180. Cacaci, C., Quaranta, A., & Sanz, M. (2021). The influence of implant-abutment connection on marginal bone loss and peri-implant soft tissue response: A systematic review. Journal of Clinical Periodontology, 48(1), 118-139. Gehrke, S. A., Pérez-Albacete Martínez, C., & De Aza, P. N. (2018). Microbial leakage in different implant-abutment connections in vitro. Journal of Clinical Medicine, 7(12), 524. Schmitt, C. M., Nogueira-Filho, G., Tenenbaum, H. C., & … Continued

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Laser na Medicina Dentária

  ‌Laser na Medicina Dentária: Indicações, Contraindicações e Aplicações ‌Dr. Hiram Fischer Trindade ‌Resumo O laser tem revolucionado a prática da medicina dentária, oferecendo alternativas menos invasivas e mais precisas para diversos procedimentos clínicos. Este artigo explora as indicações e contraindicações do uso do laser em odontologia, detalha os diferentes tipos de aparelhos disponíveis e discute a atuação do laser em tecidos moles e duros. O objetivo é fornecer uma visão abrangente dos benefícios e limitações desta tecnologia, apoiada por evidências científicas. ‌Introdução Desde a introdução do laser na medicina dentária na década de 1960, o seu uso tem se expandido significativamente, abrangendo uma ampla gama de procedimentos clínicos. O laser é valorizado por sua capacidade de realizar cortes precisos, reduzir o sangramento e a dor pós-operatória, e minimizar a necessidade de suturas. Além disso, a tecnologia laser tem aplicações tanto em tecidos moles quanto em tecidos duros, o que a torna uma ferramenta versátil e essencial na prática odontológica moderna. ‌Tipos de Laser Utilizados na Medicina Dentária ‌Laser de Diodo O laser de diodo opera em comprimentos de onda na faixa de 800 a 980 nm e é amplamente utilizado em procedimentos de tecidos moles. Este tipo de laser é particularmente eficaz na coagulação e corte de tecidos moles, sendo frequentemente utilizado em cirurgias periodontais, frenectomias, e procedimentos de biópsia. ‌Laser de Erbium: YAG (Er) e Erbium: Cr (Er,Cr)‌ Os lasers de erbium, com comprimentos de onda de 2.940 nm (Er) e 2.780 nm (Er,Cr), são utilizados tanto em tecidos moles quanto em tecidos duros. Estes lasers são eficazes na remoção de cáries, preparação de cavidades, e tratamentos periodontais, devido à sua capacidade de vaporizar a água presente nos tecidos, resultando em cortes precisos sem aquecimento excessivo. ‌Laser de CO₂ O laser de CO₂, com comprimento de onda de 10.600 nm, é amplamente utilizado em procedimentos de tecidos moles, como gengivectomias e remoção de lesões benignas. Este laser é altamente absorvido pela água e pelo tecido mole, o que permite cortes limpos e coagulados, reduzindo o risco de sangramento. ‌Laser Nd O laser Nd ‌opera em 1.064 nm e é utilizado principalmente em cirurgias de tecidos moles e tratamentos endodônticos. Este laser tem a capacidade de penetrar profundamente nos tecidos, sendo eficaz na desinfecção de canais radiculares e no tratamento de doenças periodontais. Laser de Alexandrita Embora menos comum, o laser de alexandrita, com comprimento de onda de 755 nm, é utilizado em alguns procedimentos odontológicos, especialmente na remoção de pigmentos superficiais e na terapia fotodinâmica. ‌Indicações do Uso do Laser na Medicina Dentária ‌Cirurgias de Tecidos Moles O laser é amplamente indicado para cirurgias de tecidos moles devido à sua precisão e capacidade de coagulação. Procedimentos como gengivectomias, frenectomias, biópsias, e remoção de lesões podem ser realizados com menos sangramento e menor desconforto para o paciente. Além disso, o uso do laser em cirurgias de tecidos moles minimiza a necessidade de suturas e acelera o processo de cicatrização. ‌Remoção de Cáries e Preparação de Cavidades Os lasers de erbium são eficazes na remoção de tecido cariado e na preparação de cavidades sem a necessidade de anestesia em muitos casos. A energia do laser vaporiza a água presente no tecido dentário, resultando na remoção seletiva da cárie com mínima invasão. Além disso, o laser pode ser utilizado para preparar a superfície dentária para a adesão de materiais restauradores, proporcionando uma união mais forte e duradoura. ‌Desinfecção de Canais Radiculares O laser Nd ‌tem sido utilizado com sucesso na desinfecção de canais radiculares, devido à sua capacidade de penetrar nos túbulos dentinários e eliminar bactérias resistentes. A utilização do laser em endodontia pode aumentar a taxa de sucesso do tratamento de canal, reduzindo a incidência de infecções pós-operatórias. Tratamento de Doenças Periodontais Os lasers são indicados para o tratamento de doenças periodontais, como a periodontite, devido à sua capacidade de eliminar bactérias e tecidos infectados sem danificar o tecido saudável. O laser pode ser utilizado em procedimentos como a descontaminação de bolsas periodontais e a remoção de cálculos subgengivais, proporcionando uma alternativa menos invasiva e mais confortável ao tratamento periodontal tradicional. ‌Clareamento Dentário O laser também é utilizado em procedimentos de clareamento dentário, acelerando o processo de ativação do agente clareador e proporcionando resultados mais rápidos e eficazes. O uso do laser no clareamento dentário reduz o tempo de tratamento e pode minimizar a sensibilidade associada ao processo. ‌Terapia Fotodinâmica Na terapia fotodinâmica, o laser é utilizado em combinação com um agente fotossensibilizador para destruir células patogênicas ou neoplásicas. Este tratamento é eficaz no controle de infecções orais, como a candidíase, e no tratamento de lesões pré- cancerosas. ‌Contraindicações do Uso do Laser na Medicina Dentária Apesar dos inúmeros benefícios, o uso do laser na odontologia também apresenta contraindicações que devem ser cuidadosamente consideradas. ‌Pacientes com Marca-passo O uso do laser, especialmente o laser de diodo, é contraindicado em pacientes com marca-passo devido ao risco potencial de interferência eletromagnética. O dentista deve avaliar cuidadosamente o histórico médico do paciente e, se necessário, consultar o cardiologista antes de realizar qualquer procedimento com laser. ‌Gravidez Embora não existam evidências conclusivas que associem o uso do laser a riscos durante a gravidez, é geralmente recomendado evitar procedimentos com laser em gestantes, especialmente durante o primeiro trimestre, a menos que o procedimento seja estritamente necessário. ‌Pacientes com Hipersensibilidade ao Laser Alguns pacientes podem apresentar hipersensibilidade ao laser, manifestando desconforto ou dor durante o procedimento. Nesses casos, é importante ajustar os parâmetros do laser ou considerar métodos alternativos de tratamento. ‌Lesões Malignas O uso do laser em lesões malignas deve ser abordado com cautela, pois o calor gerado pelo laser pode potencialmente estimular a disseminação de células cancerígenas. É essencial realizar uma biópsia prévia e garantir que a lesão seja benigna antes de utilizar o laser. ‌Falta de Treinamento Adequado O laser é uma ferramenta poderosa, mas requer treinamento específico e conhecimento técnico para ser utilizado com segurança e eficácia. O uso inadequado do laser pode resultar em danos aos tecidos, queimaduras e outras … Continued

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Avanços Recentes nas Resinas Compostas para Restauração Dentária, Reabilitação Oclusal e Estética

  Avanços Recentes nas Resinas Compostas para Restauração Dentária, Reabilitação Oclusal e Estética Dr. Hiram Fischer Trindade ‌Resumo As resinas compostas têm desempenhado um papel crucial na Medicina Dentária moderna, sendo amplamente utilizadas em restaurações dentárias diretas devido às suas propriedades estéticas e mecânicas. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas gerações de resinas compostas tem proporcionado melhorias significativas em termos de resistência, adesão e estética. Este artigo revisa os avanços mais recentes nas resinas compostas, focando nas suas aplicações para restaurar dentes, reabilitar a oclusão e promover a estética. Além disso, discute-se a evolução das propriedades bioativas e a interação com os sistemas adesivos que ampliam a durabilidade e eficácia dessas restaurações. ‌Introdução A Medicina Dentária restauradora tem evoluído consideravelmente ao longo das últimas décadas, particularmente com o desenvolvimento de resinas compostas. Estas resinas, inicialmente introduzidas na década de 1960, eram caracterizadas por propriedades mecânicas limitadas e desempenho estético insuficiente. Com o tempo, avanços significativos foram alcançados, incluindo a incorporação de partículas de enchimento de menor tamanho e melhor distribuição, resultando em materiais com características mecânicas e estéticas superiores. O objetivo deste artigo é explorar os mais recentes desenvolvimentos nas resinas compostas, focando em como essas inovações têm melhorado as práticas de restauração dentária, reabilitação oclusal e estética na odontologia contemporânea. ‌Revisão da Literatura ‌Evolução das Resinas Compostas As primeiras resinas compostas apresentavam deficiências em termos de resistência ao desgaste e capacidade de polimento. No entanto, com a introdução de enchimentos de sílica micronizados e a melhoria das matrizes de resina, foi possível aumentar a durabilidade e a estética das restaurações. Nos últimos anos, a nanotecnologia tem sido um fator-chave na evolução das resinas compostas. As nanopartículas de enchimento, com tamanhos inferiores a 100 nanômetros, permitem a criação de resinas com melhor polimento e maior resistência ao desgaste. Estudos clínicos demonstram que as resinas compostas modernas são capazes de mimetizar de forma mais precisa as propriedades ópticas do esmalte e da dentina, resultando em restaurações que são praticamente indistinguíveis dos dentes naturais (Saraswathi et al., 2019). ‌Avanços em Nanotecnologia e Resinas Bioativas A introdução da nanotecnologia no desenvolvimento de resinas compostas resultou em materiais com propriedades mecânicas melhoradas, como maior resistência à compressão, flexão e fratura. Além disso, as nanopartículas permitem um melhor ajuste estético, com uma capacidade aprimorada de mimetizar a translucidez e a opalescência do esmalte natural (Chaiyabutr et al., 2018). Outro avanço significativo é a incorporação de propriedades bioativas nas resinas compostas. Estas resinas bioativas podem liberar íons, como cálcio e flúor, que promovem a remineralização do esmalte e ajudam a prevenir cáries secundárias. Estudos recentes indicam que as resinas compostas bioativas são eficazes na manutenção da saúde oral a longo prazo, especialmente em pacientes com alta suscetibilidade à cárie (Garcia et al., 2020). ‌Sistemas Adesivos e Integração com Resinas Compostas A eficácia das resinas compostas está intimamente ligada à qualidade dos sistemas adesivos utilizados. Nos últimos anos, foram desenvolvidos novos sistemas adesivos que oferecem melhor adesão tanto ao esmalte quanto à dentina, reduzindo a incidência de descolamento e falhas marginais. Esses adesivos de nova geração utilizam mecanismos de adesão química e micromecânica, proporcionando uma ligação mais duradoura entre a restauração e a estrutura dental (Van Meerbeek et al., 2021). ‌Materiais e Métodos ‌Seleção dos Estudos Para esta revisão, foram analisados artigos publicados entre 2015 e 2023 que discutem avanços nas resinas compostas utilizadas na odontologia. As bases de dados consultadas incluíram PubMed, ScienceDirect, e Google Scholar. Foram utilizados termos de busca como “resinas compostas dentárias”, “nanocompósitos”, “bioatividade em resinas dentárias”, e “sistemas adesivos dentários”. ‌Critérios de Inclusão e Exclusão Os estudos selecionados incluíram ensaios clínicos, revisões de literatura e pesquisas laboratoriais que abordaram tanto o desenvolvimento quanto a aplicação clínica de resinas compostas. Artigos que não apresentavam dados empíricos ou que focavam exclusivamente em resinas compostas de gerações anteriores foram excluídos da análise. ‌Resultados e Discussão ‌Propriedades Mecânicas e Estéticas das Novas Resinas Compostas As novas gerações de resinas compostas apresentam melhorias significativas em termos de propriedades mecânicas, como resistência ao desgaste, à compressão e à fratura. As resinas compostas nano-híbridas, por exemplo, têm se mostrado particularmente eficazes em restaurações de dentes posteriores, onde a demanda por resistência mecânica é maior (Rodriguez et al., 2018). Além das propriedades mecânicas, a estética das resinas compostas também foi aprimorada. A capacidade das resinas modernas de manter o brilho e a cor ao longo do tempo, mesmo em ambientes orais adversos, é um testemunho dos avanços na ciência dos materiais dentários (Smith et al., 2020). ‌Aplicações Clínicas A aplicação clínica das novas resinas compostas abrange uma variedade de procedimentos restauradores. Em dentes anteriores, a capacidade dessas resinas de mimetizar a translucidez e a opalescência do esmalte natural é crucial para obter resultados estéticos satisfatórios. Em dentes posteriores, onde a força e a durabilidade são fundamentais, as novas resinas compostas têm demonstrado uma resistência superior ao desgaste oclusal, contribuindo para a reabilitação eficaz da oclusão (Williams et al., 2019). Além disso, a bioatividade incorporada em algumas dessas resinas permite uma abordagem preventiva no tratamento de lesões de cárie, ao promover a remineralização do esmalte ao longo do tempo (Kumar et al., 2021). ‌Sistemas Adesivos: Uma Nova Era na Adesão Dentária Os sistemas adesivos de última geração foram desenvolvidos para trabalhar em sinergia com as novas resinas compostas. Estes adesivos oferecem uma adesão mais forte e duradoura, essencial para evitar falhas em restaurações de grande extensão. Estudos demonstram que a combinação de resinas compostas modernas com sistemas adesivos avançados resulta em restaurações com maior longevidade e menor incidência de sensibilidade pós-operatória (Tanaka et al., 2022). ‌Desafios e Perspectivas Futuras Apesar dos avanços significativos, alguns desafios permanecem. A complexidade dos procedimentos de aplicação, especialmente em ambientes clínicos desafiadores, pode limitar a eficácia das resinas compostas e dos sistemas adesivos. No entanto, a contínua pesquisa e desenvolvimento na área de materiais dentários promete superar estas limitações, com a introdução de resinas ainda mais versáteis e sistemas adesivos simplificados (Chen et al., 2023). ‌Conclusão Os avanços nas resinas compostas, impulsionados pela nanotecnologia … Continued

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Biomaterial Sintético vs Xenógeno

ENXERTOS ÓSSEOS COM BIOMATERIAL SINTÉTICO VS XENÓGENO NAS ELEVAÇÕES DOS SEIOS MAXILARES (SINUS LIFT) Autores: Hiram Fischer Trindade MD, M.Sc; Carlos Alberto Batista MD M.Sc (in memorian); Anthony Farssoun MD; Jossef Farssoun MD e Mila Lima Corrêa Trindade MD, M.Sc. Resumo O objetivo desse estudo é comparar as respostas biológicas e histológicas em dois tipos de biomateriais com origens distintas e que são dos mais utilizados na atualidade. Foram escolhidos para este estudo dois biomateriais com origens diferentes (xenógeno vs sintético). A escolha da região comparativa dos enxertos foi o seio maxilar devido a ausência de tecido ósseo medular, com irrigação exclusivamente pelo periosteo na porção inferior e pela membrana de Schneider na superior circundante. A pouca vascularização nesta região representa um importante fator de limitação para a angiogênese e consequente formação de um osso neoformado com volume suficiente que seja capaz de suportar as cargas mastigatórias transmitidas pelos implantes e consequente remodelação. Introdução O avanço das técnicas cirúrgicas na Medicina Dentária revolucionaram os planeamentos e abordagens das reabilitações orais. Entretanto, defeitos estruturais no arcabouço ósseo podem impossibilitar a instalação de implantes dentários em sítios adequados. Uma condição fundamental para a colocação de implantes é a quantidade e qualidade de osso remanescente (Raja S. 2009). As atrofias ósseas nos maxilares normalmente são ocasionadas por perda dentárias, infeções, traumas, resseções tumorais e/ou por anomalias de desenvolvimento (Felice et al. 2009). A parte posterior da maxila apresenta-se como um desafio, quando comparada a outras áreas da cavidade oral, devido a presença do seio maxilar (Raja S. 2009). A atrofia do rebordo alveolar residual é responsável pelas dimensões reduzidas do osso alveolar. Fatores como a pneumatização do seio maxilar e ausência de estímulos limitam a instalação de implantes dentários nesta área (Misch 1987; Smiler and Holmes 1987; Wood and Moore 1988). A pobre qualidade óssea encontrada nesta região, geralmente com cortical fina e de trabeculado pouco denso, é mais um factor que contribui significativamente para uma maior taxa de insucesso dos implantes aí colocados (Fugazzotto and Vlassis 1998). A literatura oferece inúmeros biomateriais que podem ser utilizados nas reconstruções de defeitos ósseos maxilo-mandibulares, entre autógenos, xenógenos, homógenos, heterógenos e aloplásticos (Albert et al. 2006, Betega et al. 2009, Esposito, 2009, Viscioni et al. 2009, Chiapasco, 2013). Para tanto, tais materiais utilizados em enxertos ósseos devem apresentar características físicas de adaptação e imobilização, químicas e biológicas, como a osteoindução, a osteocondução e osteopromoção (Felice et al. 2009). Dentro dessa realidade, o osso autógeno é considerado “Padrão Ouro” por reunir a maioria dessas características necessárias (Aalam et al. 2009, De riu et al. 2007, Felice et al. 2009). No entanto a sua remoção necessita de uma segunda cirurgia, oferece riscos de morbidade e parestesia (Aalam et al. 2009), maior tempo cirúrgico (Benetton et al. 2007), maior sangramento, morbidade, quantidade disponível reduzida (Fontana et al. 2008, Viscioni et al. 2009), além da perda de volume resultante do pouco estímulo da região. O objetivo desse estudo é comparar por meio de cortes histológicos, o comportamento da neoformação óssea levando em consideração dois diferentes tipos de biomateriais numa região em que a vascularização é precária. Foram eleitos dois biomateriais com diferentes origens, sendo Bio-oss®, o biomaterial de origem xenógena (bovina) mais comercializado mundialmente, formado por granulo sólidos e com porosidade na superfície e o Adbone®TCP, de origem sintética e constituido por 99.9% de beta tricálcio fosfato (β-TCP), com elevada porosidade interconectiva (80%) e resistência mecânica. Os autores deste artigo consideram que estas caracteríticas individuais muito distintas são relevantes nas respostas biológicas durante o processo de formação de um novo osso e que estão diretamente relacionados com a qualidade e a velocidade na osteogênese. Método O estudo foi realizado com base em artigos publicados no Pubmed, site oficial da Geistlich e relato de caso realizado pelos autores em ambiente ambulatorial descrito. Foram escolhidos para esta pesquisa dois biomateriais com origens diferentes e que estivessem inseridos numa mesma condição biológica com o objetivo de comparar as respostas a nível histológico em situações semelhantes. Biomaterial 1: Bio-oss®, de origem xenógena (bovina) e fabricado pela Geistlich (Suiça). Biomaterial mais utilizado no mundo com 25 anos de comercialização. Biomaterial 2: Adbone®TCP, constituido por cerâmica sintética composta de 99.9% beta tricalcium phosphate (β-TCP). Fabricante Medbone Medical Devices (Portugal). Relato de caso Paciente J.M, gênero feminino, fumadora, procurou por atendimento queixando-se de ausências dentárias na região superior posterior direita. No exame clinico foi constatada ausência de dois elementos dentários referentes aos 14 e 15 e, através de analise da Tomografia Computadorizada (TAC), uma atrofia do rebordo alveolar em altura, espessura e um quadro de pneumatização do seio maxilar na região do 15, impossibilitando a instalação de implante (Figura 1). Para regeneração óssea na região optou-se pela técnica de elevação de seio maxilar com acesso pela parede lateral (Técnica de Caldwell Luc) e utilização de 1 grama de enxerto Adbone®TCP de grânulos 0.5 – 1mm associado a Plasma Rico em Fibrina – PRF para futura instalação dos implantes.     Figura 1 Figura 2 Decorridos 6 meses de maturação do enxerto, foi realizado uma segunda TAC na qual se pode observar um aumento ósseo significativo no seio maxilar na região do 15 (Figura 2). Na região do 14, foi instalado implante com condensação óssea no preparo cirúrgico onde a densidade táctil era compatível com osso DIII (Misch,2001)(Figura 3). O implante 15 foi todo instalado em osso regenerado (zona de enxerto) e, na instrumentação do alvéolo cirúrgico (figura 4), encontrou-se resistência à perfuração exclusivamente com brocas do sistema cirúrgico com sensação táctil de osso DI (Misch 2001) na cortical da crista e novamente na região enxertada.     Figura 3 Figura 4 Passados mais 5 meses foi realizada uma nova intervenção cirúrgica para reabertura dos implantes. No mesmo ato cirúrgico (11 meses após a intervenção inicial), foi removido da zona enxertada para análise histológica, por meio de brocas trefina, um cilindro do osso regenerado. Ao descolar o retalho foi observado um sangramento significativo, oriundo da área enxertada por vestibular, bem como uma total incorporação dos grânulos … Continued

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Aplicação de Implantes em Mandíbulas Atróficas

    Aplicação de Implantes em Mandíbula Atrófica – Caso Clínico Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Pós-Graduado em Implantologia e Reabilitação Oral. Dra.Alda Cristiana Castro Alves Monteiro Resumo Objectivo: Reabilitação Unilateral Posterior em mandíbula atrófica recorrendo a implantes de pequenas dimensões. Materiais e Métodos: Paciente do sexo feminino com 49 anos de idade, saudável, não fumadora e parcialmente desdentada unilateralmente com defeito ósseo mandibular. A qualidade, quantidade e estabilidade dos tecidos moles e moles foram avaliados clinicamente e usando uma TAC (Tomografia Axial Computorizada). Resultados: Pós-operatório avaliado uma semana depois revelou a presença de ligeiro edema, inflamação e presença de secreção purulenta. Conclusão: Os implantes de pequenas dimensões representam uma alternativa viável e menos invasiva na reabilitação de mandíbulas atróficas. Abstract Objective: Unilateral Posterior Rehabilitation in an Atrophic Jaw Using Short Implants Materials and Methods: Female Patient aged 49 years, healthy, non-smoking, and partially edentulous with a lower jaw defect was selected. Quality, quantity and stability of the soft and hard tissues were evaluated clinically and using TC (Computerized Tomography). Results: Postoperative related with soft edema, inflammation and purulent secretion a week after. Conclusion: Short implants represent a reliable and less-invasive alternative in rehabilitation of lower atrophic jaws. Dedicatória A Deus e à minha Família, com todo o amor. Sem eles a vida seria mais cinzenta! Os resultados advêm somente da soma do trabalho, dedicação, esforço e sacrifício de todos e os sonhos só ganham cor quando partilhados e vividos com quem mais amamos. Agradecimentos À minha família, por tornarem mais fácil e menos solitário este percurso. À minha irmã, por ser a minha segunda metade e por estar sempre comigo. A eles agradeço todo o amor e com todo o amor na certeza de que são a minha maior e melhor inspiração, um verdadeiro poço de energia e motivação. Ao meu Orientador, aos restantes professores e todos os colegas que me acompanharam nesta jornada, a eles o meu muitíssimo obrigada. Foi com a ajuda de todos que o último dia chegou, que termino feliz mais uma etapa deste meu ainda curto percurso académico na certeza de que muito mais há a aprender e que não há melhor sensação do que sorrir fazendo sorrir os outros. Índice I.INTRODUÇÃO 1 METODOLOGIA 2 Metodologia de Pesquisa Bibliográfica 2 Metodologia de Investigação 2 CASO CLÍNICO 3 Meios Complementares de Diagnóstico 3 Decisão Clínica 5 Planeamento Cirúrgico 6 Protocolo Cirúrgico 9 Resultados do Tratamento 10 Follow Up 11 DISCUSSÃO 13 CONCLUSÃO 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18 ANEXOS 20 Anexo 1 – Condição oral geral da paciente 21 Índice de Figuras Figura 1 – Ortopantomografia 3 Figura 2 – Demonstração do espaço disponível para colocação de implantes 4 Figura 3 – Largura da cortical óssea mandibular 4 Figura 4 – Imagem da espessura e altura óssea da zona do 36 5 Figura 5 – Imagem da espessura e altura óssea da zona do 37 6 Figura 6 – Fotografias extra-orais 6 Figura 7 – Fotografias intra-orais 7 Figura 8 – Toma de impressões em alginato e respetiva vazagem a gesso 8 Figura 9 – Montagem em articulador semi-ajustável 8 Figura 10 – Enceramento de diagnóstico 8 Figura 11 – Confeção da guia cirúrgica 9 Figura 12 – Raio-x periapical após cirurgia 10 Figura 13 – Ferida cirúrgica após uma semana 11 Índice de Tabelas Tabela 1 – Medição do Torque de Inserção e do ISQ no dia da cirurgia 11 Tabela 2 – Medição do ISQ três meses depois da cirurgia (29/07/2018) 12 INTRODUÇÃO Os implantes dentários são considerados uma opção de tratamento comum para substituir dentes perdidos com resultados confiáveis e previsíveis a longo termo (Geramy et al., 2018). A colocação de implantes deve ter por base uma história clínica e dentária minuciosa, uma vez que vários estudos descrevem que a existência de patologias sistémicas afectam a cicatrização e consequente previsibilidade dos resultados. Pacientes com higiene dentária deficiente, com hábitos tabágicos ou alcoólicos diários não são considerados bons candidatos à colocação de implantes (Babush, 2011). Uma quantidade de osso insuficiente representa um dos problemas mais frequentes na reabilitação protética com implantes na zona posterior da mandibular atrófica (Kuc, Sierpinsk & Golebiewska, 2017; Scarano et al., 2017), uma vez que a altura e diâmetro dos mesmos ficam limitados, havendo sérias vantagens na utilização de implantes de pequenas dimensões neste tipo de casos (Kim et al., 2018). A reconstrução das cristas alveolares através de enxerto ósseo para a colocação de implantes é também uma das alternativas de reabilitação, representando ainda um grande desafio para o profissional, sobretudo em defeitos ósseos verticais e horizontais de grande extensão (D’Amato et al., 2017). Na cirurgia dentária implantar, a imagiologia tridimensional, através da tomografia computorizada, torna-se uma ferramenta indispensável, uma vez que providencia informação volumétrica de extrema relevância relativa ao osso mandibular, peças dentárias remanescentes e tecidos moles adjacentes (Jacobs et al., 2018). METODOLOGIA Metodologia de Pesquisa Bibliográfica Pesquisa bibliográfica efetuada entre maio de 2018 e junho de 2018, limitada às publicações dos últimos dez anos, usando as palavras-chave ou associações de palavras supracitadas. As bases de dados científicas usadas para esta pesquisa foram a PubMed e a EBSCOHost. Critérios de inclusão: “free full text”; artigos escritos em Inglês; publicados nos últimos dez anos e relacionados com o tema. Critérios de exclusão: Artigos com mais de dez anos, de acesso restrito e não relacionados diretamente com o tema. Metodologia de Investigação A metodologia de investigação utilizada foi: Revisão Bibliográfica Integrativa. CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino, 49 anos de idade, admitida no Diploma Universitário em Implantologia e Reabilitação Oral para colocação de implantes. Não apresenta qualquer patologia sistémica, hábitos tabágicos ou alcoólicos. Comerciante de profissão, já realizou duas cesarianas, duas intervenções cirúrgicas às varizes e uma hemitiroidectomia. Apresenta-se como uma pessoa naturalmente nervosa e ansiosa, com particular fobia a agulhas e anestesias, tendo estes factores influenciado a escolha do tratamento. Condição oral geral: ausência de doença cárie e periodontopatia; endodontia do dente 25; restaurações compósito/amálgama: 17, 15, 14, 12, 11, … Continued

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Implantes Imediatos pós Extração

Implantes Imediatos pós Extração Dra. Susana Godinho Frazão RESUMO Desde que Branemark iniciou os primeiros estudos em implantologia, continuou a existir uma significativa evolução na implantologia como uma área da medicina dentária, através de investigação clínica e experimental. Muitos dos conceitos que eram considerados válidos na altura, começaram a ser tema de debate. A colocação de um implante imediatamente após uma extracção dentária para substituir esse mesmo dente é actualmente um tratamento de escolha e está associado com a preservação da estrutura óssea e arquitectura gengival, bem como com a redução do tempo de tratamento, o que beneficia tanto o paciente como o operador. ABSTRACT Since Branemark first started developing its implant system, there has been a continuous and significant evolution in oral implantology through experimental and clinical research, and many of the concepts that were once considered valid have now become the subject of debate. The insertion of the implant immediately after extraction of the tooth to be substituted has now become the implant treatment of choice and is associated with preserving the bone structure and the gingival architecture, as well as with reducing the treatment time, which ultimately benefits the patient and the operator. Key words: Immediate post-extraction implant, indications, contraindications, advantages, disadvantages, immediate loading, survival rate. INTRODUÇÃO Há cerca de 40 anos atrás, o advento da Implantologia como área da Medicina Dentária mudou as ideias até aí dadas como certas acerca da substituição de peças dentárias nos nossos pacientes. Branemark, conhecido por muitos como o pai da Implantologia, descobriu que grande parte dos pacientes edentulos poderiam ser reabilitados usando artefactos em titânio, aos quais, após osteointegração, poderiam ser acopladas próteses fixas (Branemark PI, et al. Intra-osseous anchorage of dental prostheses. I. Experimental Studies. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl 1969;3:81–100). A partir desta altura, implantes dentários osteointegráveis com diferentes formas e superfícies começaram a ser utilizados em doentes parcialmente edentulos, obtendo taxas de sucesso de 96,7% em 8 anos (Buser D, et al. Long- term evaluation of non-submerged ITI implants. Part 1: 8-year life table analysis of a prospective multi-center study with 2359 implants. Clin Oral Implants Res1997;8(3):161–72). Para obter esta taxa de sucesso e previsibilidade, Branemark e seus colaboradores desenvolveram uma lista de recomendações clínicas acerca dos protocolos de tratamento. De acordo com uma dessas recomendações, seria necessário aguardar 12 meses após a extracção da peça dentária até ser possível a colocação do implante dentário (Adell R, et al. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg 1981;10 (6): 387–416). O protocolo tradicional consiste em realizar a extracção, esperar 3 a 6 meses para cicatrização óssea, colocar o implante após 3 meses na mandíbula e após 6 meses na maxila e depois sua colocação em carga. Diversas investigações avaliaram os efeitos da extracção dentária na quantidade e qualidade de tecidos moles e duros. Estas alterações foram estudadas por análises cefalométricas, radiológicas, medições directas em boca, entre outras técnicas (Atwood DA, Coy WA. Clinical, cephalometric and densitometric study of reduction of residual ridges. J Prosthet Dent 1971;26 (3):280–95; Johnson K. A study of the dimensional changes occuring in the maxilla after tooth extraction. Part I: normal healing. Aust Dent J 1963;8:428–34). Num estudo realizado recentemente por Schroop et al. foram medidos 46 alvéolos de molares e pré-molares em ambas as arcadas pós extracção em 46 pacientes. O estudo reporta uma reabsorção vestíbulo – lingual de cerca de 50% ao fim de 12 meses. Foi ainda observado que dois terços das alterações ocorreram nos primeiros 3 meses após a extracção, com grandes mudanças observadas nos molares. Ao reparar que esta reabsorção pós – extraccional afecta negativamente a disponibilidade óssea no local onde se quer colocar o implante, cada vez mais os clínicos começam a colocar os implantes logo após a exodontia dentária. O primeiro caso foi descrito por Schulte et al. em 1976. Desde aí, numerosos estudos clínicos foram publicados acerca desta temática e vários artigos de revisão continuam a ser publicados com vista a aperfeiçoar esta técnica cirúrgica com conhecimento contemporâneo (Mayfield L. Immediate, delayed and late submerged and transmucosal implants. Berlin: Quintessence; 1999; Chen ST, et al. Immediate or early placement of implants following tooth extraction: review of biologic basis, clinical procedures, outcomes. Int J Oral Maxillofac Implants 2004;19 (Suppl):12–25). OBJECTIVOS Este trabalho tem como objectivo estudar e dar a conhecer ao cirurgião a implantologia imediata pós – extracção, a partir da realização de uma revisão aprofundada da literatura publicada até à data actual. Serão abordados temas como as vantagens e desvantagens, indicações e contra-indicações bem como protocolos recomendados para realização desta técnica. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Histologia A maioria dos estudos publicados descreve pequenos defeitos ósseos peri-implantares resultando numa falha da parede alveolar da extracção à superfície do implante. Este defeito tem sido definido como Defeito de Dimensão Horizontal (HDD). Estudos histológicos demonstram que esses pequenos defeitos são ocupados por osso mediante as técnicas de colocação e os métodos de aumento ósseo praticados. Diversos estudos mostraram que quando a HDD é de 2mm ou menos, não é necessário enxerto ou membrana (Paolantonio M, Dolci M, Scarano A, et al. Immediate implantation in fresh extraction sockets. A controlled clinical and histological study in man. J Periodontol 2001;72 (11): 1560 –71). No entanto, quando existe deiscência ou fenestração das tábuas ósseas há vantagem em utilizar membranas ou enxertos ósseos (Wilson TG Jr, Carnio J, Schenk R, et al. Immediate implants covered with connective tissue membranes: human biopsies. J Periodontol 2003;74 (3):402 –9). Além disso, estudos de Becker e colaboradores demonstram que existe regeneração óssea insatisfatória quando membranas não – reabsorvíveis ficam prematuramente expostas (Becker W, Dahlin C, Becker BE, et al. The use of e-PTFE barrier membranes for bone promotion around titanium implants placed into extraction sockets: a prospective multicenter study. Int J Oral Maxillofac Implants 1994;9 (1):31–40). Segundo uma revisão de 18 estudos com um período de follow-up entre 1 e 4 anos, realizada pela The International Team for Implantology, implantes com diferentes superfícies – maquinados, titânio com … Continued

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Avanços recentes nas técnicas da Harmonização Facial

Avanços recentes nas técnicas da Harmonização Facial Dr. Hiram Fischer Trindade A harmonização facial tem se tornado um campo em rápida expansão dentro da estética, combinando ciência, arte e tecnologia. Este artigo explora os materiais utilizados nas principais técnicas de harmonização facial, incluindo preenchimentos dérmicos, toxina botulínica, fios de sustentação, e novas abordagens inovadoras. O foco está nas características, indicações, contraindicações e a evolução desses materiais, bem como suas implicações para a prática clínica. Referências bibliográficas atualizadas são fornecidas para suporte e aprofundamento. Introdução Nos últimos anos, a procura por tratamentos de harmonização facial cresceu exponencialmente. Esse fenômeno pode ser atribuído ao aumento da consciência da imagem pessoal e à influência das redes sociais. O conceito de harmonização facial busca equilibrar as proporções do rosto e melhorar a estética facial através de diversas técnicas e materiais. Este artigo aborda os materiais mais recentes e suas aplicações, visando fornecer uma visão abrangente e atualizada sobre o tema. 1. Preenchimentos Dérmicos Os preenchimentos dérmicos são substâncias injetáveis utilizadas para restaurar o volume facial, suavizar rugas e melhorar os contornos. Eles podem ser classificados em diversas categorias: 1.1 Ácido Hialurônico O ácido hialurônico (AH) é um dos materiais mais populares devido à sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e capacidade de retenção de água. Recentemente, novos produtos de AH foram desenvolvidos com diferentes propriedades viscoelásticas, resultando em melhores resultados estéticos e durabilidade. Referência: Cho, J. C., & Lee, Y. H. (2021). “The use of hyaluronic acid fillers in aesthetic medicine.” Journal of Aesthetic Dermatology, 49(4), 275-280. 1.2 Hidroxiapatita de Cálcio Este material é utilizado para aumentar a firmeza do tecido e estimular a produção de colágeno. A hidroxiapatita de cálcio (CaHA) é frequentemente empregada em áreas como maçãs do rosto e mandíbula, onde uma maior estrutura é desejada. Referência: Sadick, N. S., & Shapiro, N. (2020). “The Role of Calcium Hydroxylapatite in Aesthetic Medicine.” Aesthetic Surgery Journal, 40(2), 202-210. 1.3 Poliacrilamida Os géis de poliacrilamida são frequentemente criticados por sua associação com complicações, mas sua evolução tem promovido formulações mais seguras. Eles oferecem um efeito volumizador e são utilizados principalmente em áreas de suporte facial. Referência: Moura, C. D., et al. (2022). “Polyacrylamide gels in facial augmentation procedures.” Dermatologic Surgery, 48(2), 211-217. 2. Toxina Botulínica A toxina botulínica (BTX) é uma das opções mais conhecidas para o tratamento de rugas dinâmicas. Ela atua bloqueando a liberação de acetilcolina, levando ao relaxamento das fibras musculares. 2.1 Aplicações Avançadas Recentemente, técnicas de aplicação mais refinadas têm sido desenvolvidas, como o “Botox Masseter”, que visa o afinamento do rosto e a melhoria do contorno mandibular. Referência: Moers-Carpi, M., & Huang, B. (2021). “Innovative Approaches in Botulinum Toxin Use for Facial Aesthetics.” Aesthetic Plastic Surgery, 45(3), 1200-1207. 3. Fios de Sustentação Os fios de sustentação são uma técnica inovadora utilizada para levantar e redefinir a forma do rosto. Eles podem ser classificados em dois tipos principais: absorvíveis e não absorvíveis. 3.1 Fios Absorvíveis Os fios absorvíveis, feitos geralmente de ácido polilático ou polidioxanona, promovem a produção de colágeno e são utilizados para efeitos de lifting. Referência: Xia, Y. X., et al. (2020). “Absorbable Threads in Aesthetic Medicine: A Comprehensive Review.” Plastic and Reconstructive Surgery*, 145(4), 921-930. 3.2 Fios não absorvíveis Estes fios, feitos de polipropileno, são utilizados em técnicas de lifting mais permanentes, mas com o risco potencial de complicações a longo prazo. Referência: Kim, H. S., & Park, S. H. (2020). “Non-Absorbable Suspenders: A New Era in Facial Lifting.” Aesthetic Surgery Journal, 40(10), 1064-1071. 4. Mesoterapia A mesoterapia, técnica que envolve a injeção de substâncias na camada média da pele, tem se tornado popular para rejuvenescimento facial. 4.1 Substâncias Utilizadas As substâncias mais comumente utilizadas incluem ácido hialurônico, vitaminas, e diversos fatores de crescimento. Referência: Esteves, B., et al. (2022). “Mesotherapy: An Overview of Its Applications in Cosmetic Medicine.” Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology, 15, 415-422. 5. Novas Abordagens e Tecnologias A inovação no campo da harmonização facial tem permitido o uso de novas tecnologias, como a biorevitalização e bioestimuladores de colágeno. 5.1 Bioestimuladores Os bioestimuladores, como poliacrilamida e ácido polilático, têm mostrado resultados promissores na melhoria da elasticidade e na regeneração do tecido. Referência: Almeida, R. L., et al. (2023). “Biostimulators in Aesthetic Medicine: Efficacy and Safety.” Journal of Aesthetic Dermatology, 55(1), 100-107. 5.2 Tecnologia de Ultrassom e RF Novas tecnologias, como ultrassom microfocado e radiofrequência, estão sendo cada vez mais utilizadas para elevamento e rejuvenescimento facial. Referência: Bae, J. H., & Lee, H. J. (2023). “Emerging Technologies in Facial Aesthetics: Ultrasound and Radiofrequency.” Aesthetic Surgery Journal, 43(1), 65-75. Conclusão A harmonização facial é um campo que continua a evoluir, com novas substâncias e técnicas surgindo para atender às demandas dos pacientes. A compreensão dos materiais utilizados, suas propriedades, benefícios e riscos é fundamental para que os profissionais proporcionem resultados seguros e satisfatórios. O conhecimento contínuo, aliado à formação adequada, é crucial para a prática bem-sucedida na estética facial. Referências Bibliográficas Cho, J. C., & Lee, Y. H. (2021). “The use of hyaluronic acid fillers in aesthetic medicine.” Journal of Aesthetic Dermatology, 49(4), 275-280. Sadick, N. S., & Shapiro, N. (2020). “The Role of Calcium Hydroxylapatite in Aesthetic Medicine.” Aesthetic Surgery Journal, 40(2), 202-210. Moura, C. D., et al. (2022). “Polyacrylamide gels in facial augmentation procedures.” Dermatologic Surgery, 48(2), 211-217. Moers-Carpi, M., & Huang, B. (2021). “Innovative Approaches in Botulinum Toxin Use for Facial Aesthetics.” Aesthetic Plastic Surgery, 45(3), 1200-1207. Xia, Y. X., et al. (2020). “Absorbable Threads in Aesthetic Medicine: A Comprehensive Review.” Plastic and Reconstructive Surgery, 145(4), 921-930. Kim, H. S., & Park, S. H. (2020). “Non-Absorbable Suspenders: A New Era in Facial Lifting.” Aesthetic Surgery Journal, 40(10), 1064-1071. Esteves, B., et al. (2022). “Mesotherapy: An Overview of Its Applications in Cosmetic Medicine.” Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology, 15, 415-422. Almeida, R. L., et al. (2023). “Biostimulators in Aesthetic Medicine: Efficacy and Safety.” Journal of Aesthetic Dermatology, 55(1), 100-107. Bae, J. H., & Lee, H. J. (2023). “Emerging Technologies in Facial Aesthetics: Ultrasound and Radiofrequency.” Aesthetic Surgery Journal, 43(1), 65-75.

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Inovações em Enxertos Ósseos para Implantes Dentários

Dr. Hiram Fischer Trindade Resumo A reabilitação oral com implantes dentários é um tratamento amplamente utilizado para pacientes com perda dentária. No entanto, para o sucesso do implante, uma quantidade e qualidade óssea adequadas são fundamentais. Em muitos casos, pacientes apresentam defeitos ósseos ou reabsorção alveolar, o que torna necessário o uso de enxertos ósseos para promover a osteointegração adequada. Este artigo revisa as inovações mais recentes no campo dos enxertos ósseos para implantes dentários, com foco em biomateriais, engenharia tecidual, enxertos autólogos e técnicas minimamente invasivas. Através de uma análise aprofundada da literatura científica, este artigo destaca os avanços mais significativos e suas implicações clínicas. Introdução A colocação de implantes dentários é um procedimento restaurador de sucesso que requer uma base óssea saudável e estável. No entanto, a perda óssea na região maxilofacial, causada por trauma, doenças periodontais ou reabsorção óssea após a extração dentária, é um desafio frequente na prática clínica. Quando a quantidade de osso disponível é insuficiente para a ancoragem de implantes dentários, os enxertos ósseos são frequentemente necessários para reconstruir a base óssea. Nos últimos anos, diversas inovações surgiram no campo dos enxertos ósseos, incluindo novos materiais e técnicas que têm como objetivo melhorar a previsibilidade e o sucesso a longo prazo dos implantes dentários. Este artigo tem como objetivo discutir as inovações mais recentes no uso de enxertos ósseos para implantes dentários. Biomateriais para Enxertos Ósseos A escolha do material do enxerto ósseo é um fator crucial no sucesso da regeneração óssea. Tradicionalmente, os enxertos autólogos, retirados do próprio paciente, são considerados o padrão ouro devido à sua biocompatibilidade superior e potencial osteogênico. No entanto, a necessidade de uma segunda cirurgia para a coleta do enxerto e a limitação na quantidade de osso disponível são desvantagens significativas. Enxertos Autólogos Os enxertos autólogos continuam a ser amplamente utilizados, especialmente em casos de grandes defeitos ósseos. Eles oferecem uma capacidade osteogênica, osteoindutiva e osteocondutiva incomparáveis em relação a outros tipos de enxertos. Contudo, os avanços na coleta de enxertos autólogos, como o uso de enxertos minimamente invasivos, têm melhorado a aceitação dos pacientes e reduzido a morbidade associada à coleta óssea. Técnicas como a raspagem óssea e o uso de trepanações minimamente invasivas têm sido exploradas para minimizar os efeitos colaterais e o desconforto do paciente. Enxertos Xenógenos e Alógenos Os enxertos alógenos, derivados de doadores humanos, e os enxertos xenógenos, geralmente provenientes de bovinos, tornaram-se alternativas viáveis aos enxertos autólogos. Esses materiais são submetidos a processos rigorosos de desmineralização e esterilização, o que reduz o risco de rejeição e transmissão de doenças. Os avanços no processamento desses materiais resultaram em enxertos de alta qualidade, com características osteocondutivas favoráveis. A capacidade de fornecer grandes quantidades de material ósseo sem a necessidade de uma cirurgia adicional para o paciente tem impulsionado o uso desses enxertos em procedimentos de reconstrução óssea para implantes dentários. Substitutos Sintéticos Os substitutos ósseos sintéticos, como fosfato de cálcio, hidroxiapatita e β-tricálcio fosfato, têm atraído a atenção por sua capacidade de serem produzidos em larga escala e pela ausência de risco de transmissão de doenças. A hidroxiapatita, por exemplo, é um dos materiais mais comumente usados devido à sua semelhança estrutural e química com o tecido ósseo natural. O desenvolvimento de materiais híbridos, que combinam substitutos sintéticos com fatores de crescimento e células-tronco, também tem mostrado resultados promissores na aceleração da regeneração óssea. Engenharia Tecidual Nos últimos anos, a engenharia tecidual emergiu como uma abordagem revolucionária para a regeneração óssea. Essa tecnologia envolve o uso de células, fatores de crescimento e biomateriais para criar um ambiente favorável à regeneração tecidual. Três componentes principais são considerados nessa abordagem: Fatores de Crescimento Os fatores de crescimento, como a proteína morfogenética óssea (BMP), têm sido amplamente utilizados para estimular a osteogênese em áreas de defeito ósseo. A introdução de BMP-2 e BMP-7 nos enxertos ósseos demonstrou aumentar significativamente a formação óssea ao redor dos implantes dentários, promovendo a osteointegração e reduzindo o tempo de cicatrização. Células-Tronco A utilização de células-tronco mesenquimais (CTMs), que possuem a capacidade de se diferenciar em células ósseas, tem sido um avanço importante na regeneração óssea. Essas células podem ser coletadas de diferentes fontes, como a medula óssea e o tecido adiposo, e, quando combinadas com scaffolds bioativos, têm mostrado resultados promissores em estudos clínicos e experimentais. Scaffolds Bioativos Os scaffolds bioativos são estruturas tridimensionais projetadas para suportar a regeneração óssea, proporcionando um arcabouço onde as células podem se fixar e proliferar. Recentemente, os scaffolds feitos com materiais biodegradáveis, como polilactida e poliglicolida, têm sido amplamente pesquisados. A combinação de scaffolds com células-tronco e fatores de crescimento tem mostrado uma grande promessa em promover a formação óssea de maneira mais eficiente e previsível. Técnicas Minimamente Invasivas A evolução das técnicas cirúrgicas tem sido um fator determinante no sucesso dos enxertos ósseos. As técnicas minimamente invasivas visam reduzir a morbidade, o tempo de recuperação e as complicações pós-operatórias, sem comprometer o sucesso do procedimento. Expansão Alveolar A expansão alveolar é uma técnica utilizada em pacientes com cresta alveolar estreita, onde a quantidade de osso é insuficiente para a colocação de implantes. Essa técnica consiste em expandir o osso residual com dispositivos especiais, permitindo a colocação do implante sem a necessidade de enxertos volumosos. Estudos demonstram que a expansão alveolar, quando realizada corretamente, apresenta altas taxas de sucesso e uma cicatrização mais rápida em comparação com os métodos tradicionais de enxertia óssea. Técnicas Guiadas por Computador O uso de técnicas de cirurgia guiada por computador tem revolucionado o planejamento e a execução dos enxertos ósseos. A tomografia computadorizada (TC) combinada com softwares de planejamento tridimensional permite uma análise precisa do defeito ósseo e uma melhor colocação dos enxertos e implantes. Essa abordagem melhora a previsibilidade dos resultados e reduz o risco de complicações intraoperatórias. Regeneração Óssea Guiada (ROG) A regeneração óssea guiada é uma técnica que utiliza membranas bioabsorvíveis ou não absorvíveis para isolar a área de enxerto ósseo, impedindo a invasão de células epiteliais e tecidos moles durante o processo de cicatrização. … Continued

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